Escolas particulares estão sendo impactadas pela falta de pagamentos, o que está levando algumas a considerar a recusa de matrícula de estudantes com pendências financeiras.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Adelaido Vila, a medida de não permitir que o estudante retorne por falta de pagamento é uma forma de as escolas resguardarem sua "sustentabilidade financeira".
A CDL apresentou uma pesquisa de 2022, na qual o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que a taxa média de inadimplência nas escolas particulares de Mato Grosso do Sul chegou a 20%.
Já em 2024, o índice atingiu 32%, o que significa um crescimento de 60% em quatro anos.
“A inadimplência pode impactar negativamente as finanças das instituições de ensino. Algumas escolas particulares têm considerado recusar a matrícula de alunos cujas famílias estão em situação de inadimplência”, explicou Adelaido, e completou:
“Outra opção que tem sido utilizada é a negativação dos pais que não cumpriram com o pagamento”.
“Negativando os devedores”
Com o cenário de atraso nos pagamentos, escolas estão reajustando o valor das mensalidades. Em uma tentativa de compensar as perdas financeiras, algumas instituições aplicaram um aumento de 10% neste ano.
Em Campo Grande, diversos colégios particulares estão optando por negativar os pais que estão devendo, como uma tentativa de recuperar os débitos em aberto. Esse é o caso do empresário Lúcio Rodrigues Neto, que tem enfrentado essa situação.
“Há bastante inadimplência, devem de tudo, e a gente negativa os devedores”, pontuou Lúcio.
Os meses mais críticos, segundo o empresário, são outubro, novembro e dezembro.
Ainda de acordo com ele, outubro, novembro e dezembro são os meses com maior falta de pagamento.
Crédito: FreepikVariação de preços
Como acompanhou o Correio do Estado, as mensalidades escolares em Campo Grande apresentam variação de R$ 488 a R$ 3,6 mil.
O Procon-MS realizou um levantamento com 16 escolas de Campo Grande, entre 6 e 8 de janeiro, para destrinchar os valores médios para cada fase de ensino: Fundamental I, Fundamental II e Ensino Médio.
Ao começar do 1º ao 5º ano escolar (geralmente crianças de 5 a 10 anos), os menores e maiores preços encontrados para cada período foram:
- Integral: R$ 730,00 (Colégio Rui Barbosa Unidade CDA) e R$ 3.011,59 (Escola Paulo Freire - Colégio Master);
- Meio Período - Matutino: R$ 699,00 (Colégio Novo Século) e R$ 2.153,00 (Colégio Alexandre Fleming);
- Meio Período - Vespertino: R$ 488,97 (Escola Mace Elite) e R$ 2.153,00 (Colégio Alexandre Fleming);
- Período Intermediário: Apenas a Escola Paulo Freire - Colégio Master oferece (a partir do 2º ano), com preço de R$ 2.624,31.
Partindo para o Fundamental II, que vai do 6º ao 9º ano (geralmente pré-adolescentes de 11 a 14 anos), os menores e maiores valores observados para cada período foram:
- Integral: R$ 1.388,00 (Colégio Novo Século) e R$ 3.642,58 (Colégio Harmonia Bilíngue Unid. III);
- Meio Período - Matutino: R$ 770,00 (Colégio Novo Século) e R$ 2.400,00 (Colégio Bionatus);
- Meio Período - Vespertino: R$ 488,97 (Escola Mace Elite) e R$ 2.324,00 (Colégio Alexandre Fleming);
Agora, na última fase da escola, chamada de Ensino Médio, que vai do 1º ao 3º ano (geralmente adolescentes de 15 a 17 anos), os preços aumentam ainda mais:
- Integral: R$ 1.262,50 (Escola do Sesi) e R$ 3.605,88 (Colégio Harmonia Bilíngue Unid. III);
- Meio Período - Matutino: R$ 1.157,00 (Funlec Prof. Lourival M. Fagundes) e R$ 3.222,63 (Colégio Paulo Freire);
- Meio Período - Vespertino: Apenas o Colégio Nova Geração oferece, com preço de R$ 1.743,72.
Ainda, é ressaltado que os preços podem sofrer alterações, como em alguns casos são oferecidos descontos para pagamentos antecipados ou para alunos que já estão matriculados e vão seguir na mesma escola.
Para conferir o levantamento completo e detalhado, clique aqui.
Boletos
O consumidor precisa estar atento aos boletos que começam a chegar antes da virada do ano, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Outros boletos comuns às famílias brasileiras incluem o Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), material escolar, mensalidade, matrícula e rematrícula em escolas e universidades.
** Colaborou Felipe Machado




