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Em 15 anos, MS autuou cinco motoristas por dia na Lei Seca

Desde o início de vigência da legislação, em 2008, cerca de 29 mil ocorrências já foram notificadas no Estado com flagrante de motoristas sob efeito de álcool

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A Lei Seca está em vigência no Brasil desde 20 de julho de 2008. Em 15 anos, cerca de 29 mil ocorrências já foram notificadas em Mato Grosso do Sul, segundo levantamento feito pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o que representa uma média de cinco ocorrências por dia. 

No País, desde a implantação da Lei Seca, foram registradas 1.015.570 infrações por direção sob efeito de álcool. Entre as capitais, Campo Grande ocupa a 13ª posição no ranking de ocorrências de direção sob efeito de álcool, com 6 mil autuações. Belo Horizonte é a capital com mais notificações, cerca de 48 mil, e Brasília vem em seguida, com 36 mil. 

Entre os estados, Minas Gerais é a unidade da Federação com o maior número de infrações por direção sob influência de álcool, 187 mil, sendo seguido por São Paulo, com 162 mil, e Paraná, com 83 mil. MS é o 12º colocado no ranking, de acordo com os dados do Senatran. 

De janeiro a 24 de setembro desse ano, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) aponta que foram 2.095 autuações por direção sob efeito de álcool. Já em 2022, de janeiro a setembro, foram 2.581 infrações. 

A Lei Seca prevê como infração de trânsito dirigir após ingerir álcool. O condutor que for flagrado com 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar já está infringindo a legislação, e a partir de 0,34 miligrama de álcool por litro de ar alveolar, comete crime de trânsito. 

Andrea Moringo, diretora de Educação de Trânsito do Detran-MS, relata que muitos dos acidentes que ocorrem estão associados à bebida e ao excesso de velocidade.

“Quando o condutor ingere a bebida alcoólica, ele extrapola no limite de velocidade, ele perde a noção das regras e acaba incorrendo em sinistros, em colisões muito graves, até chegando a óbito”, diz a diretora. 

O órgão procura atuar principalmente na prevenção, realizando atividades educativas, como uso de óculos de realidade virtual que simula uma situação de embriaguez, visando a mudar o comportamento dos condutores que dirigem após ingerir bebida alcoólica, que, para Moringo, é uma questão comportamental. 

“As pessoas banalizam, elas acham que não vão ser pegas dirigindo o veículo embriagadas e que tudo vai ficar por isso mesmo, aquele famoso jeitinho brasileiro. Mas, ainda assim, nós encontramos muitos condutores embriagados”, comenta Andrea. 

Além das atividades educativas, também há a fiscalização, as famosas blitze da Lei Seca, que é reforçada por diversos agentes, como o Detran-MS, o Batalhão da Polícia Militar de Trânsito, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e a Guarda Municipal. 

PERFIL 

O estudo feito pelo Senatran aponta também o perfil da pessoa que comete a infração de dirigir após ingerir bebida alcoólica: em sua maioria, são homens entre 30 anos e 40 anos. O perfil brasileiro delineado pelo estudo nacional não é diferente do encontrado no Estado. 

A diretora de Educação de Trânsito do Detran-MS relata que um dos motivos para esse ser o perfil é que a maioria dos condutores de veículos também é constituída de homens. No País, 80,27% dos infratores são do sexo masculino, enquanto 19,73% são do sexo feminino. 

A faixa etária tem uma distribuição um pouco maior: 30,7% dos infratores estão na faixa entre 30 anos e 40 anos; 23,4%, entre 41 anos e 50 anos de idade; 19,8%, menores de 30 anos; 16,2%, entre 51 anos e 60 anos, e 9,9%, mais de 60 anos. 

A respeito dos dias em que ocorrem mais autuações, tanto nacionalmente quanto no Estado, os fins de semana têm os maiores números de registros de autuações. No País, o dia que mais tem autuações é domingo, com 30,6%, seguido por sábado, com 27,7%, e sexta-feira, com 13,6%. 

No Estado, o diretor de Fiscalizações do Detran-MS, Rubem Ajala, informa que as ocorrências ocorrem com mais frequência de quinta a domingo, mas principalmente aos sábados e domingos, no período noturno. 

Em relação aos veículos, os condutores de carros são os que mais são autuados por dirigir sob influência de álcool, sendo 78,72% do total. Motociclistas e afins respondem por 16,74% das autuação por dirigir embriagado, e motoristas de veículos de carga, por 3,80% da notificações. 

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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