Cidades

TRAGÉDIA NA COLÔMBIA

'Desligaram luzes e motores do avião', diz sobrevivente de voo da Chapecoense

'Desligaram luzes e motores do avião', diz sobrevivente de voo da Chapecoense

G1

12/12/2016 - 07h25
Continue lendo...

Rafael Henzel só quer voltar para Chapecó, cidade onde trabalha, no Oeste catarinense. O jornalista é um dos seis sobreviventes do voo que levava a delegação da Chapecoense. Ele falou ao Fantástico deste domingo (11) sobre o acidente, o primeiro contato com a mulher depois da queda do avião e como está a saúde, após muitas fraturas.

O acidente

Naquele 28 de novembro, Rafael embarcava junto com outros colegas da imprensa e a delegação do time para a Colômbia, onde o clube catarinense disputaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana.

Ele sentou em uma poltrona na parte traseira do avião. "Eu estava à direita, no penúltimo banco, no banco do meio". Ao lado dele, estavam Renan Agnolin, repórter na rádio onde Rafael trabalha, e o cinegrafista da RBS TV Djalma Araújo Neto. Ambos não sobreviveram ao acidente.

"A gente perguntava para os comissários: quanto faltava? Dez minutos. De repente, desligaram as luzes do avião. Desligaram os motores. E aí todo mundo voltou pro seu assento e... colocou o cinto.  A hora em que isso aconteceu causou um certo temor. Mas ninguém, ninguém imaginaria que a gente bateria naquele morro".

Nada foi avisado aos passageiros, segundo Rafael. "Nenhum segundo alguém da cabine ou comissário falou: 'coloquem os cintos de segurança porque há risco disso ou daquilo'". "Nós ficamos voando... sem saber absolutamente nada do que iria acontecer", completou.

Ele reparou nos comissários de bordo. "Dois dos sobreviventes estavam trás de mim. Dois bolivianos. Eu reparei que houve uma aflição muito grande. Por parte da comissária que sobreviveu. Ela foi pro lugar dela, ela colocou o cinto de segurança. Eu vi ela muito aflita. E quando ela ficou muito aflita, a aflição tomou conta".

Apesar disso, Rafael diz não recordar de ter havido pânico no avião. "Um silêncio assim, estarrecedor. A gente não sabia o que estava acontecendo. Até que veio o choque".

Resgate

A poucos minutos do pouso, que seria no aeroporto de Medellín, o avião se chocou de barriga com uma montanha. A parte traseira ficou lá. O restante da aeronave foi destruindo tudo pelo caminho, até parar do outro lado do morro. "Eu não lembro da pancada. Foi de repente", disse Rafael.

Ele só acordou cerca de sete horas depois. "Primeiro achei que era um filme. Achei que era um sonho. E que ia despertar logo desse sonho. Comecei a observar que vinha gente com algumas luzes, os socorristas. E aí eu comecei a gritar. Comecei a chamar por socorro, dizendo que eu estava ali". Rafael não tinha como sair do lugar. "Eu estava preso em duas árvores. E aí com árvores em cima das minhas pernas".

Os dois colegas da imprensa que estavam ao lado dele no avião continuavam perto dele, mas não respondiam aos chamados de Rafael. "Foi mais impactante ainda porque as duas pessoas que estavam do meu lado... estavam sem vida. 10 centímetros pra cá, 10 centímetros pra lá... o resultado poderia ser bem diferente".

Com tristeza, ele tentou chamar pelos rapazes. "O momento mais triste pra mim foi ver os dois colegas meus do lado... chamei pelos dois. Lamentei muito. Mas tive que buscar forças, apesar de estar com sete costelas quebradas. Não foi fácil, nada fácil mesmo. Chovia, 12 graus de temperatura. Foi muito íngreme a subida. Não tinha trilha de onde a gente estava. Os socorristas foram fortes".

Tristeza e revolta

Depois do acidente, Rafael chegou a ver fotos dos destroços do avião e não sabe como sobreviveu. "Eu imagino duas coisas. Primeiro, que houve um milagre. E, o segundo foi de eu ter despertado no segundo em que os socorristas estavam passando". Ele foi o penúltimo sobrevivente a ser resgatado.

Além dele e dos dois comissários bolivianos, os jogadores da Chapecoense Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto também sobreviveram. Os quatro brasileiros estão internados no Hospital San Vicente de Rionegro, na Colômbia.

O jornalista contou que no terceiro dia após ter sido resgatado se deu conta de que quase todos que estavam no avião tinham morrido. "Aí que eu fiquei sabendo mesmo e lamentando terrivelmente uma tragédia pra uma cidade de 220 mil habitantes".

Ele diz esperar por justiça. Segundo as autoridades colombianas, o avião da LaMia caiu porque não voou com a quantidade necessária de combustível. "O que eu fico mais impressionado é que as pessoas morreram não por uma falha mecânica. As pessoas morreram por uma falta de... discernimento. De um sujeito que, de repente, por uma economia boba... Isso é revoltante".

Emoção com a família

Chorando, ele conta como está emocionalmente. "Eu lembro uma passagem que a minha esposa informou. Que, no dia do acidente, apareceram na minha casa pra falar do acidente do avião. Duas pessoas com o nome Rafael estavam no avião. Só que a empresa não informou qual deles tinha falecido. E meu filho de 11 anos batia no peito e dizia que sentia a minha respiração. Isso foi muito forte pra mim".

Rafael também se emociona ao lembrar do momento em que reencontrou a mulher, Jussara, no hospital. "Eu tenho a imagem gravada. Estava entubado, não podia falar. E aí o médico trouxe a minha esposa e disse: 'olha, tua esposa tá aqui'. Ela pegou na minha mão. Ela falou, 'eu estou aqui. Eu vim te buscar. Porque a gente vai voltar pro Brasil'".

Ele também se emociona ao falar da vontade de retornar à cidade do Oeste catarinense. "Eu só espero pisar em Chapecó. Quero voltar a pisar. Quero voltar pra casa. Quero voltar a pisar no solo chapecoense".

"Toda essa troca de carinho com o povo brasileiro que se irmanou com o povo colombiano. Tanto pra mim, pro Follman, Ruschel, Neto. Não podemos reclamar de nada. A gente não pode reclamar em nenhum momento do final do ano. Nós vamos estar juntos com as nossas famílias".

Estado de saúde

O médico intensivista da Chapecoense Edson Stakonski falou na tarde deste domingo sobre o estado de saúde de Rafael. “Nós repetimos uma tomografia de tórax hoje [domingo] dele que não mostrou nenhuma evidência de pneumotórax contralateral. O tórax dele está drenado”. O médico ainda deu mais detalhes sobre a recuperação pulmonar do jornalista: “Está conseguindo ventilar em ar ambiente e não está precisando de suporte ventilatório, nem de cateter nasal, nem máscara. Está tranquilo”.

Transferências

O primeiro jato-ambulância que vai levar o goleiro Jackson Follmann para São Paulo já voava para a Colômbia na noite deste domingo. Ele deve pousar em Medellín às 2h desta segunda (12) e decolar para o estado paulista às 10h de segunda, sempre horários de Brasília.

O outro avião-ambulância é da Força Aérea Brasileira e deve sair de Brasília às 4h40 de terça (13), pousar em Medellín às 10h10 e decolar às 11h40. Ele vai levar Rafael Henzel e Alan Ruschel a Chapecó.

rio apa

Caminhonete cai de balsa durante travessia a rio e motorista morre afogado

Homem embarcou veículo para atravessar de Caracol ao Paraguai e conseguiu sair do veículo após a queda, mas foi arrastado pela correnteza

21/12/2025 17h00

Caminhonete caiu de balsa durante travessia

Caminhonete caiu de balsa durante travessia Foto: Divulgação / Bombeiros

Continue Lendo...

Um homem de 42 anos, de nacionalidade paraguaia, morreu afogado durante a travessia de uma caminhonete por meio de balsa, no Rio Apa, em Caracol. O veículo caiu no rio e a vítima foi arrastada pelas águas. O acidente aconteceu na última sexta-feira (19) e o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo (21). 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na última sexta-feira homem estava dentro do veículo e o embarcou na balsa, para fazer a travessia que liga uma base do Exército Brasileiro a um destacamento do outro lado da margem, pertencente à Armada Paraguaia.

O veículo foi embarcado sem estar devidamente travado e, durante a travessia, caiu no rio. 

Já na água, a vítima conseguiu sair da caminhonete, mas não conseguiu retornar até a balsa, pois foi arrastado pela correnteza e desapareceu no rio.

O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas no sábado (20). Equipe de mergulhadores de Campo Grande se até o local para ajudar no resgate.

A caminhonete foi localizada, retirada do rio e devolvida aos familiares ainda no sábado. Já o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo, a cerca de 1,5 km do ponto onde ocorreu o desaparecimento.

A balsa de travessia manual é utilizada para cruzar o rio Apa.

O Corpo de Bombeiros reforça a importância do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança em travessias fluviais, a fim de prevenir acidentes dessa natureza.

As circunstâncias do incidente serão investigadas.

 

Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

Continue Lendo...

Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).