Cidades

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Desembargador se declara suspeito para julgar recurso de Nelsinho Trad

Processo é mencionado em documento apreendido com Jamil Name, e cita suposta venda de decisão por R$ 2,25 milhões

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O desembargador Marcelo Câmara Rasslan, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça não julgará mais recurso ajuizado pelo senador Nelson Trad Filho (PSD), em que era relator. Documento encontrado na casa de Jamil Name, no dia 27 do mês passado menciona suposta compra de decisões judiciais em segunda instância, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul por R$ 2,25 milhões. O senador, conforme escrito no material apócrifo, seria um dos beneficiados. 

“De qualquer sorte, a Justiça e a magistratura são maiores que o julgador. Enquanto não esclarecido o fato à população e a este magistrado, devo me afastar do processo, porque sempre haverá alguém que permitir-se-á duvidar da motivação de qualquer voto que seja por mim proferido neste caso”, afirmou o Rasslan ao declarar-se suspeito para julgar o agravo.

Nelson Trad Filho tenta desbloquear R$ 101 milhões, valor indisponibilizado em decisão do dia 27 de julho deste ano, do juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. Nesta ação são réus Trad os ex-secretários municipais Marcos Antônio Moura Cristaldo e João Antônio de Marco, as empresas sócias da CG Solurb, LD Construções e Financial Construtora Industrial e seus respectivos proprietários: Lucas Potrich Dolzan, Luciano Potrich Dolzan, e Antônio Fernando de Araújo Garcia, além do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos e a irmã dele, ex-deputada e ex-mulher do senador e ex-prefeito, Maria Antonieta Amorim. Eles são acusados envolvimento em esquema que favoreceu a CG Solurb em licitação para contratar parceria público-privada para a coleta de lixo e limpeza urbana de Campo Grande, em 2012. 

GAECO

Em julho último, em decisão monocrática, Rasslan já havia negado o desbloqueio dos bens do senador. Mais tarde porém, no dia 27 em setembro, o caso ganhou outro rumo durante o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão pelo Grupo de Apoio Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) na Operação Omertá. O documento citava o nome do desembargador, Marcelo Câmara Rasslan e do senador Nelson Trad Filho. O escrito citava negociações de decisões por um custo de até R$ 2,25 milhões. 

O documento foi remetido pelo juiz que autorizou a operação, Marcelo Ivo de Oliveira ao Tribunal de Justiça, e mais tarde, ainda solitou o encaminhamento para outras cortes, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Do primeiro processo citado no escrito, as decisões tiveram o preço fixado em R$ 2 milhões (R$ 1 milhão pela liminar e mais R$ 1 milhão pelo mérito). Deste montante, somente R$ 200 mil foram pagos, e em diversas parcelas. Ainda restaria R$ 1,8 milhão a pagar. Cada um dos cinco réus no processo, inclusive o político, arcaria com R$ 200 mil cada um. 

CNJ e STJ
“Pelo que verifiquei do escrito publicado na imprensa, ele nada esclarece, não se vincula a qualquer dos recursos em andamento sob minha relatoria, e sequer indica do que se trata o próprio escrito ou quem e porque teria recebido valores nele referidos. Já solicitei ao STJ, ao CNJ e a esta Corte, ampla e profunda apuração de tal fato”, argumentou o desembargador Rasslan ao declarar-se suspeito.

Ao comentar o achado do escrito, no dia 3 deste mês, a assessoria do senador Nelsinho Trad, informou que ele jamais participou de qualquer negociação com qualquer pessoa que seja. “A ilação não faz o menor sentido, uma vez que todas as decisões do desembargador foram, até o presente momento, contrárias aos recursos interpostos”. A assessoria do senador ainda informou que trata-se de um papel apócrifo e sem assinatura e, por isso, “sem sentido”.

“Ainda, somos favoráveis à abrir qualquer tipo de sigilo, seja processual, fiscal, telefônico, que envolve o senador para deixar absolutamente claro que não há nenhuma vinculação dele com o fato relacionado”, acrescentou a equipe do senador na ocasião.

TRAD PEDIU PARA EXCLUIR REPORTAGEM

No dia 4 deste mês, um dia depois de o Correio do Estado publicar reportagem revelando a apreensão do documento pelo Gaeco no quarto de Jamil Name, o senador Nelson Trad Filho foi à Justiça para pedir a exclusão da reportagem do Portal Correio do Estado. A defesa de Trad queria antecipar a tutela do pedido (que o magistrado atendesse a solicitação antes mesmo de citar a outra parte), mas o juiz da 3ª Vara Cível Residual, Juliano Rodrigues Valentim, indeferiu o pedido formulado pelo senador. 

Ao sustentar sua decisão, o juiz lembrou que a versão de Trad foi citada na reportagem, e que o Correio do Estado agiu “no exercício da liberdade de informação da imprensa”. 

“Deste modo, não evidenciado qualquer abuso no exercício da liberdade de expressão jornalística ou ofensa a direito constitucional, está a conduta da parte requerida amparada em seu direito constitucional de liberdade de informação da imprensa”, asseverou o magistrado. 

 

 

Confira abaixo o escrito apreendido pelo Gaeco, e a decisão do desembargador:

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Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

MATO GROSSO DO SUL

Blitz na MS-164 apreende mais de 150 canetas emagrecedoras dentro de veículo

Mercadorias de origem estrangeira estavam sem comprovação legal de importação

21/12/2025 16h00

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria Divulgação

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Uma fiscalização de rotina da Polícia Militar Rodoviária (PMR) resultou na apreensão de uma grande carga de produtos de origem estrangeira transportados de forma irregular, na tarde deste sábado (20), em Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai.

De acordo com o portal Dourados News, a ação ocorreu por volta das 12h45, durante uma blitz realizada pela equipe da Base Operacional de Aquidabã, na rodovia MS-164, no km 105, em frente à unidade policial. Durante a abordagem a um veículo de passeio, os policiais encontraram diversos itens sem comprovação legal de importação.

Entre os produtos apreendidos estavam mercadorias dos ramos de perfumaria, farmácia, informática e mecânica. O destaque da ocorrência ficou por conta de 175 canetas emagrecedoras, de uso controlado, sendo 32 unidades de TG 15 mg, 115 unidades de Lipoless 15 mg, 25 unidades de Tirzec 15 mg, além de uma unidade de Lipoless 10 mg, uma de Lipoless 5 mg e duas de Retatrutide Loss.

Diante da irregularidade, o veículo, os produtos e os envolvidos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal para as providências legais cabíveis.

Segundo a PMR, o valor estimado da mercadoria apreendida é de R$ 142.060, enquanto o veículo foi avaliado em R$ 80.500, totalizando um prejuízo de R$ 223.100 ao crime.

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