Cidades

TEMPO

Em apenas 8 dias, novembro já é um dos meses mais chuvosos do ano na Capital

Campo Grande não passava dos 79 milímetros de precipitação neste ano desde abril, mês em que foi registrado 138,6 mm

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Bastou uma semana para este mês se tornar um dos mais chuvosos de Campo Grande neste ano. Até sexta-feira, ou seja, em oito dias, foram registrados 79 milímetros de chuva na Capital, marca que já ultrapassou o volume de chuva de outubro (74,4 mm) e não era observada desde abril. Nesse período, o único dia em que não houve registro de chuva foi terça-feira. 

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), desde abril não chovia tanto na Capital. Naquele mês, o acumulado chegou a 138,6 mm, o maior deste ano em Campo Grande.

Segundo o meteorologista Vinícius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), o tempo de Campo Grande está sendo afetado pelo estabelecimento do período chuvoso no Brasil central, que normalmente ocorre em outubro, e deve continuar se estendendo para este mês.

“Nos dados de setembro, percebemos que haveria essa mudança de cenário a partir de outubro. Há 12 meses atrás, a situação era de chuvas abaixo da média e calor acima. Agora, entramos em novembro com os modelos indicando que as chuvas vão ficar próximas da média histórica, o que é o cenário positivo para nós”, informou Sperling.

Outubro se mostra um divisor de águas quando se compara o balanço das chuvas realizado pelo Cemtec-MS, em que sete municípios do Estado ficaram acima da média histórica de precipitação no mês.

De acordo com o Inmet, nos últimos três meses, o acumulado de chuvas foi de 160 mm. No mesmo período do ano anterior, foram apenas 120,6 mm registrados na Capital. 

Em outubro, especificamente, chegou a chover apenas 18 mm no ano passado. No entanto, as chuvas se tornaram mais regulares neste ano, registrando 74,4 mm de precipitação.

O acumulado de precipitação de agosto a outubro em Campo Grande foi 40% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, este ano segue com um dos menores acumulados de chuva na Capital, muito influenciado pelo verão, que em 2024 teve números inexpressivos. Em março, por exemplo, choveu apenas 13,6 mm.

RETORNO DA CHUVA

Esse período chuvoso que começou na segunda quinzena de outubro deve se estabelecer, estendendo-se no decorrer deste mês e de dezembro.

Conforme informou o meteorologista, o período de chuvas na Bolívia, que sofria com queimadas na região pantaneira, também influenciou para a melhora do tempo em Campo Grande, contribuindo para que toda a fumaça que vinha do país vizinho para a cidade fosse dissipada.

“O que vem contribuindo para a chegada das chuvas, em resumo, é a alteração nos padrões de vento, que favorecem o transporte de umidade da região amazônica. Os dias têm mais chuvas e tempestades do que outros devido à influência de fatores meteorológicos transientes, como baixa pressão, cavados e frente fria”, declarou Sperling.

Segundo o meteorologista, as pancadas de chuva que ocorrem em Campo Grande ainda não estão disseminadas em todas as regiões do Estado, mas esse cenário do período de chuvas ajuda a aliviar o calor intenso ocorrido em outubro.

“Com certeza esse cenário positivo diminui o calor intenso que aconteceu no mês de outubro, em que quase chegamos nos 40°C em Campo Grande. No interior, alguns municípios passaram chegando a 43°C. Nos próximos três meses ainda vai acontecer períodos sem chuvas, tendo aquecimento, mas de forma geral, têm o apontamento de chuvas dentro da média”, afirmou o meteorologista.

LA NINÃ

De acordo com Sperling, o fenômeno La Ninã ainda não está estabelecido no Oceano Pacífico, portanto, o clima de Mato Grosso do Sul não está sendo influenciado pelo fenômeno meteorológico.

Mesmo que o La Ninã tome forma nos próximos meses, ele deve influenciar no período de chuvas apenas em uma parte da região sul do Estado, conforme o meteorologista.

“O La Ninã segue na neutralidade, na projeção. Se ocorrer o fenômeno, será de fraca intensidade, e isso pode bagunçar um pouquinho com as chuvas no extremo sul do Estado”, disse.

O La Ninã é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do Oceano Pacífico, que, por consequência, gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica, impactando no regime das chuvas.

PRIMAVERA/VERÃO

Conforme já informado em reportagem do Correio do Estado, a primavera, que começou no dia 22 de setembro e terminará no dia 21 de dezembro, vem trazendo para Mato Grosso do Sul chuvas mais regulares. 
Conforme os dados históricos observados pelo Cemtec-MS, climatologicamente, em grande parte de Mato Grosso do Sul as chuvas variam nesse período entre 500 mm e 700 mm. Já no extremo nordeste do Estado, as chuvas variam entre 700 mm e 800 mm.

Por ser um período de transição entre a estação fria e a quente, ela é considerada, historicamente, o período com a maior frequência de ocorrência de tempestades severas. Ou seja, tempestades de rápida duração que são capazes de gerar chuvas intensas, com descargas elétricas atmosféricas, fortes rajadas de vento e até mesmo a queda de granizo.

Referente à temperatura, as médias em Mato Grosso do Sul devem variar entre 24°C e 26°C neste mês e em dezembro. Nas regiões oeste, noroeste e partes do nordeste do Estado, as temperaturas variam entre 26°C e 28°C entre este mês até janeiro do ano que vem.

Saiba

De acordo com os dados do Inmet, de janeiro deste ano até esta sexta-feira, o acumulado de chuvas em Campo Grande foi de 624,8 mm. Em comparação com o ano passado, se somarmos de janeiro a outubro, choveu na Capital 1.174,2 mm, o que significa 46,7% menos chuva em 2024.

SEM LOCOMOÇÃO

Motoristas ignoram decisão judicial e deixam Campo Grande sem ônibus

Capital amanheceu sem transporte coletivo e com terminais fechados pela 2ª vez no ano

15/12/2025 07h28

Terminal Morenão

Terminal Morenão "sem uma alma viva" na manhã desta segunda-feira (15) ARQUIVO PESSOAL

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Campo Grande amanheceu sem ônibus nesta segunda-feira (15). Esta é a segunda vez no ano em que o transporte coletivo para na Capital.

Os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva". Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. 

O transporte coletivo está em greve por tempo indeterminado e deixou usuários “na mão” em pleno início de semana. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

As pessoas que dependem do transporte coletivo tiveram que recorrer a caronas, transporte por aplicativo, táxi ou bicicleta para chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (15).

A greve ocorre por falta de pagamento: os motoristas do Consórcio Guaicurus estão sem salário há 10 dias. Com isso, reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

DECISÃO JUDICIAL

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil.

A decisão foi desrespeitada, pois 100% dos motoristas estão em casa e declararam greve nesta segunda-feira (15).

Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, intimou o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano para que cumpra com urgência a decisão judicial em questão.

Audiência de conciliação, entre TRT e sindicato, será realizada nesta terça-feira (16), às 15h45min, na sede no tribunal.

Veja a decisão judicial na íntegra:

Terminal Morenão "sem uma alma viva" na manhã desta segunda-feira (15)

O QUE DIZ O CONSÓRCIO GUAICURUS

O Consórcio Guaicurus, em nota enviada ao Correio do Estado na quinta-feira (18), informou que está sem dinheiro para honrar com:

  • Folha salarial
  • 13º salário
  • Custos Operacionais Básicos (combustível, manutenção da frota e encargos)

Segundo a concessionária, a ameaça de greve é causada pela crise financeira, decorrente da inadimplência nos repasses devidos pelo Poder Público (Prefeitura de Campo Grande). Os repasses abrangem o vale-transporte, subsídios e demais componentes tarifários definidos para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema.

"É crucial destacar que, apesar do acordo estabelecido com a participação e anuência do Poder Concedente (Município), a tarifa não está sendo praticada, pois os repasses necessários não estão sendo efetuados de maneira adequada e nos valores devidos. A falta de regularização imediata desses pagamentos críticos ameaça diretamente a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços. Sem o fluxo de caixa necessário, o Consórcio está impossibilitado de honrar obrigações financeiras essenciais com vencimento iminente. O sistema opera atualmente no limite de suas capacidades, e a ausência destes repasses torna a operação inviável a curto prazo. O Consórcio Guaicurus reitera o apelo para que as autoridades competentes ajam com a máxima urgência para regularizar os débitos em atraso. A manutenção da inadimplência nos repasses inviabiliza o cumprimento dos pagamentos salariais. Desta forma, o Consórcio alerta que os trabalhadores poderão interromper legalmente suas atividades em razão do não cumprimento destas obrigações, conforme previsto no Artigo 624 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento destas obrigações contratuais e salariais, que derivam de um compromisso que envolvia o Poder Concedente, pode resultar na interrupção total dos serviços, o que afetará drasticamente a mobilidade urbana e a vida dos cidadãos de Campo Grande".

O Correio do Estado entrou em contato com o Consórcio Guaicurus para saber se há previsão de pagamento, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

PARALISAÇÃO

Não é a primeira vez que Campo Grande fica sem ônibus. Em 22 de outubro de 2025, quarta-feira, Campo Grande amanheceu sem ônibus, com terminais fechados e pontos vazios.

Os motoristas do transporte coletivo paralisaram atividades por duas horas, das 4h30min às 6h30min, o que refletiu em atrasos o dia todo.

O fato pegou usuários de surpresa, que acordaram para ir trabalhar e não tinham meio de locomoção.

Em 25 de novembro de 2025, terça-feira, o vale atrasou de novo e os motoristas cogitaram nova paralisação. Mas, o pagamento foi efetuado e não houve greve.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o atraso o ocorreu pela falta de pagamento de R$ 9 milhões, sendo R$ 6 milhões do Governo de MS e R$ 3 milhões da Prefeitura de Campo Grande, ao Consórcio Guiacurus.

O Governo do Estado estava com o dinheiro disponível em caixa, mas não conseguiu repassá-lo à prefeitura porque a administração municipal deixou de emitir uma certidão, que é exigida para que o convênio seja cumprido. 

Em nota enviada à imprensa em 22 de outubro de 2025, a Prefeitura afirmou que está em dia com o pagamento ao Consórcio Guaicurus. 

"A Prefeitura de Campo Grande informa que está rigorosamente em dia com todas as suas obrigações de pagamento junto ao Consórcio Guaicurus. É importante destacar que o financiamento do transporte coletivo urbano envolve também outros entes públicos e a própria sociedade, por meio da tarifa paga pelos usuários. No que compete ao Município, todos os compromissos estão sendo cumpridos. A administração mantém diálogo constante com o Consórcio para buscar as melhores soluções e assegurar a continuidade e a qualidade do serviço, evitando prejuízos à população".

CIDADES

Segunda parcela do 13º salário deve ser paga até a próxima sexta-feira

Salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia, segundo o Dieese

14/12/2025 23h00

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada a 95,3 milhões de brasileiros até a próxima sexta-feira (19). A primeira foi paga até 28 de novembro, conforme a legislação.

Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia neste ano, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada deverá receber R$ 3.512, somadas as duas parcelas.

Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Como nos últimos anos, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio e a segunda, entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito

Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Com isso, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.

Trabalhadores em licença-maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Cálculo proporcional

O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa.

Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. A cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a um doze avos (1/12) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.

A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontado do décimo terceiro se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.

Tributação

O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o décimo terceiro, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.

A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

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