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Desde morte de Eliza, primo de Bruno deu ao menos 7 versões

Desde morte de Eliza, primo de Bruno deu ao menos 7 versões

g1

26/07/2014 - 08h54
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Antes de Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes, procurar a polícia para indicar um terreno onde supostamente o corpo de Eliza Samudio teria sido enterrado, o jovem já havia apresentado diferentes versões sobre o caso. Nesta sexta-feira (25), buscas foram feitas em um lote vago de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas os restos mortais não foram localizados. Desde a morte da ex-amante do atleta, ele apresentou ao menos sete relatos diferentes sobre o assassinato.

As versões se contradizem. Por vezes, ele acrescentou elementos, em outras, retomou relatos anteriores feitos a autoridades e chegou até mesmo a negar o que disse, alegando que teria sido pressionado pela polícia. Inicialmente, disse que o corpo teria sido esquartejado e jogado a cães, e os ossos concretados. Agora, quatro anos após a morte de Eliza, por querer dar o direito à mãe da jovem de enterrá-la dignamente, Rosa apresentou outra versão, com riqueza de detalhes. Mesmo depois de nada ter sido encontrado no novo local indicado pelo primo de Bruno, o advogado que acompanhou o rapaz em Minas diz que ele segue convicto desta última versão.

Na época do crime, Jorge Luiz Rosa era menor de idade. Por envolvimento na morte, ele cumpriu medida socioeducativa. Veja os diferentes relatos.

Corpo jogado a cães e ossos concretados
No depoimento dado à Polícia Civil do Rio Janeiro, logo após o início das apurações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, em julho de 2010, Jorge Luiz Rosa contou detalhes sobre a morte da ex-amante do primo. Ele afirmou que, junto com a jovem e Luiz Henrique Romão – o Macarrão – teria feito o trajeto entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Durante o percurso, ele disse que deu três coronhadas em Eliza.

Bruno, segundo esta versão, teria chegado de táxi ao sítio dele na Região Metropolitana da capital mineira, porque teria viajado de avião. Na ocasião, o jovem também relatou que o goleiro ficou na propriedade por duas horas e depois chamou um táxi para levá-lo até o aeroporto, pois queria voltar para o Rio no mesmo dia.

Jorge Luiz Rosa contou que, no dia seguinte, ele, Macarrão, Eliza e o filho dela entraram no carro de Bruno e seguiram rumo a Belo Horizonte. No veículo também estaria, segundo o jovem, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno assassinado antes de ser julgado pelo crime.
Rosa contou que chegaram a um local que se parecia com um sítio e foram recebidos por um homem alto, negro, chamado Neném. O executor, como relatou Rosa, pegou Eliza, amarrou os braços dela com uma corda, deu uma gravata, e pediu para que todos deixassem o local.

O homem a quem Rosa chamou de Neném teria passado carregando um saco. Ele disse que viu quando a mão de Eliza Samudio teria sido arremessada a cachorros rotweillers. Contou ainda que os ossos foram concretados no mesmo terreno em que ela foi morta.

Jorge diz que Bruno estava no sítio
Dias depois, o jovem prestou outro depoimento contradizendo parte das declarações que havia feito e complicando a situação do goleiro Bruno e de Macarrão. Na segunda versão, dada à Promotoria da Infância e da Juventude do Rio, Rosa contou que Macarrão disse que eles iriam pegar Eliza porque ela "estava dando muita aporrinhação para Bruno por causa do filho que dizia ter com o goleiro".

Diferentemente do relato inicial, ele disse que ficaram por dois dias na casa do primo na capital fluminense e que o atleta estava no sítio enquanto Eliza era mantida em cárcere privado. Em relação ao momento do crime, ele disse que Macarrão teria amarrado a mão de Eliza. Depois do assassinato, Romão teria ligado para o executor, que teria contado que o corpo foi jogado para os cães. Mas, como os animais não teriam comido toda a carne, parte dos restos mortais teriam sido concretados.

Jovem volta atrás e confirma ter visto que mão de Eliza foi jogada a cachorros
Já em Minas Gerais, ele prestou outro depoimento e retomou parte das declarações. Rosa disse que não participou da morte da jovem, mas que esteve no local da execução, apontado como a casa de Bola. O então menor teria ficado em um cômodo diferente de onde Eliza teria sido assassinada, mas ele disse que viu quando Bola arremessou a mão dela aos cães.

Primeiro depoimento é desmentido
No fim de julho de 2010, Jorge Luiz Rosa desmentiu o primeiro depoimento durante uma acareação entre ele o primo Sérgio Rosa Sales. Ele contou à polícia que esteve na casa de Bola havia dois anos com Macarrão e que tinha apontado o suposto local do crime porque estava sendo pressionado pela polícia. Relatou também que não assistiu ao assassinato.

Segundo a defesa do rapaz, ele também negou que o corpo de Eliza tivesse sido esquartejado. Nesta ocasião, ele também mudou a versão em relação à participação de Sales no crime, dizendo que ele sequer esteve em Vespasiano.

Jorge muda versão de como conheceu Bola
Em outubro daquele ano, ele mudou mais uma vez o relato sobre a morte da ex-amante de Bruno. Rosa contou que inventou a história de que o corpo da jovem teria sido devorado por cães da raça rotweiller porque o pai cria cães e que teria apontado o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola – como um dos suspeitos do crime porque já o conhecia e sabia que ele também criava cachorros. Ele continuou afirmando que teria sido pressionado pela polícia no primeiro depoimento.

Primo de Bruno mais uma vez volta atrás
No ano passado, em entrevista ao Fantástico, Rosa voltou atrás, mais uma vez, e disse que teria contado que os restos mortais de Eliza teriam sido jogados para cachorros porque Luiz Henrique Romão havia lhe contado. "Que o Macarrão me falou que tinha sido jogado, que tinha dado umas bicudas nela, antes dela morrer, antes de enforcar ela”, afirmou.

Corpo enterrado em lote vago
Nesta última quinta-feira (24), após uma entrevista com Rosa ser veiculada por uma rádio do Rio de Janeiro, o jovem contou uma versão em que o corpo teria sido enterrado em vez de esquartejado e jogado a cães.

"Ele [Jorge] esclareceu que a Eliza Samudio foi levada por ele e pelo Macarrão à casa do Bola, onde foi assassinada. O Bola teria dado uma gravata na Eliza, asfixiado ela até a morte e depois decepou uma das mãos da Eliza. E depois disso, segundo a versão dele, enrolou o corpo e a mão num lençol e depois colocou no interior de um saco de cadáver. (...) E depois foram para um lote vago, próximo à casa do Bola, onde já havia uma cova feita, um buraco profundo, aparentemente feito por uma retroescavadeira, segundo ele. E ali foi arremessado o saco contendo o corpo da Eliza. E, posteriormente, os três – o Jorge, o Macarrão e o Bola – teriam enterrado o corpo", relatou o delegado Wagner Pinto, responsável pelo depoimento do primo de Bruno Fernandes.

INCERTEZAS

Gigante da celulose recua e engaveta projeto de R$ 15 bilhões em MS

No fim de novembro a Eldorado informou que ampliaria o plantio de eucaliptos em 2026 de olho da duplicação da fábrica. Agora, porém, diz que esse aumento não sairá do papel

20/12/2025 16h50

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

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Depois de anunciar, no final de novembro, que a partir do próximo ano pretendia ampliar de 25 mil para até 50 mil hectares o plantio anual de eculiptos na região de leste de Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose Eldorado deixou claro nesta semana que engavetou, pelo menos por enquanto, o projeto de expansão. 

Com o recuou, a empresa, que produz em torno de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, deixa claro que está adiando a prometida duplicação de capacidade de produção da Eldorado, o que demandaria investimentos da ordem de R$ 15 bilhões US$ 3 bilhões), conforme anunciado em abril do ano passado pelos irmãos Joesley e Wessley Batista, donos da empresa. 

Em entrevista ao site AGFeed, especiliazado em agronegócio, o diretor florestal da Eldorado, Germano Vieira, afirmou que a empresa tem atualmente 305 mil hectares de pantações de eucaliptos na região, mas precisa de apenas dois terços disso para abastecer a fábrica. 

Ou seja, a empresa tem em torno de 100 mil hectares de eucaliptos sobrando e este excedente está sendo vendido ou permutado com a Bracell e a Suzano, que opera duas fábricas do setor na região, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. 

Então, caso o comando da Eldorado decida desengavetar repentinamente o projeto da duplicação,  já existe um excedente que seria capaz de abastecer a segunda unidade no período inicial, mesmo que não ocorra o início do plantio extra a partir de 2026, explicou Germano Vieira.

Atualmente são colhidos em torno de 25 mil hectares por ano para abastecer a indústria e o mesmo tanto é replantado, fazendo um giro para que sempre haja florestas "maduras".

São necessários, em média, sete anos para que a planta chegue ao estágio de corte e por conta disso havia a programação de começar o plantio agora (2026) para que houvesse matéria-prima suficiente quando a ampliação da fábrica estivesse concluída. Em três anos é possível fazer a ampliação da indústria, acredita Germando Vieira.  

Uma das explicações para o recuo, segundo a reportagem do AGFeed, é que a Eldorado ainda têm uma série de ajustes financeiros a serem feitos depois que os irmãos Batista conseguiram, em maio deste ano, fechar um acordo e colocar fim a batalha judicial com a Paper Excellence.

Para retomarem o controle total da Eldorado, que funciona em Três Lagoas desde 2012 e havia sido vendida parcialmente em 2017, eles se comprometeram a pagar US$ 2,640 bilhões à canadense Paper, que detinha pouco mais de 49% das ações do complexo industrial.  

Para duplicar a produção, segundo Germando Vieira, serão necessários 450 mil hecteres de florestas. Para chegar a esse montante, a empresa teria que arrendar mais 150 mil hecteres, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 180 milhões anuais, já que o arrendamento custa em torno de R$ 1,2 mil por ano por hectare. 

Além disso, somente para o plantio de 25 mil hectares anuais a mais, conforme chegou a ser anunciado, seriam necessários em torno de R$ 220 milhões extras no setor florestal por ano, uma vez que o custo do plantio está na casa dos R$ 8,7 mil por hectare. E isso sem contabilizar os custos com o combate a pragas e combate a incêndios, entre outros. 

No final de novembro, Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, chegou a informar ao site The AgriBiz que 15 mil hectares já haviam sido arrendados para dar início à ampliação do plantiu a partir do próximo ano. 

Preços da celulose

Embora Germano Vieira diga que a demanda mundial por celulose cresça em torno de um milhão de toneladas por ano e por conta disso a Eldorado mantem viva a promessa da duplicação, a empresa pisou no freio em meio à queda nos preços mundiais e ao aumento da oferta. 

Neste ano, o faturamento das três fábricas de Mato Grosso do Sul literalmente despencou. Por conta da ativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, que tem capacidade de até 2,55 milhões de toneladas por ano, as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 57% nos dez primeiros meses de 2025, passando de 3,71 milhões de toneladas para 5,84 milhões de toneladas. 

Porém, o faturamento cresceu apenas 25,6%, subindo de U$ 2,121 bilhões para U$ 2,665 bilhões. No ano passado, quando a cotação da celulose já não estava nos melhores patamares, o valor médio da tonelada rendeu 570 dólares aos cofres das três indústrias. Neste ano, porém, elas tiveram rendimento médio de apenas 456 dólares, o que representa queda de 20%. 

Em decorrência desta queda nos preços, as indústrias deixaram de faturar em torno de 666 milhões de dólares, ou algo em torno de R$ 3,6 bilhões na moeda local, nos dez primeiros meses deste ano. 

Por conta disso, a Suzano, concorrente da Eldorado, chegou a emitir um alerta no começo de novembro dizendo que os preços internacionais estavam "completamete insustentáveis" e por isso estava reduzindo sua produção em cerca de 3,5%. 

O alerta da Suzano foi feito durante a prestação de contas relativa aos resultados do terceiro trimestre da empresa. E, segundo Leonardo Grimaldi, diretor do negócio de celulose da Suzano, a situação é crítica e “o setor está sangrando há meses”. 

Mas, apresar deste cenário de apreensão, investimentos da ordem de R$ 25 bilhões estão a todo vapor em Inocência, onde a chilena Arauco está instalando uma fábrica que terá capacidade para colocar 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano a partir do final de 2027. 

Outra empresa, a Bracell, pretende começar, em fevereiro do próximo ano, em Batagussu, as obras de uma fábrica que terá capacidade para 1,8 milhão de toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 bilhões. 


 

MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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