Cidades

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Disque 180: Denúncias de violência contra a mulher aumentam 27,25% em MS

As residências foram o principal cenário das chamadas registradas, com 499 telefonemas de pedido de socorro

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O número de denúncias de violência contra a mulher no Brasil e em Mato Grosso do Sul disparou em 2024. Segundo dados divulgados pelo Governo Federal, até julho, o Disque 180 registrou um aumento de 33,5% no país e de 27,25% no estado, tendo um total de 1.214 denúncias em MS. 

A casa, ainda o principal cenário de violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul, foi o local onde 499 das denúncias registradas ocorreram. Entre as denúncias realizadas, 715 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto em 499 o denunciante foi uma terceira pessoa.

As vítimas, em sua maioria negras ou pardas (666 casos) e com idade entre 25 e 29 anos (208 casos), denunciaram, em 577 ocorrências, agressões sofridas por seus companheiros ou ex-companheiros.

Regional

O Centro Oeste soma um total de 22.328 ligações, ficando em 4° lugar às regiões do país. No âmbito nacional, o sudeste lidera com 44,1 mil ligações. Em relação ao mesmo período do ano passado, a Central registrou aumento nas denúncias (36,7%) e violações (37,2%) no Sudeste, ainda que o registro de ligações tenha sido menor: em 2023, de janeiro a julho, foram 155,1 mil.

O Nordeste registrou 65,8 mil ligações em 2024 e, na sequência, aparecem as regiões Sul (23.168), Centro-Oeste (22.328) e Norte (17.694). Em 602 ligações recebidas pelo Ligue 180, o estado não foi identificado.

Gênero

Entre as denúncias apresentadas, os homens se destacam como suspeitos dos atos de violência, com 68,6%. Em 2024 também há casos em que mulheres são acusadas de cometerem violência contra outras mulheres (20,4%). 

Já no ano de 2023, 72,4% das denúncias tinham o gênero masculino como suspeito das violações, enquanto 18,7% registravam o gênero feminino.

Reformulação do serviço

O ano de 2023 foi marcado por uma significativa reestruturação e ampliação da divulgação da Central de Atendimento à Mulher, conhecida como Ligue 180. Após um diagnóstico da Central, foi identificado que a rede de atendimento para as denúncias recebidas não estava completamente mapeada, o que poderia comprometer o encaminhamento adequado das denúncias e a orientação sobre os serviços necessários para as vítimas.

No ano passado, o Ministério das Mulheres atualizou essa base de dados, que agora inclui informações sobre endereços e telefones de mais de 2.500 serviços especializados da Rede de Atendimento à Mulher.

Além disso, a base passou a contar com informações detalhadas sobre direitos e garantias das mulheres em situação de violência, abrangendo diversos termos relacionados à violência de gênero, como consentimento, estupro de vulnerável, importunação sexual, violência sexual mediante fraude, estupro corretivo e stalking.

Desde abril de 2023, o Ligue 180 também passou a contar com um canal exclusivo de atendimento via WhatsApp. Até dezembro, foram registradas 6.689 mensagens com pedidos de informações ou denúncias.

Ellen Costa, coordenadora-geral da Central de Atendimento à Mulher, destaca que o Ligue 180 orienta as mulheres sobre seus direitos e sobre os serviços especializados mais próximos, ajudando a dissipar medos e inseguranças que podem impedir que elas prossigam com as denúncias.

“Às vezes, a mulher tem receio de denunciar por medo de perder a casa ou a guarda dos filhos. Nossas atendentes fornecem informações cruciais para que as vítimas se sintam seguras e acolhidas”, explica.

Durante 2023, a Central recebeu um total de 522.300 ligações, o que corresponde a uma média diária de 1.431 chamadas. A maior demanda veio do Sudeste, com 259.400 ligações, seguida pelo Nordeste com cerca de 130 mil, Sul com 52.400, Norte com 40 mil e Centro-Oeste com 39.900.

O aumento na procura pelo Ligue 180 resultou em um crescimento de 23% no volume de denúncias de violência contra mulheres em 2023, com o número subindo de 95.800 para 117.800 em relação ao ano anterior.

A Central oferece orientações sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (como as Casas da Mulher Brasileira, centros de referência, delegacias de atendimento à mulher, defensorias públicas, e núcleos integrados de atendimento às mulheres), além de informações sobre a localização desses serviços e o registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes, bem como reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados.

 

TRÁFICO

Avião que saiu de MS carregado com cocaína é interceptado em SP

Aeronave pousou em pista clandestina no interior de São Paulo e foi preso, com 400 tijolos de pasta base

16/12/2024 18h00

Avião saiu de MS e fez pouso em aeroporto clandestino de São Paulo

Avião saiu de MS e fez pouso em aeroporto clandestino de São Paulo Foto: Secretaria de Segurança de SP

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Uma aeronave que saiu de Mato Grosso do Sul foi interceptada no estado de São Paulo, carregada com pasta base de cocaína, nesta segunda-feira (16).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o avião de pequeno porte pousou em um aeroporto clandestino próximo ao terminal aéreo de Penápolis, na região de Araçatuba.

Policiais que estavam a bordo do helicóptero da Polícia Militar do estado, já de posse de denúncia sobre o tráfico, se aproximaram para abordagem.

O piloto percebeu a aproximação dos policiais assim que desceu na pista e tentou manobrar o avião e fugir, mas foi impedido pelos militares.

Dentro da aeronave estavam cerca de 400 tijolos de pasta base de cocaína.

O piloto do avião de 33 anos e um passageiro de 45 foram presos no local.

inda segundo a PM, um carro estava nas imediações do aeroporto clandestino para fazer o transporte da cocaína, que seria desembarcada do avião e levada para o destino por via terrestre.

Viaturas do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) realizavam o cerco, mas o motorista abandonou o veículo e fugiu.

A ocorrência está em andamento e, até a publicação desta reportagem, a droga ainda não pesada e não foi divulgado o valor estimado de prejuízo ao tráfico.

Os presos e a pasta base serão encaminhadas à Polícia Federal de Araçatuba, onde o caso será investigado.

Avião saiu de MS e fez pouso em aeroporto clandestino de São PauloAvião estava carregado com cerca de 400 tijolos de pasta base de cocaína (Foto: Divulgação / Secretaria de Segurança de São Paulo)

Nova rota

Apesar de Mato Grosso do Sul ainda ser uma rota do tráfico, devido a posição de fronteira, traficantes estão criando novas rotas do tráfico de cocaína da Bolívia para países europeus, mas dessa vez, desviando o caminho tradicional.

Conforme reportagem do Correio do Estado, descobertas da polícia boliviana identificaram que a rota aérea, usando Santa Cruz de la Sierra até a Polônia, pode ser um caminho encontrado pelos criminosos para desviar da fiscalização que vem ocorrendo a partir de Corumbá, bem como em portos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Essa situação passou a ser uma linha de investigação depois que uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em pequenas porções de amêndoas, que seriam exportadas para a Polônia por uma empresa de importação e exportação chamada Adonai.

Entre representantes dessa empresa está, inclusive, uma servidora municipal da prefeitura de Santa Cruz de la Sierra.

Equipes da FELCN identificaram esse carregamento no dia 22 de novembro. A cocaína, que pode alcançar valor estimado no mercado ilegal na Bolívia de mais de US$ 3,3 milhões, estava camuflada em mais de 50 caixas em que estavam as amêndoas. 

A força policial que identificou o carregamento de cocaína dentro das amêndoas tem unidade instalada em Puerto Suárez, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, e os policiais da FELCN fizeram troca de informações para tentar identificar possíveis rotas alternativas que podem ser criadas.

Do lado brasileiro, as forças de segurança em Corumbá já identificaram diferentes recursos que traficantes tentaram utilizar. 

Houve apreensão de 3,3 kg de cocaína em palmilha de tênis, em outubro, na Nova Corumbá, e outros 4,6 kg com três pessoas, também na palmilha de tênis, em agosto, no posto de fiscalização Lampião Aceso, na BR-262. 

Em maio, 6,5 kg foram localizados dentro de caixas de suco na BR-262, em ônibus de viagem interestadual. Ano passado, 13 kg de cloridrato de cocaína foram encontrados diluídos em cosméticos e foram descobertos pela Receita Federal, no Posto Esdras, com uma mulher equatoriana.

Conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), entre janeiro e novembro deste ano, a apreensão de drogas foi recorde e aumentou em 30% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram interceptados 525.163,6 kg de droga em 2024, contra 403.540,8 em 2023.

Com relação à cocaína, houve a apreensão de 11.623,1 kg. A maconha foi a droga mais interceptada, com 499,76 toneladas. 

Trabalho

Falta de funcionários leva empresária a "arregaçar as mangas"

Precisando recomeçar a vida e sem trabalhadores, uma mulher teve que ir a campo para fazer instalações de segurança em Campo Grande

16/12/2024 17h47

Arquivo Pessoal

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A empresária Juliana Miranda de Oliveira, de 40 anos, proprietária de uma empresa de segurança, ao se deparar com a falta de mão de obra qualificada, não perdeu tempo e foi a campo para atender sua clientela.

Após o divórcio, Juliana contou ao Correio do Estado que precisou recomeçar a vida e decidiu entrar para o ramo de segurança, atuando com a instalação de cercas elétricas, câmeras e concertinas.

Como sempre teve facilidade com vendas, inicialmente entrava em contato com os clientes, negociava pacotes e enviava funcionários terceirizados para realizar as instalações.

No início, a empresária relata que tudo correu muito bem e havia bastante serviço. Entretanto, os funcionários começaram a deixar a desejar no atendimento de qualidade.

“Comecei a procurar mão de obra, mas estava muito difícil. Foi quando contratei um rapaz e comecei a acompanhá-lo, aprendendo no dia a dia”, explicou a empresária.

Foi ‘como andar de bicicleta’: quando se deu conta, já estava realizando o serviço e auxiliando nas instalações para que ficassem prontas antes do tempo previsto — um aprendizado que, como ela mesma definiu, aconteceu “no dia a dia”.

A empresa trabalha com a instalação de concertinas, cercas elétricas, travas de motor, interfones, câmeras, entre outros.

Mulher no batente


Juliana relatou que, por ser mulher, já se deparou com olhares de desconfiança dos clientes — uma percepção que muda quando ela tira a escada, estica a cerca elétrica e entrega o serviço.

“Quando é o primeiro contato, eu sinto essa desconfiança. Teve um parceiro que trabalha com toldos que me contou que tentou passar meu contato para um trabalho, mas a cliente questionou o fato de eu ser mulher e preferiu não aceitar a indicação.”

No entanto, apesar da desconfiança inicial, no final, quando tudo está instalado e funcionando perfeitamente - já que Juliana é detalhista quanto à estética -, os elogios sempre ocorrem.

Arquivo Pessoal

Confiança


Por outro lado, enquanto enfrenta um pouco de desconfiança, Juliana percebe que, quando visita a casa de outras mulheres, as clientes ficam mais à vontade com sua presença.

“Gosto muito da minha profissão. Inclusive, tenho orgulho de entregar um serviço bem feito e de qualidade. Geralmente, peço para o cliente conferir. Se precisar de retorno, não tenho esse problema. Me sinto orgulhosa do meu trabalho.”

A única coisa que a incomoda é o calor escaldante ao qual fica exposta. Porém, no geral, ela relatou que a sensação de utilidade ao entregar uma obra compensa todo o resto.

Coração


O “nascer” da empresa veio do coração de Juliana, que pesquisou o nome de uma estrela e escolheu Alpha Tauri, a estrela mais brilhante de uma constelação. Assim, surgiu a Alpha Tauri Segurança.

Dizem que o fruto não cai longe do pé, e esse é o caso de Juliana. Filha de um mestre de obras, ela sempre observou o pai construindo. Mesmo quando era casada, resolvia sozinha os problemas de casa, sem esperar por ninguém.

Posteriormente, Juliana fez alguns cursos e se dedicou à observação. Após 13 anos cuidando da casa, sem necessidade de trabalhar, começou como motorista de aplicativo e, agora, possui uma empresa consolidada há seis anos.

Caso alguém questione a capacidade de Juliana, uma das maiores obras que ela relata ter realizado foi a instalação de cerca elétrica e alarmes em um condomínio de mais de 400 metros lineares, além da instalação de concertinas na Fiocruz, entre outros projetos.

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