Cidades

PRESERVAÇÃO DA FAUNA

Dnit vai derrubar milhares de árvores ao longo de rodovia no meio do Pantanal

Essa é uma das medidas para tentar reduzir o atropelamento de animais na BR-262, entre Anastácio e Corumbá. Carretas com minério são as "vilãs" das mortes

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As medidas para tentar reduzir o número de atropelamentos de animais silvestres ao longo dos 284 quilômetros da BR-262, entre Anastácio e Corumbá, vão levar à derrubada de milhares de árvores  nas margens da rodovia no meio do Panantal. 

Estudo feito pela entidade Via Fauna, a pedido do Ibama e do Dnit, aponta a necessidade de retirada de toda a vegetação em uma faixa de sete metros a partir do acostamento da rodovia, o que facilitará a visualização dos animais antes que entrem na pista. 

Conforme a superintendente estadual do Ibama, Joanice Lube Battilani,  as árvores serão mantidas somente próximo de córregos, 30 metros de cada lado, e na região de morraria, nos locais onde serão instaladas seis passagens superiores na rodovia, para facilitar a passagem de animais como macacos e quatis. 

Doutora em Ecologia e Conservação e com 20 anos de carreira no Ibama, a superintendente admite que o desmatamento “é polêmico, pois tem angico, aroeira, carandá, ipê, entre outras espécies nobres” que serão derrubados. 

Mas, também existe vegetação invasora na região e que precisa ser contida. De acordo com Joanice, milhares de exemplares de leucena tomaram conta das margens da estrada naquela região e todas terão de ser removidas.

“Possivelmente vai ter gente que vai reclamar, mas precisa entender que é para salvar vidas de animais e de usuários da rodovia”, explica ela ao lembrar que grande parte das mortes que ocorrem naquela região é em decorrência da colisão de veículos contra árvores de grande porte muito próximas da pista de rolamento.

Outra vantagem, segundo ela, é que a retirada de toda a vegetação às margens da pista reduzirá o risco de incêndios provocados por bitucas de cigarro jogadas por motoristas desatentos. Joanice lembra, ainda, que toda a madeira será doada e poderá gerar um bom retorno a alguma entidade filantrópica.

SÉRIE DE MEDIDAS

O desmatamento é somente uma das medidas que o Dnit terá de adotar para tentar reduzir os atropelamentos de animais, que saltaram da média de 1,67 por dia em 2011 para 10,5 diários em 2021, conforme levantamento feito entre dezembro de 2020 e novembro do ano seguinte, período que ficou marcado pelas intensas queimadas na região. 

Os 16 km de telas existentes hoje serão retirados para instalação de 140 km de alambrados mais altos e afastados da pista

Além da retirada da vegetação, o estudo apontou a necessidade de instalação de pelo menos 140 quilômetros de telas com dois metros de altura nos locais mais críticos, próximo a córregos e refúgios ecológicos. 

Em 2019 o Dnit chegou a instalar cerca de 16 quilômetros de tela, mas todas terão de ser removidas e refeitas, pois estão muito próximo da pista e não seguem os padrões técnicos, segundo Joanice. As novas telas terão de ser instaladas no pé do aterro, afastado da pista.

Os estudos iniciais do Ibama haviam apontado ainda a necessidade de instalação de 22 radares, mas apenas 12 chegaram a ser implantados. Destes, conforme Joanice, apenas cinco funcionam. Agora, de acordo com ela, o Denit se comprometeu a reativar os sete antigos e instalar outros dez, o que vai forçar motoristas a reduzirem a velocidade nos locais de maior incidência de mortes. 

Outra exigência do Ibama é a abertura de cinco novas passagens subterrâneas em locais críticos. Estas aberturas, de acordo com a superintendente do Ibama, serão feitas sem a necessidade de interrupção do tráfego. 

AUMENTO NO TRÁFEGO

De acordo com Joanice, o número de caminhões transportando minério disparou nos últimos anos na BR262, passando de cerca de 300 para uma média diária de 800. E, de acordo com ela, as mortes  estão diretamente ligadas a este aumento. O Dnit estima que nos próximos anos o número de caminhões rompa a barreira de mil por dia, de acordo com Joanice.

“Cerca de 90% dos atropelamentos acontecem no período noturno, ou perto do anoitecer e amanhecer. E essas carretas ficam na estrada durante as 24 horas do dia. Então, a gente acredita que os caminhões sejam os principais responsáveis pelas mortes”, diz. 

Jaguatirica encontrada na semana passada no trecho entre Anastácio e Corumbá

Nos doze meses monitorados pelo instituto Via Fauna (dezembro de 2019 a novembro de 2020) foram encontradas nada menos que 3.833 carcaças. Entre as maiores vítimas estavam 516 jacarés; 305 tatus-galinha; 301 graxains; 300 cachorros-do-mato; 268 tatus-peba; 155 capivaras e 137 tamanduas-mirim. Nenhum destes está na lista de animais ameaçados de extinção. 

Porém, os pesquisadores também encontraram 59 tamanduas-bandeira; 19 cutias, 14 lontras, 13 antas, 12 bugios pretos, 5 cervos do pantanal, um lobo-guará e uma onça-pintada, todas espécies ameaçadas de desaparecerem da natureza. 

MULTA MILIONÁRIA

A previsão do Ibama é de que sejam necessários pelo menos R$ 25 milhões de reais para que todas as medidas sejam atendidas. De acordo com a superintendente do Ibama, o Dnit já deixou claro que está disposto a seguir todas as determinações e já tem disponibilidade de recursos para iniciar os trabalhos. A licitação, de acordo com ela, deve sair nas próximas semanas. 

Mas o órgão federal responsável pela rodovia só concordou em adotar as medidas após anos de pressão e depois de uma multa de R$ 9 milhões aplicada pelo Ibama (outro órgão federal) no ano passado. Boa parte das adequações deveriam ter sido adotadas entre 2015 e 2019, mas apenas 16 km de telas, duas passagens superiores e 12 radares foram instalados. 

A rodovia está sem licença de funcionamento desde 2014 e este documento somente será concedido depois que as exigências do Ibama forem atendidas, explica a Joanice. O prazo para conclusão dos trabalhos é até o final de 2025. 

Além de refazer as duas passagens superiores que já existem, Dnit terá de instalar outras quatros na região dos morros, próximo a Corumbá

LONGA ESPERA

Fila de quase dois anos para exames em Campo Grande entra na mira do MP

Reagendamento de paciente com epilepsia trouxe à tona fila com mais de mil e cem pacientes e espera que data desde 2023

10/04/2025 12h59

Apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame pelo SUS em Campo Grande, segundo a Sesau

Apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame pelo SUS em Campo Grande, segundo a Sesau Reprodução/Internet

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Após um paciente epilético ter seu exames de eletroencefalografia (EEG) cancelada num primeiro momento, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul foi acionado e foi revelado que a fila para encefalogramas em Campo Grande beira dois anos de espera e tem mais de mil pessoas no aguardo pelo procedimento. 

 A Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) aparece como solicitante no processo, que levou à instauração de inquérito após a denúncia chegar à  76ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública. 

Conforme o Ministério Público em nota, o paciente em questão trata-se de alguém com epilepsia fármaco-resistente, ou seja, cujo o organismo acaba resistindo aos efeitos de medicamentos que normalmente seriam eficazes. 

Seu procedimento teria sido cancelado na ocasião, sem justificativa prévia, com o Ministério Público apurando que o caso se tratava de um reagendamento, porém o tamanho da fila em questão para EEG é que chamou a atenção do MPMS. 

Fila de anos

A ABE reforça que tais exames são fundamentais em diversos diagnósticos e acompanhamentos de condições neurológicas, como no caso da própria epilepsia.

Entretanto, quem busca fazer o exame em Campo Grande pelo Sistema Único de Saúde (SUS) encontra uma fila preocupante, onde a solicitação mais antiga por um eletroencefalograma data de 09 de setembro de 2023, há quase dois anos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). 

Em resposta ao Ministério Público, a Sesau informa que apenas o Hospital Nosso Lar e a Santa Casa executam o exame em Campo Grande pelo SUS, confirmando inclusive a existência da longa fila de espera. 

Os números repassados pela Secretaria Municipal de Saúde apontam para 1.142 pessoas no aguardo para a realização do exame, com o pedido mais antigo por EEG feio há mais de um ano e meio. 

Com isso, o Estado de Mato Grosso do Sul e Executivo de Campo Grande foram provocados pelo MPMS a tomarem ações concretas, a fim de melhorar o acesso aos mais variados tipos de encefalograma, como: 

  • Em vigília, com ou sem fotoestímulo; 
  • Em sono induzido, com ou sem medicamento;
  • Quantitativo com mapeamento.

A Sesau fez questão de ressaltar a adesão do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul ao Programa MS Saúde que, apesar da unidade não estar sob gestão municipal, auxilia com a execução dos exames na fila crescente.

Com intuito de resolver a imensa fila, que impacta a qualidade de vida e saúde de quem aguarda por um EEG, o inquérito servirá para levar as investigações a fundo, bem como levantar medidas adotadas principalmente pela Sesau e Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

Enquanto era candidata em período eleitoral, a atual prefeita da Capital, Adriane Lopes, afirmou que o Hospital Municipal estará em funcionamento até outubro de 2025, que pelas estimativas da Sesau estaria apto a fazer os exames eletroencefalograma, entre outros procedimentos. 

Cabe apontar que tanto o Hospital Regional quanto a Santa Casa foram procurados, para que pudessem citar a quantidade de EEGs feitos no último ano, indicando quantas pessoas aguardam nas filas e de quando data a solicitação mais antiga, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno. O espaço segue aberto ao posicionamento.

 

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Acidente

Equipe de Munhoz & Mariano esclarece que dupla não teve relação com acidente em rodeio

Falha durante show pirotécnico ocasionou ferimentos em pessoas da plateia

10/04/2025 12h30

Show de Munhoz e Mariano após rodeio em Nioaque

Show de Munhoz e Mariano após rodeio em Nioaque Reprodução

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A assessoria da dupla sertaneja Munhoz & Mariano divulgou, na manhã desta quinta-feira (10), um comunicado oficial esclarecendo que o acidente envolvendo fogos de artifício no 1º Rodeio Festival de Nioaque (MS) não teve qualquer ligação com o show dos artistas.

O incidente ocorreu na noite da última terça-feira (8), durante a queima de fogos que marcou o encerramento do evento.

Confira o informativo na íntegra:

"COMUNICADO

Gostaríamos de esclarecer que os fogos de artifício foram disparados ao final das apresentações do RODEIO na cidade de Nioaque/MS, no dia 08/04 (terça-feira), e não durante os shows dos artistas, como pode ter sido mal interpretado. É importante frisar que os fogos não foram disparados pela equipe da dupla Munhoz & Mariano, e não ocorreram durante o show.

A segurança do público, dos artistas, do staff e da nossa equipe é sempre nossa prioridade. Assim que os serviços de socorro realizaram os devidos atendimentos às pessoas que necessitaram de ajuda, seguimos com o show de forma segura, sem comprometer o bem-estar de todos.

Agradecemos a compreensão de todos e reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a qualidade de nossos eventos.

Equipe Munhoz & Mariano, Ninho do Entretenimento, Ame Arte e música."

O incidente 

O acidente aconteceu quando uma estrutura metálica em formato de violão, carregada com fogos de artifício, foi acionada no centro da arena do rodeio.

Imagens feitas por espectadores mostram o momento em que um dos disparos atingiu a arquibancada, causando pânico entre o público.

A fumaça encobriu rapidamente o local, e uma mulher a desmaiar após ser atingida. Ela foi socorrida por seguranças e encaminhada ao hospital da cidade para atendimento médico. 

De acordo com a organização do evento, os fogos foram disparados por uma equipe terceirizada contratada pelo rodeio.

O caso está sendo investigado pelas autoridades locais para apurar possíveis falhas na execução do espetáculo pirotécnico ou na segurança do evento. Até agora, não há registros confirmados de feridos graves além da mulher socorrida no hospital.

O show

O 1º Rodeio Festival fez parte das comemorações pelos 176 anos de Nioaque e contou com diversas atrações culturais e musicais, incluindo o aguardado show da dupla Munhoz & Mariano. A entrada foi solidária, mediante a doação de alimentos não perecíveis.

Apesar do susto, o show da dupla prosseguiu normalmente após o incidente.

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