Cidades

DEFESA

Em dez anos, projeto para fronteira recebeu só 21,75% do orçamento

Com dinheiro aquém das necessidades, conclusão do programa de monitoramento fica para 2035

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Programa tecnológico ambicioso e considerado pelo Exército estratégico para o controle e proteção das fronteiras brasileiras, o projeto Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) patina na falta de recursos financeiros, que têm sido liberados a conta-gotas. Iniciado em 2010 e projetado para ser desenvolvido ao longo de dez anos, com investimentos mínimos anuais de R$ 1,2 bilhão, até agora o programa recebeu apenas 21,75% do total previsto de R$ 12 bilhões.

Segundo informou ao Correio do Estado o Comando do Exército, por intermédio do Centro de Comunicação Social, em Brasília, do total previsto foi disponibilizado até o momento o valor de R$ 2.607.718.009,00. Assim, faltam ainda R$ 9.384.281.991,00 para terminar o programa. O cenário futuro não é muito animador, pois o montante orçamentário previsto para o Sisfron em 2021 é de apenas R$ 448.497.637,00.

PREJUÍZOS

O Exército evita falar em prejuízos ao andamento do programa, mas admite que “com os valores disponibilizados, foi feito um reajuste do cronograma com a nova previsão de término para 2035”.

O projeto-piloto do Sisfron, na área da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, encontra-se em fase final de implantação. Neste ano foram iniciadas, simultaneamente, a segunda fase (SAD 2), para as faixas de fronteira contíguas ao piloto, no norte do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso; a terceira fase (SAD 3), nos estados do Paraná e Santa Catarina; bem como a terceira fase/A (SAD 3A), em algumas regiões da fronteira amazônica, ampliando em mais de 2.100 quilômetros a implantação do sistema de monitoramento de fronteira.

TECNOLOGIAS

Para o Exército, a eficiência (tecnológica) do Sisfron ainda não está comprometida em nenhum aspecto. Para os técnicos da Força, o sistema é bastante ousado em razão da avançada tecnologia agregada a serviço do Exército Brasileiro e de outros organismos do Estado brasileiro – até mesmo porque o alongamento do programa não implica na aquisição de tecnologia ultrapassada.  

Conforme o Comando do Exército, ao iniciar uma nova fase, busca-se o “estado da arte” em termos de tecnologias, nacionais ou importadas, com a escolha de equipamentos e materiais tecnológicos também atualizados.

A justificativa, também, é de que a utilização dos materiais e sistemas já adquiridos pelo Sisfron tem proporcionado segurança e eficiência aos militares e civis executores do sistema.  

A concepção do programa previu a aquisição de produtos e sistemas para atuação nas seguintes áreas: sensoriamento, apoio à decisão e apoio às operações. Para cada uma delas, de acordo com sua respectiva área de atuação, foi planejada a compra ou o desenvolvimento de determinados materiais e sistemas.

Como um sistema de sistemas, grandioso e complexo, ainda em vias de conclusão de seu projeto-piloto, encontra-se em fase de validação desses materiais e equipamentos. Entre os já testados, com comprovada efetividade, de acordo com o Escritório de Projetos do Exército (EPEx), destacam-se: meios de sensoriamento e apoio à decisão (binóculos termais, binóculos, radares de vigilância, módulos de telemática, rádios, etc.); e comando e controle (postos de comando móveis, infovias, sistema de rádio digital troncalizado – SRDT).

A capacidade de comando e controle do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande, teria aumentado consideravelmente com os meios adquiridos pelo Sisfron. Tais meios estariam contribuindo, sobremaneira, com o desempenho operacional das tropas terrestres na fronteira oeste. As ações de patrulhamento e vigilância contam com capacidade de comando e controle que antes do Sisfron não existiam.

Em tempos de ataques de hackers, Exército implementa projeto de defesa cibernética

Nos últimos meses, quando órgãos federais sensíveis como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), e empresas como a Embraer, foram alvos de ataques de hacker, as Forças Armadas defenderam a necessidade de agilização da implementação dos seus projetos de defesa cibernética.

No dia 30 de novembro, por exemplo, foi criado o Sistema Militar de Defesa Cibernética, tendo como órgão central o Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), comando operacional permanentemente ativado e integrado por oficiais e praças das três Forças Singulares.

Indagado sobre tais iniciativas no âmbito da instituição, o Comando do Exército informou ao Correio do Estado que, a respeito da defesa cibernética, este setor foi incluído pela Estratégia Nacional de Defesa como um dos setores estratégicos da Defesa, e o Exército foi incumbido de conduzir o desenvolvimento dessa área, no âmbito da Defesa.

A partir daí foram criados dois programas. Um deles é Programa Estratégico de Defesa Cibernética, iniciativa do Exército para permitir que a Força tenha liberdade de ação no espaço cibernético, com capacidade para atuar em rede neste novo ambiente de operações militares.  

Além deste foi criado o Programa de Defesa Cibernética na Defesa Nacional, com o objetivo de potencializar as ações em proveito das Forças Armadas e do Sistema Militar de Defesa Cibernética.

O Defesa Ciber foi iniciado em 2012, a fim de criar as estruturas de proteção e guerra cibernética, já tendo criado o Centro de Defesa Cibernética, reestruturando a proteção das redes estratégicas do Exército, estruturado o ensino e a pesquisa na área cibernética e capacitando pessoal para ocupar cargos específicos.  

Mas, segundo o Comando, ainda há necessidade de consolidar as estruturas criadas e reorganizar outras, a fim de atender às rápidas mudanças do setor.

BENEFÍCIOS

Para o Exército, o desenvolvimento de uma cultura de segurança cibernética, com o incentivo que vem sendo dado à indústria nacional, à pesquisa e à educação na área são benefícios cujo impacto não se restringe à Força, mas impactam positivamente a sociedade brasileira. Isso na medida em que estimulam a formação de uma mão de obra capacitada e a criação de um ambiente de maior resiliência das instituições e das empresas, gerando segurança para o cidadão brasileiro. O investimento previsto é de R$ 429 milhões, já tendo sido aplicados desde 2012 quase R$ 320 milhões até o momento. Para 2021 a previsão é de 22 milhões de reais.

Em Campo Grande, está instalado o 9º Batalhão de Comunicações e Guerra Eletrônica. O papel do programa em relação às organizações militares de guerra eletrônica é de adaptá-las para também atuarem na área de cibernética.

sem transporte coletivo

Donos de ônibus atribuem greve a dívida de R$ 39 milhões da prefeitura

Consórcio Guaicurus afirmou que os salários dos motoristas só serão pagos caso o poder público repasse o valor

15/12/2025 10h15

Garagens amanheceram cheias de ônibus

Garagens amanheceram cheias de ônibus MARCELO VICTOR

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Campo Grande está sem ônibus nesta segunda-feira (15). Terminais amanheceram fechados, pontos vazios e garagens cheias. Os motoristas estão em greve por tempo indeterminado. Está é a segunda vez no ano que o transporte coletivo para na Capital.

A greve ocorre por falta de pagamento: os motoristas do Consórcio Guaicurus estão sem salário há 10 dias. Com isso, reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

O Consórcio Guaicurus, prestador do serviço de transporte coletivo urbano em Campo Grande (MS), afirmou que está sem dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos).

De acordo com o Consórcio, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) deve R$ 39 milhões à empresa desde 2022 e que os salários dos motoristas só serão pagos caso o poder público repasse o valor.

“O atraso e o pagamento parcial não decorrem de má gestão, mas sim da inadimplência reiterada do Município de Campo Grande/MS no repasse do subsídio financeiro contratualmente instituído no quarto termo aditivo previsto. O valor devido pelo Poder Concedente, apenas no período compreendido desde 2022, quando foi designada a tarifa técnica no quarto termo aditivo do contrato de concessão, já soma um subsídio superior a R$ 39 milhões ainda não repassados ao Consórcio. A dificuldade financeira é uma consequência direta da quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão pelo Poder Concedente. O pagamento da complementação do salário de novembro, do adiantamento de dezembro de 2025 (vencível em 20/12/2025) e da segunda parcela do 13º salário está condicionado à regularização desses repasses públicos”, explicou o Consórcio Guaicurus por meio de nota enviada à imprensa.

 O Correio do Estado entrou em contato com a PMCG pessoalmente e via e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

Campo Grande amanheceu sem ônibus nesta segunda-feira (15). Esta é a segunda vez no ano em que o transporte coletivo para na Capital.

Os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva". Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. 

O transporte coletivo está em greve por tempo indeterminado e deixou usuários “na mão” em pleno início de semana. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

As pessoas que dependem do transporte coletivo tiveram que recorrer a caronas, transporte por aplicativo, táxi ou bicicleta para chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (15).

A greve ocorre por falta de pagamento: os motoristas do Consórcio Guaicurus estão sem salário há 10 dias. Com isso, reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

DECISÃO JUDICIAL

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil.

A decisão foi desrespeitada, pois 100% dos motoristas estão em casa e declararam greve nesta segunda-feira (15).

Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, intimou o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano para que cumpra com urgência a decisão judicial em questão.

Audiência de conciliação, entre TRT e sindicato, será realizada nesta terça-feira (16), às 15h45min, na sede no tribunal.

Veja a decisão judicial na íntegra:

Garagens amanheceram cheias de ônibus

INTERIOR

Anel Viário amanhece fechado após retomada de protestos em MS

Novo bloqueio parcial da rodovia MS-156 foi retomado ontem (14) em Dourados

15/12/2025 10h05

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163 Reprodução/DouradosNews/ClaraMedeiros

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Após uma breve liberação do trecho entre o fim da tarde de sexta-feira (12), um novo bloqueio parcial da rodovia MS-156 foi retomado ontem (14) em Dourados, com a interrupção em protesto mantendo a via fechada ainda nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (15). 

Carros de passeio e automóveis mais leves podem desviar ainda na Planacon, já veículos de carga devem retornar pela BR-163Trecho perto do Auto Posto Litro foi bloqueado e exige desvio. Reproduçção

O cuidado dos motoristas que trafegam pela rodovia precisou ser redobrado ainda no domingo (14), como bem acompanha o portal local Dourados News, quando um trecho do Anel Viário voltou a ser parcialmente interditado por indígenas em protesto. 

Nas proximidades do posto de gasolina Litro, em trecho que fica localizado próximo à Avenida Guaicurus, os indígenas reacenderam o protesto para levantar a discussão a respeito do Marco Temporal, após sustentações orais recentes de quatro casos sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além desse motivo, a retomada dos bloqueios colocou na lista de pautas a situação envolvendo Magno de Souza, preso desde a tarde de sábado (13), acusado de estupro contra uma jovem de 21 anos em um caso que segue em sigilo. Sem a liberação do ex-candidato a governador, as lideranças pautaram o tema entre as reivindicações. 

Desvio

Importante reforçar a presença constante da Polícia Militar Rodoviária (BPMRv) durante todo o momento, empregada tanto para sinalização e monitoramento da situação, mas também com orientações aos motoristas, já que opcionalmente pode ser preferível seguir por caminhos que desviem do trecho em protesto. 

Ou seja, quem segue pela MS-156 em motocicletas ou qualquer veículo mais leve, pode optar por realizar o desvio ainda pela Planacon, ao invés de contornar pela direita e seguir pela rodovia. 

Em outras palavras, no trecho próximo à construtora é possível cortar em direção ao centro da cidade e, só depois, entrar no acesso da BR-163 ou mesmo seguir na MS-156, em trecho que vai de Itaporã a Dourados e segue com fluxo normal. 

Diferente dos carros menos, os veículos de carga e caminhões estão sendo orientados a retornar para a BR-163, de pode-se seguir rumo ao sul do Estado, em direção a Ponta Porã, Naviraí e para o Paraná, por exemplo. 

Mesmo que os bloqueios tenham começado na quinta-feira (11), logo na primeira noite de protestos houve uma liberação para a passagem de carretas, o que demonstra a colaboração dos manifestantes. 

Reivindica a posse de uma área de retomada onde, atualmente, vivem aproximadamente 300 famílias, o pedido por essa faixa de terra vêm sendo feito há quase uma década. 

 

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