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Em obras há 32 anos, Centro de Belas Artes fica novamente sem previsão de entrega

Município pretende atualizar custos do projeto para lançar nova licitação em janeiro de 2024 para concluir 20% das obras

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O Centro Municipal de Belas Artes de Campo Grande terá nova licitação em janeiro de 2024 para conclusão da primeira fase de obras. O local está em construção há 32 anos e ainda não tem previsão de quando será entregue. A última promessa para finalização da primeira etapa de obras, que representa apenas 28% do espaço total de 16 mil metros quadrados, era março de 2024.

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), estão sendo feitas atualizações do projeto para a nova licitação ser lançada. Isso porque neste mês o contrato entre 
a prefeitura e a empresa responsável foi rescindido em função de irregularidades no valor do empreendimento.

“A Sisep está fazendo a atualização dos custos do projeto para lançar a nova licitação, que deve ser feita em janeiro de 2024”, disse a Pasta em nota.

Com a licitação a ser lançada no próximo ano, a secretaria responsável ainda não definiu um novo cronograma de serviço nem um prazo para conclusão do Centro de Belas Artes.

“O cronograma e o prazo de conclusão só serão definidos após encerrada a licitação com a homologação do resultado, assinatura do contrato e ordem para iniciar os serviços”, detalhou o comunicado da Sisep.

A esperança mais recente que o campo-grandense teve para ver o espaço finalmente concluído foi em fevereiro de 2022, quando o então prefeito Marcos Trad (PSD) assinou a ordem de serviço. Naquela ocasião, a vencedora da licitação era a Orkan Construtora, que abandonou a obra cinco meses depois.

Desde então, a Sisep chamou a Campana & Gomes Engenharia, que ficou em segundo lugar na licitação de 2020, para dar continuidade nas obras. Contudo, a secretaria não realizou atualização do projeto nem da planilha orçamentária. Na placa que identifica a obra, o ano de início e conclusão do empreendimento é 2022.

Em agosto, as obras foram retomadas pela Sisep, com supervisão direta de uma arquiteta da Pasta, prometendo entregar 20% do espaço em março de 2024.

“No local, serão implantadas sala de dança, espaço multiuso, cinema e espaço para exposições, além de um voltado para o setor administrativo do Centro de Belas Artes. Em uma área de 1.500 metros quadrados, funcionará ainda o Arquivo Histórico de Campo Grande [Arca] sobre o Centro de Belas Artes”, explicou a Sisep ao Correio do Estado.

Em visita à obra ainda neste ano, a reportagem do Correio do Estado conferiu que algumas partes do prédio chegaram a ficar prontas, mas foram depredadas no período em que não houve movimentação no prédio, quando o trabalho foi interrompido em virtude das planilhas de orçamentos desatualizadas.

HISTÓRICO

A obra do Centro Municipal de Belas Artes de Campo Grande, localizada no Jardim Cabreúva, se arrasta há cerca de três décadas.

A obra começou a ser feita em 1991, projetada para ser o Terminal Rodoviário de Campo Grande, mas foi paralisada em 1994. Posteriormente, o governo doou a estrutura para o município em 2006.

“A obra iniciada em 1991 pelo governo do Estado foi projetada inicialmente para sediar um terminal rodoviário da Capital. A construção parou em 1994. Em 2006, foi repassada à prefeitura, que na época decidiu adequar o espaço para ser o Centro Municipal de Belas Artes. Com a nova destinação, a obra foi retomada em 2008”, relatou a Sisep em nota.

De lá para cá, houve outras intervenções, mas todas paralisadas. Assim, o prédio continuou abandonado desde então, tornando-se alvo de vandalismo, além de ser um desperdício de verba pública, uma vez que grande parte da construção se deteriorou e agora precisa ser refeita.

O projeto do Centro de Belas Artes contaria com espaços para artes plásticas, dança, música e diversas outras manifestações culturais.

Em 2012, a empresa Mark Construções foi contratada por R$ 6.649.730,08 para terminar a obra, que tinha previsão de ser concluída em um ano. Em 2013, quando 80% do projeto estava executado, 
os atrasos nos repasses provocaram nova paralisação.

Já em 2017, a gestão do então prefeito Marcos Trad fez um acordo com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul para continuar a obra. Em maio de 2020, a Justiça suspendeu a retomada da obra e em novembro de 2021 foi aberta a nova licitação, da qual a Orkan Construtora foi a vencedora. Para a empresa, a conclusão da obra sairia por R$ 4.090.301,56.

Em setembro do ano passado, a conclusão de parte do prédio foi assumida pela empresa Campana & Gomes Engenharia, cujo contrato foi rescindido neste mês. Agora, os prazos deverão ser readequados e a obra deve demorar ainda mais para ser finalizada.

SAIBA

Conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), no decorrer de três décadas, já foram gastos R$ 8 milhões para a construção da estrutura. No entanto, levando em conta o tempo em que as obras se arrastam, o valor investido pode ser muito maior.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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