Cidades

sob investigação

Empresa de André Patrola é campeã de repasses da Prefeitura de Campo Grande

AL dos Santos, investigada pelo MPMS, recebeu quase três vezes mais que empresa não envolvida no esquema

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Entre as empresas que ganharam licitações para realizar a manutenção de ruas sem asfalto em seis das sete regiões urbanas de Campo Grande, a AL dos Santos, de André Luiz dos Santos, conhecido como André Patrola, foi a que mais recebeu repasses da prefeitura.

Dos R$ 24.705.891,35 previstos como valor total no contrato, a empresa já recebeu R$ 20.551.621,20, isto é, 83% do que deve ser executado até janeiro de 2024. 

O contrato inicial da AL dos Santos foi cotado em R$ 4.150.988,28 e recebeu mais de R$ 20 milhões em aditivos, totalizando 495% de aumento de 2018 até agora. Nos documentos disponibilizados no Portal da Transparência da prefeitura não há informações sobre os motivos dos aditivos, apenas renovação de contrato e readequação de quantitativos, sem alteração de valor. 

A AL dos Santos é uma das investigadas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) pelos crimes de peculato, corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. 

Além da empresa de André Patrola, a Engenex Construções e Serviços Ltda. também está entre as investigadas e recebeu mais de 60% do valor total dos contratos em vigência com a prefeitura. 

No contrato referente à manutenção da região urbana Lagoa, a Engenex recebeu 73,3% do valor total previsto de R$ 22.631.181,87, ou seja, um montante de R$ 16.600.917,77 consta como pago no Portal da Transparência. 

O contrato em questão, assinado em julho de 2018, teve 556,3% de aumento, sendo o maior reajuste de todas as empresas vencedoras das licitações para o serviço, passando de R$ 3.448.107,58 para mais de R$ 22 milhões. 

Já o segundo contrato da Engenex, para manutenção da região Imbirussu, saltou de R$ 2.331.229,37 para R$ 14.542.150,59, conseguindo um aumento de 523,7% em aditivos.

Do valor total previsto para as obras, 63,9% já foram pagos, o que corresponde a R$ 9.293.650,16. Ambas as licitações vencidas pela empreiteira estão com prazo final para o início de 2024. 

Outras três regiões urbanas da Capital também estão com contratos de manutenção de vias sem pavimentação vigentes, porém, com empresas que não estão sendo investigadas pelo MPMS. 

A empresa Gradual Engenharia e Consultoria Eireli, que realiza obras na região urbana Segredo, recebeu pagamento de apenas 33,64% do total previsto no contrato. 

A Gradual também assinou contrato com a prefeitura em 2018 e teve um valor previsto de R$ 3.881.497,40 para a realização de obras. Até o momento, a empreiteira teve 472,7% de aumento com aditivos, o que totaliza R$ 22.230.086,97, sendo o menor reajuste entre os contratos para o serviço. A empresa, porém, só recebeu R$ 7.478.494,14 até então. 

A Construtora Rial Ltda. é responsável por duas regiões urbanas de Campo Grande para o mesmo serviço e também não está envolvida nas investigações do MPMS. 

Na região Bandeira, a empreiteira recebeu 70,3% do valor total repassado, ou seja, R$ 11.747.705,79. A Rial também teve um aumento no valor do contrato, passando de R$ 2.676.441,50 para R$ 16.708.666,22, o que representa 524,28%. 

A última região que possui contrato para manutenção de vias sem asfalto é o Anhanduizinho, de responsabilidade da Construtora Rial. Do valor inicial de R$ 3.473.379,10, passou para R$ 21.069.702,43, um aumento de 506,60% na previsão. Desse total, a empreiteira recebeu 67,10%, o que representa R$ 14.138.900,98. 

Todas as empresas responsáveis pela manutenção de vias sem asfalto da Capital tiveram contrato prorrogado de 2018 até o início de 2024.

SAIBA

Além do contrato de R$ 24 milhões, André Patrola tem outros dois acordos ativos com a prefeitura, sendo um de R$ 1.090.055,68, que também é referente à manutenção de vias não pavimentadas, e o outro de serviços ambientais.

27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

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Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

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Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atividades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 

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