A duplicação do Anel Viário de Campo Grande, trecho de aproximadamente 25 km que no passado contornava a zona urbana da cidade e agora foi engolido por ela, ficará pronto apenas em 2030 ou seja, no quinto ano de concessão do novo contrato que será assinado após o leilão da rodovia, a ocorrer no dia 25 de maio.
A CCR e subsidiária MSVia tem tudo para vencer a concorrência, que será realizada na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo (SP).
O trecho da BR-163 que atravessa Campo Grande, de acordo com estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é também o mais violento nos 845 km da rodovia que atravessa o Estado de norte a sul.
Conforme dados da PRF, nos 12 meses de 2024, ocorreram 144 acidentes no local, o que representa nada menos que 16,6% de todas as ocorrências registradas ao longo de toda a rodovia. Em 2023, esse porcentual foi ainda maior (20%).
A duplicação do Anel Viário de Campo Grande integra o trecho contínuo que deve ser quase todo duplicado, entre as cidades de Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes.
As obras de duplicação previstas no plano de trabalho da concessionária atual ou futura, dependendo do resultado do leilão começam já no primeiro ano de contrato. Tudo indica que o documento será assinado no segundo semestre.
Na Capital, as primeiras obras de duplicação devem ocorrer em um trecho de 3 km que compreende o Posto de Fiscalização da PRF ali localizado e vai até a entrada da Colônia de Férias da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), em frente a uma das unidades do Posto Platinão. Esse trecho está previsto para ser concluído no primeiro ano de contrato.
No segundo ano de concessão, as obras de duplicação da BR-163 na Capital devem avançar do trecho da Colônia de Férias da ACICG até as proximidades do km 460 da via, próximo a uma nova unidade do Posto Platinão.
No quarto ano de concessão, a ANTT determina que as obras de duplicação que partam do trecho anteriormente descrito cheguem, enfim, na rotatória que interliga a Avenida Gury Marques ao Anel Viário de Campo Grande.
Todo o trecho do Anel Viário deverá ficar pronto até o quinto ano de concessão, ou seja, em 2030. A parte do Anel Viário de Campo Grande que é denominada BR-163 e é concessionada à CCR MSVia é compreendida entre os quilômetros 466,3 e 490,6 e liga as rotatórias da Av. Gury Marques e da Av. Cônsul Assaf Trad, passando pelo entroncamento com a BR-262.
OUTRAS INTERVENÇÕES
A CCR MSVia também prevê mais intervenções para duplicar a BR-163. Elas estão previstas para serem realizadas nos municípios de Mundo Novo, Itaquiraí, Juri, Dourados, Douradina, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Jaraguari, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim, Pedro Gomes e Sonora.
A concessão também vai construir contornos urbanos nas cidades de Mundo Novo (pista simples), Eldorado (pista simples), Itaquiraí (pista simples), Dourados/Vila São Pedro (pista dupla), Dourados/Vila Vargas (pista dupla) e Coxim (pista simples).
Ainda estão previstas travessias urbanas em Cruzaltina, distrito de Douradina; em Prudêncio Thomaz, distrito de Rio Brilhante; em Nova Alvorada do Sul; em Campo Grande; em Bandeirantes;
em São Gabriel do Oeste; e em Rio Verde de Mato Grosso.
RELICITAÇÃO
O leilão da BR-163 está previsto para o dia 22 de maio. Trata-se da primeira concorrência lançada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) neste ano.
No leilão, outras empresas interessadas em administrar a BR-163 poderão fazer suas propostas. Atual concessionária, a CCR MSVia está pré-habilitada.
Caso não haja interessados no leilão, ela permanecerá com a concessão da rodovia pelos próximos 29 anos. O contrato reestruturado terá um prazo de 29 anos, sendo 19 anos remanescentes do contrato original, vigente desde 2014, e mais 10 anos adicionais de otimização.
Para desbancar a atual concessionária, um concorrente terá que comprovar que tem a quantia de R$ 1,122 bilhão em sua conta bancária. Além disso, terá que cobrar um pedágio em valor inferior ao que a CCR está disposta a praticar.
Os investimentos nos 845,9 km da BR-163 totalizarão pouco mais de R$ 17 bilhões ao longo dos 29 anos de contrato.
O edital prevê 203 km de duplicação, 147,77 km de faixas adicionais, 28,2 km de contornos, 22,99 km de vias marginais e a execução de seis correções de traçado.


