Cidades

MEMÓRIA

Em 1999, briga entre gangues aterrorizava escolas de Campo Grande

Tiroteios e roubos eram desafios a serem solucionados na periferia

RAFAEL RIBEIRO

23/08/2018 - 00h05
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ACONTECEU EM 1999...

Há quase 20 anos, um dos principais problemas de Campo Grande era a violência registrada nas escolas, sejam elas públicas e particulares. A informação foi levada ao público na manchete do Correio do Estado publicada em 19 de agosto de 1999: 'Gangues aterrorizam 40 escolas.'

De acordo com a reportagem, as instituições de ensino eram consideradas problemáticas pelas secretarias estadual de Educação e Segurança Pública, com relatos e ocorrências de furtos e brigas registradas constantemente. 

Segundo o jornal, o principal motivador para a onda de violência era o baixo efetivo do então Policiamento Ostensivo Escolar, batalhão da Polícia Militar já extinto e que hoje dá lugar à Ronda Escolar.

Para exemplificar a gravidade da situação em alguns pontos da Capital, a reportagem cita o caso da Escola Estadual Ada Teixeira dos Santos, no Jardim Campo Belo, região norte. Dois dias antes da publicação, uma quadrilha de adolescentes invadiu uma sala, durante uma aula, para espancar e roubar um aluno de 15 anos. Cinco pessoas foram detidas suspeitas de participação na ação.


Foi o estopim para uma crise, explica o texto, que já se arrastava desde junho, quando a festa junina da instituição terminou em tiroteio entre gangues rivais, felizmente sem feridos. Desde então, aulas eram constantemente encerradas mais cedo por conta da falta de segurança.

Sem alternativas, a diretora suspendeu as aulas após os 1,3 mil alunos do local se recusarem a estudar sem qualquer segurança.

A rotina só seria retomada, ainda longe de uma normalidade esperada, no dia seguinte. "PM garante reestabelecimento das aulas", é a chamada de uma reportagem abre de página do dia 20 de agosto daquele ano, onde é informado que dois policiais militares seriam mantidos de forma fixa na Ada Teixeira, por decisão dos secretários de Segurança e Educação, Franklin Masruha e Pedro Kemp, respectivamente.

RELATOS

Ainda de acordo com reportagem publicada naquele dia, outra região de Campo Grande com problemas crônicos de violência entre gangues era a oeste. Bairros como os jardins Carioca e Sayonara, além da Vila Popular, acumulavam há pelo menos quatro meses casos de espancamentos, furtos, roubos e até de estupros nos arredores de suas escolas.

O caso mais grave aconteceu no dia 18 daquele mês, quando três pessoas foram baleadas durante tiroteio na porta da Escola Municipal Sebastião Lima, na Vila Serradinho, na mesma região. Dois jovens, de 19 e 20 anos, foram presos pela PM suspeitos de participação no crime.

Como protesto pela violência, alunos decidiram não ir às aulas (Registro de Valdenir Rezende)

Na região sul, em bairros como Jardim Tijuca e Aero Rancho, invasões de escolas no período noturno eram comuns, com o propósito de furtar. No dia 24 daquele mês, o Correio noticiava que um vigilante da prefeitura fora espancado por jovens enquanto tentava capturar adolescentes flagrados após invasão e furto de merenda e um computador.

A gravidade da situação era tamanha que Campo Grande apresentava 50% de evasão de suas escolas públicas. Em todo o Mato Grosso do Sul, o índice de desistência e evasão escolar alcançou 41% em 1999. Na Região Sudeste, que engloba Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, os estados mais populosos do Brasil, o índice era de 26%.

SOLUÇÕES

Entre as motivações para a explosão da violência escolar, o Correio aponta para o erro de avaliação e gestão da então administração estadual e também do comando da época da Polícia Militar.

De acordo com a reportagem, o Policiamento Ostensivo Escolar só havia sido reativado há dois meses, após os casos de violência se acumularem. Antes, durante todo o primeiro semestre daquele ano, a prioridade era pelo Policiamento Comunitário Integrado.

A ideia de reforçar a presença da PM em todos os bairros, no entanto, foi abortada, por conta da falta de viaturas. O próprio POE sofria com a falta de infra estrutura adequada: apenas dois veículos e 15 homens para patrulharem toda a cidade, nos três períodos.

Outra ideia daquele ano, que acabaria não vingando, era a Guarda Escolar. Ideia do então governador Zeca do PT, o projeto previa o retorno de policiais militares aposentados à ativa para que fizessem a segurança em escolas. Mas, após a conclusão das inscrições, no fim do primeiro semestre, apenas 50 pessoas demonstraram interesse.A meta do Governo Estadual era 400 homens.

A violência na rede escolar diminuiu de intensidade, mas continua sendo um problema, ao ponto do governador Reinaldo Azambuja (PT) apostar em um modelo reformulado da ronda comunitária escolar no ano passado como forma de aumentar a presença policial (e a segurança) nas escolas da rede pública estadual.



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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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