No primeiro ano de governo, em média, 11 pessoas morreram em confronto todos os meses, em 2025, esse número é de 5,7 mortes
Em 2025, apesar de 68 mortes por "intervenção de agente de estado", a letalidade policial em Mato Grosso do Sul recuou ao patamar pré-Riedel, é o que apontam os números da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Conforme os dados oficiais divulgados pelo Governo do Estado, este é o menor índice de mortes em confronto desde 2022, ano com 51 mortes registradas.
Vale destacar que desde primeiro de janeiro de 2023, quando Eduardo Riedel (PP) assumiu o Governo do Estado, até o último dia 14 de dezembro, 285 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul em decorrência da chamada “intervenção policial”. O número é superior as 200 mortes provocadas por policiais ao longo dos quatro anos da gestão anterior, de Reinaldo Azambuja.
Apesar do alto índice, o número de mortes deste tipo vem decaindo ano após ano. Desde o início da atual gestão, em 2023, Mato Grosso do Sul registrou 131 mortes por intervenção de agente de estado, maior índice desde que os dados passaram a ser divulgados. No ano seguinte, foram registradas 86 mortes deste tipo, número reduzido para 68 neste ano.
Em um dado comparativo, no primeiro ano de governo, em média, 11 pessoas morreram em confronto todos os meses, em 2025, esse número é de 5,7 mortes, queda de 48%.
Dados: SejuspEm linhas gerais, os dados mostram que uma pessoa foi morta por policiais civis e militares em Mato Grosso do Sul a cada 3,7 dias desde o começo de 2023. Na gestão anterior, o intervalo médio entre uma morte e outra era de 7,3 dias.
Dados: SejuspAté o momento, não foram registradas nenhuma morte deste tipo em dezembro deste ano. Conforme o levantamento de dados, a última morte por intervenção de agente de estado ocorreu em novembro último, quando Rafael da Silva Costa, de 35 anos, morreu após sofrer um surto e ser contido pela Polícia Militar com uso de spray de pimenta e arma de choque no Bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande.
Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada após denúncia de que ele estaria se despindo no meio da rua, aparentemente sob efeito de drogas. Segundo funcionários de um supermercado da região, Rafael entrou no local desorientado, esbarrando em prateleiras e afirmando estar sendo perseguido.
Conforme o relato policial, os funcionários ainda tentaram oferecer comida para acalmá-lo até a chegada da polícia, entretanto, ao avistar a viatura, Rafael passou a ficar mais agressivo, segundo boletim de ocorrência, com sinais de surto e resistência, ignorando as ordens de abordagem e passou a xingar os policiais, que deram voz de prisão pelos crimes de ato obsceno, desobediência, resistência e desacato.
Diante da recusa em render-se, os militares utilizaram spray de pimenta e em seguida, dispararam por duas vezes em Rafael com uso de arma de choque, o homem sofreu parada cardiorrespiratória e morreu após ser levado à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Nova Bahia.
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