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Drone vira arma na guerra contra a "pior praga" do eucalipto

Pulverização com o equipamento pode ser feita inclusive à noite e eficácia contra cigarrinha que inibe o crescimento das árvores é maior

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Em menos de uma década, Mato Grosso do Sul dobrou sua área ocupada com plantações de eucalipto e hoje está com cerca de 1,7 milhão de hectares, devendo chegar em dois milhões de hecares nos próximos anos. Com essa rápida expansão, algumas pragas cresceram na mesma proporção e para combatê-las, o uso do drone está sendo uma das melhores alternativas. 

Percebendo este novo nicho, Andrei Luiz da Silva, que há sete anos já trabalhava com drones, mas geralmente para fazer imagens, resolveu investir R$ 250 mil na compra de um equipamento para pulverização. 

Nesta semana ele concluiu seu primeiro trabalho, espalhando defensivo em 270 hectares contra uma praga conhecida como psilídeo de concha, que, segundo ele, é um inseto que come os brotos novos e atrasa o crescimento normal das árvores. “É a pior praga que ataca as plantações e cresceu muito nos últimos anos”, explica. 

Ela existe há muito tempo no Brasil, conforme ele, mas, assim como qualquer outra praga, se propagou na mesma proporção em que aumenta a disponibilidade de alimento. Por isso, praticamente todas as plantações do Estado estão recorrendo à pulverização pelo menos uma vez por ano. 

O drone usado por Andrei, que pesa 25 quilos e tem capacidade para 20 litros, custou R$ 160 mil, mas além dele é necessário investir em uma série outros de equipamentos, desde gerador para recarregar as baterias até veículos para o transporte de toda a estrutura. 

De acordo com Andrei, que reside em Ribas do Rio Pardo, cidade que está recebendo investimento de R$ 23 bilhões da fábrica de celulose da Suzano, as grandes empresas normalmente utilizam aviões para fazer a pulverização, mas também já estão usando drones, pois é uma alternativa mais barata e principalmente mais eficaz para fazer as aplicações. 

Ele explica que antes de espalhar o pesticida é feito todo o mapeamento aéreo da plantação e assim que o trabalho começa, o visor do equipamento mostra exatamente as áreas que já foram borrifadas e aquelas que ainda faltam.

Além disso, explica, a pulverização com drone utiliza produto mais concentrado, sobrevoa próximo à plantação e por isso a eficácia para eliminar a praga é maior. Cada voo dura, no máximo, dez minutos, que é o tempo de carga de uma bateria de lítio que mantém no ar os 45 quilos do equipamento e do defensivo.

Depois disso, precisa retornar à base, trocar a bateria (enquanto utiliza uma, as outras duas são recarregadas) e encher o reservatório com o veneno.  Ao final de cada voo, garante faturamento de R$ 280,00. Então, ao concluir os 270 hectares da Fazenda Canta Galo 2, faturou algo em torno de R$ 38 mil, quase o equivalente a um quarto dos R$ 160 mil que investiu para comprar o drone de fabricação chinesa

Porém, se tivesse comprado um equipamento para até 40 litros, como aqueles que são utilizados por empresas como Bracel e Suzano, segundo Andrei, teria de desembolsar pelo menos R$ 220 mil. Mas, como a capacidade de trabalho é maior, o retorno cresceria na mesma proporção. 

Em dez minutos, consegue cobrir dois hectares. E, como perde algum tempo com a troca das baterias e o reabastecimento, ao final de um dia consegue fazer em torno de 70 hectares. Porém, se houver pressa, consegue fazer bem mais, pois o trabalho pode ser feito inclusive no período noturno. 

À noite, segundo Andrei, é o melhor período para fazer o trabalho, pois normalmente o vento é menor (não pode passar de dez km por hora), a umidade é mais alta (precisa estar em pelo menos 50%) e a temperatura é mais baixa (não pode borrifar em calor acima de 30 graus)

Operador do drone precisa ficar em altura superior à das árvores para evitar interferência nas ondas de rádio

E, além de comprar os equipamentos, Andrei lembra que é necessário ter um guindaste que consiga erguer o piloto em uma altura superior à das árvores, que na Canta Galo estavam com 15 metros. Caso contrário, ocorre interferência nas ondas de rádio e o drone imediatamente despenca. Mas esse guindaste é alugado, pois por enquanto ele não teve condições de comprar. 

Ele está convicto de que a atividade tem futuro promissor e está prestes e fechar um outro serviço, mas desta vez para espalhar isca sólida para eliminar formigas sobre uma plantação de mil hectares de eucalipto e com árvores que já estão com 25 metros de altura. 

E as formigas são outra praga que ataca as plantações de eucalipto. Nos anos 70 do século passado, quando fracassou o projeto de instalação de uma fábrica canadense de celulose em Ribas do Rio Pardo, cerca de 500 mil hectares de eucalipto acabaram sendo dizimados pelas formigas. A região ficou conhecida como "o maior formigueiro do mundo"

Ou seja, além de espalhar produtos líquidos, os drones também podem ser utilizados para espalhar produtos sólidos, sejam eles em pó ou granulados, explica Andrei. O trabalho na plantação de eucaliptos ao longo da última semana, segundo ele, ocorreu porque ele reside numa região dominada por esta cultura, mas a meta é atender produtores que precisam de pulverização em qualquer tipo de lavoura, como soja e milho, por exemplo. 

PRAGA DOS EUCALIPTOS

Conforme a Embrapa, psilídeos são insetos saltadores, semelhantes a minúsculas cigarrinhas, com comprimento variando de um a dez milímetros. Na Austrália, são chamados de “jumping plant lice”, piolhos saltadores de plantas. 

São conhecidas, ainda de acordo com estudos da Embrapa, em todo o mundo, cerca de 2.500 espécies e a maioria se desenvolve em plantações de eucalipto.  Ela se desenvolve principalmente no período de poucas chuvas. 

 

 

 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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