Cidades

Teste de fôlego

Dobra a demanda por oxigênio medicinal em Mato Grosso do Sul

Não é só nos hospitais que a necessidade da respiração mecânica dos pacientes é grande; para tratamento residencial, procura por cilindros está maior

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O aumento na demanda por leitos hospitalares ou de casos de pacientes de Covid-19 que precisam de respiração auxiliar – ainda que em casa – provocou uma corrida às lojas que comercializam oxigênio medicinal.  

A demanda praticamente dobrou (crescimento de 100%) desde que a pandemia agravou-se. O Correio do Estado procurou representantes de cinco distribuidoras de oxigênio (ABF, Oximorena, SleepCare, Respirare, Air Liquide Brasil, White Martins e ABC) e todos foram categóricos e demonstraram o aumento da procura pelos aparelhos respiradores e pelos cilindros com o produto próprio para uso medicinal.  

Segundo o empresário José Vicente Costardi Girotto, 56 anos, da Oximorena, o aumento foi significativo. “Eu atendo não apenas a Capital como também outros municípios do interior e a demanda aumentou mais de 100%. Há 37 anos nesse mercado, eu nunca vi nada parecido”, afirma o empresário.  

A percepção se repete em várias outras empresas. Segundo Daniel Aparecido da Fonseca, 46 anos, proprietário da ABC, o maior impacto foi sentido ainda em agosto do ano passado, primeiro mês em que o Estado apresentou grandes números de casos confirmados da doença.

“Desde que começou a pandemia, tivemos um aumento significativo na procura por oxigênio. O mês mais expressivo foi agosto de 2020, quando a demanda aumentou 100%. Agora a procura está voltando, em março já sentimos um novo aumento de 40%”, afirma Daniel.

O empresário explica ainda, que em razão da procura, foi observado uma alta no preço do oxigênio nas fabricantes. “Desde o início da pandemia, o preço aumentou em 30% nas fábricas”.

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PODE FALTAR?

Sobre a falta de oxigênio, os empresários dizem que não há risco, pelo menos por enquanto. “Agora temos tudo sob controle, não temos essa percepção de que vai acabar, pelo menos não por agora”, deduz Daniel.

Para José Vicente, a opinião é a mesma. “Nós nos preparamos para isso. Estive atento aos noticiários e vi o que aconteceu em Manaus. Mas aqueles que não se prepararam podem enfrentar algumas dificuldades daqui em diante, tendo em vista o crescimento dos casos confirmados no Estado”.  

O oxigênio é utilizado também por pacientes que fazem o tratamento domiciliar, por meio de assistência do home care. Nesses casos, o volume vendido é muito inferior se comparado a um hospital, afirma José Vicente.

Esses pacientes procuram uma loja revendedora para poder comprar o medicamento que será administrado de casa. Adrielle Maria, 26, faz o tratamento do filho de 4 anos em casa, e diz que está difícil de encontrar o oxigênio durante o período de pandemia. “Em três empresas que eu procurei o oxigênio estava em falta, e eles me disseram que o motivo era alta demanda”, afirma.

QUANDO USAR?

Os pacientes infectados pela Covid-19 precisam utilizar o oxigênio quando apresenta um quadro de baixa saturação, ou seja, pouca oxigenação no sangue. A médica pneumologista, Ana Maria Campo Marques explica que para a utilização do medicamento é preciso um diagnóstico que consiste na observação de O2 na corrente sanguínea do paciente.  

“Não são todas as pessoas com Covid-19 que precisam utilizar o oxigênio, são apenas algumas. O medicamento é usado quando a saturação está baixa, com pouca oxigenação. Algumas pessoas vão precisar apenas do cateter, outras precisam de um fluxo maior e, então, utilizam a máscara. A necessidade é maior mesmo quando não dá para oxigenar com métodos que chamamos de não invasivos. Sendo assim, existe a necessidade de fazer a intubação, colocando o paciente no respirador”, explica a pneumologista.

Ainda de acordo com a médica, alguns pacientes Covid-19 são liberados dos hospitais quando estão equilibrados clinicamente e precisam apenas da manutenção da saturação.

“Temos várias pessoas, também com outras doenças pulmonares, que usam oxigênio em casa. O paciente que precisa do oxigênio não precisa necessariamente do hospital. Eu avalio a liberação do paciente para casa como uma boa medida. Isso diminui o risco de infecção hospitalar, por exemplo, além de liberar o leito para outros pacientes que precisam da assistência clínica. Muitas pessoas que estão com sequelas do coronavírus estão utilizando o oxigênio em casa. Essa é uma medida segura para o paciente”, reconhece Ana Maria Campos Marques.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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