Cidades

MEMÓRIA

Espaço Prof. José Barbosa Rodrigues na UFMS recebe placa comemorativa

Local também sediará exposição sobre a transformação humana

RAFAEL RIBEIRO E IZABELA JORNADA

22/07/2019 - 11h11
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Placa em homenagem ao professor José Barbosa Rodrigues foi reinaugurada pela reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), durante esta segunda-feira (22) de eventos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Cidade Universitária, na região sul de Campo Grande.

O espaço será destinado para levantamento de dados históricos. Uma das primeiras ações do grupo será fazer senso para saber o número de refugiados no estado do Mato Grosso do Sul a fim de que a classe receba tratamento mais humano. 

O nome do professor ficará exposto no espaço em que é destinado a sala da disciplina de história na universidade. A escolha de Barbosa como patrono do espaço é devido à representatividade e a contribuição para a sociedade sul-mato-grossense. 

Dentro do espaço outras personalidades consideradas estadistas da paz também serão homenageadas. 

O professor de história benevides lembrou que a escolha do nome do espaço foi consenso entre todos os envolvidos. “O nome do professor se deve ao recolhimento que temos da importância dele para a sociedade, ele foi um dos patronos da história” declarou o professor Cezar Augusto Benevides.

HISTÓRIA 

Autor de livros importantes sobre a trajetória do Estado, José Barbosa Rodrigues não poderia receber uma homenagem mais simbólica do que ter o seu nome repousado permanentemente nas portas do curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A mudança foi instituída em 2010, mas, em decorrência de reformas no prédio, uma nova placa comemorativa foi instalada com o nome do escritor e haverá ainda uma exposição especial, intitulada “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz – Transformando o Espírito Humano”. O descerramento da placa “Espaço Prof. José Barbosa Rodrigues” aconteceu hoje, a partir das 9h50min, no setor 1, bloco 3, da Cidade Universitária, com a abertura da mostra logo em seguida. 

Escritor, historiador e empresário, José Barbosa Rodrigues foi autor de 10 obras,  entre elas, “Isto é Mato Grosso do Sul (Estudo Histórico e Geográfico)” e “História de Campo Grande”. O currículo extenso mostra as qualidades do homem visionário, as quais, nas palavras de um dos fundadores do curso de História da UFMS, o professor aposentado Cezar Augusto Benevides, não se sobrepõem à principal: de mestre. “Foi um verdadeiro professor, no sentido mais profundo da palavra”, afirma. 

Segundo Benevides, José Barbosa Rodrigues iniciou a carreira como professor na base, ensinando crianças na Escola Boa Vista, em uma colônia japonesa na Mata do Ceroula, junto de sua esposa, dona Henedina Hugo Rodrigues.
“Ele era professor no sentido oriental da palavra, com uma grande sabedoria. O curso tem sorte de ter um patrono de sua estirpe. Quando decidimos homenageá-lo com seu nome em nossa sede, foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário e também nos outros conselhos”, explica. 

Depois do primeiro emprego em Campo Grande, José Barbosa Rodrigues lecionou em colégios tradicionais da cidade, como a E. E. Joaquim Murtinho e a Escola Nossa Senhora Auxiliadora. Como jornalista, Rodrigues trabalhou no Jornal do Comércio e no Correio do Estado,  tornando-se posteriormente proprietário do veículo. 

EXPOSIÇÃO

O corredor em frente à antiga reitoria, agora sede do curso de História e Espaço José Barbosa Rodrigues, será palco da exposição “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz – Transformando o Espírito Humano”, entre os dias 22 e 26 de julho.

Composta por quatro alas temáticas e 38 painéis, que refletem os esforços, o significado da cultura de paz e buscam ampliar a compreensão dos visitantes sobre a problemática, a exposição integra a programação da 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), maior evento científico da América Latina e que ocorre de 21 a 27 de julho na UFMS. 

“Fui assistir à exposição em São Paulo e pedi para ser exposta durante a SBPC. O convite oficial para a vinda da exposição foi feito pela professora Vivina Queiroz, diretora da Faculdade de Ciências Humanas da UFMS, ao presidente da BSGI [Associação Brasil Soka Gakkai Internacional], em São Paulo, dr. Miguel Shiratori”, explica Benevides. 

A ação, coordenada pela docente do curso de História da Faculdade de Ciências Humanas Vanderléia Paes Leite Mussi, tem como objetivo principal levar as pessoas a reflexão sobre os problemas da violência no mundo, despertando-as para a necessidade de mudança para uma cultura de paz e do papel de cada indivíduo nesta mudança.

“No atual contexto global e nacional de acirramento da cultura do ódio, da intolerância com o outro, do ressurgimento dos extremismos políticos belicosos, da irracionalidade obscurantista anti-ciência e dos fundamentalismos religiosos diversos é mais do que necessário focarmos todos os esforços na promoção de uma cultura política e social que reafirme os valores do humanismo, da razão, da liberdade, da fraternidade e solidariedade entre os povos e dos direitos inalienáveis a todos os seres humanos”, explica Vanderléia. 

A ação contará, ainda, com a exibição do documentário "Um Outro Modo de Ver as Coisas", escrito por Daisaku Ikeda e dirigido por Cory Taylor, com o apoio da Soka Gakkai Internacional. O filme trata de uma viagem do jovem historiador britânico Arnold Toynbee aos campos de batalha entre Grécia e Turquia, nos idos de 1920. A postura de Toynbee em "ouvir o outro lado", mostrando as crueldades cometidas pelos gregos contra civis turcos, não agradou a sociedade europeia da época, cúmplice das atrocidades da guerra greco-turca. Os visitantes poderão assistir ao filme em duas sessões diárias, às 15h e às 15h30. 

Desde sua primeira exibição, em setembro de 2007, em Nova York, durante o fórum com representantes da sociedade civil para promoção da abolição de todos os tipos de armas nucleares e o estabelecimento de uma cultura de paz, a exposição já esteve presente em mais de 230 cidades de 31 países, em locais como Escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça; Casa do Parlamento em Wellington, Nova Zelândia; e em países como Canadá, Malásia, República Dominicana, Costa Rica e Argentina.

INCERTEZAS

Gigante da celulose recua e engaveta projeto de R$ 15 bilhões em MS

No fim de novembro a Eldorado informou que ampliaria o plantio de eucaliptos em 2026 de olho da duplicação da fábrica. Agora, porém, diz que esse aumento não sairá do papel

20/12/2025 16h50

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

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Depois de anunciar, no final de novembro, que a partir do próximo ano pretendia ampliar de 25 mil para até 50 mil hectares o plantio anual de eculiptos na região de leste de Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose Eldorado deixou claro nesta semana que engavetou, pelo menos por enquanto, o projeto de expansão. 

Com o recuou, a empresa, que produz em torno de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, deixa claro que está adiando a prometida duplicação de capacidade de produção da Eldorado, o que demandaria investimentos da ordem de R$ 15 bilhões US$ 3 bilhões), conforme anunciado em abril do ano passado pelos irmãos Joesley e Wessley Batista, donos da empresa. 

Em entrevista ao site AGFeed, especiliazado em agronegócio, o diretor florestal da Eldorado, Germano Vieira, afirmou que a empresa tem atualmente 305 mil hectares de pantações de eucaliptos na região, mas precisa de apenas dois terços disso para abastecer a fábrica. 

Ou seja, a empresa tem em torno de 100 mil hectares de eucaliptos sobrando e este excedente está sendo vendido ou permutado com a Bracell e a Suzano, que opera duas fábricas do setor na região, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. 

Então, caso o comando da Eldorado decida desengavetar repentinamente o projeto da duplicação,  já existe um excedente que seria capaz de abastecer a segunda unidade no período inicial, mesmo que não ocorra o início do plantio extra a partir de 2026, explicou Germano Vieira.

Atualmente são colhidos em torno de 25 mil hectares por ano para abastecer a indústria e o mesmo tanto é replantado, fazendo um giro para que sempre haja florestas "maduras".

São necessários, em média, sete anos para que a planta chegue ao estágio de corte e por conta disso havia a programação de começar o plantio agora (2026) para que houvesse matéria-prima suficiente quando a ampliação da fábrica estivesse concluída. Em três anos é possível fazer a ampliação da indústria, acredita Germando Vieira.  

Uma das explicações para o recuo, segundo a reportagem do AGFeed, é que a Eldorado ainda têm uma série de ajustes financeiros a serem feitos depois que os irmãos Batista conseguiram, em maio deste ano, fechar um acordo e colocar fim a batalha judicial com a Paper Excellence.

Para retomarem o controle total da Eldorado, que funciona em Três Lagoas desde 2012 e havia sido vendida parcialmente em 2017, eles se comprometeram a pagar US$ 2,640 bilhões à canadense Paper, que detinha pouco mais de 49% das ações do complexo industrial.  

Para duplicar a produção, segundo Germando Vieira, serão necessários 450 mil hecteres de florestas. Para chegar a esse montante, a empresa teria que arrendar mais 150 mil hecteres, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 180 milhões anuais, já que o arrendamento custa em torno de R$ 1,2 mil por ano por hectare. 

Além disso, somente para o plantio de 25 mil hectares anuais a mais, conforme chegou a ser anunciado, seriam necessários em torno de R$ 220 milhões extras no setor florestal por ano, uma vez que o custo do plantio está na casa dos R$ 8,7 mil por hectare. E isso sem contabilizar os custos com o combate a pragas e combate a incêndios, entre outros. 

No final de novembro, Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, chegou a informar ao site The AgriBiz que 15 mil hectares já haviam sido arrendados para dar início à ampliação do plantiu a partir do próximo ano. 

Preços da celulose

Embora Germano Vieira diga que a demanda mundial por celulose cresça em torno de um milhão de toneladas por ano e por conta disso a Eldorado mantem viva a promessa da duplicação, a empresa pisou no freio em meio à queda nos preços mundiais e ao aumento da oferta. 

Neste ano, o faturamento das três fábricas de Mato Grosso do Sul literalmente despencou. Por conta da ativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, que tem capacidade de até 2,55 milhões de toneladas por ano, as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 57% nos dez primeiros meses de 2025, passando de 3,71 milhões de toneladas para 5,84 milhões de toneladas. 

Porém, o faturamento cresceu apenas 25,6%, subindo de U$ 2,121 bilhões para U$ 2,665 bilhões. No ano passado, quando a cotação da celulose já não estava nos melhores patamares, o valor médio da tonelada rendeu 570 dólares aos cofres das três indústrias. Neste ano, porém, elas tiveram rendimento médio de apenas 456 dólares, o que representa queda de 20%. 

Em decorrência desta queda nos preços, as indústrias deixaram de faturar em torno de 666 milhões de dólares, ou algo em torno de R$ 3,6 bilhões na moeda local, nos dez primeiros meses deste ano. 

Por conta disso, a Suzano, concorrente da Eldorado, chegou a emitir um alerta no começo de novembro dizendo que os preços internacionais estavam "completamete insustentáveis" e por isso estava reduzindo sua produção em cerca de 3,5%. 

O alerta da Suzano foi feito durante a prestação de contas relativa aos resultados do terceiro trimestre da empresa. E, segundo Leonardo Grimaldi, diretor do negócio de celulose da Suzano, a situação é crítica e “o setor está sangrando há meses”. 

Mas, apresar deste cenário de apreensão, investimentos da ordem de R$ 25 bilhões estão a todo vapor em Inocência, onde a chilena Arauco está instalando uma fábrica que terá capacidade para colocar 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano a partir do final de 2027. 

Outra empresa, a Bracell, pretende começar, em fevereiro do próximo ano, em Batagussu, as obras de uma fábrica que terá capacidade para 1,8 milhão de toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 bilhões. 


 

MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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