Cidades

DESENVOLVIMENTO

Estação meteorológica pioneira no Pantanal começa a transmitir dados

Região pantaneira receberá outras oito bases, enquanto 11 estão previstas para municípios do interior de Mato Grosso do Sul

Continue lendo...

Localizada cerca de 338 quilômetros longe de Campo Grande, a primeira estação meteorológica operada pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) no coração do Pantanal começou a transmitir dados direto da região da Nhecolândia, em Corumbá. 

Na chamada Fazenda Campo Zélia, a instalação em si, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), foi concluída no domingo (18) para início da transmissão automática dos dados por sinais em fase de teste. 

Parte agora da rede de estações do Governo do Estado operacionalizadas pelo Cemtec-MS, dados automáticos da base pioneira no Pantanal são transmitidos à base da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (da sigla em inglês NOAA), que concentra informações de todo o globo.

Com sede nos Estados Unidos, essa base é responsável também por redistribuir para os organismos nacionais encarregados da formulação dos característicos boletins sobre o tempo.

Pioneira no Pantanal

Coordenado pelo Cemtec, a execução do projeto de expansão da rede de monitoramento custou R$7,89 milhões de uma parceria firmada entre a Semadesc e a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) de Mato Grosso do Sul.

Conforme o Governo do Estado em nota, essa estação na região da Nhecolândia será a primeira de outras oito que devem integrar a rede no coração do Pantanal, entre as regiões do Paiaguás, Cáceres, Abobral, Nabileque e Rio Paraguai, por exemplo.

Das estações meteorológicas previstas, ao todo somam 19 novas totais, das quais 11 serão instaladas nos seguintes municípios: 

  1. Alcinópolis,
  2. Amambai,
  3. Anaurilândia,
  4. Água Clara,
  5. Inocência,
  6. Figueirão,
  7. Naviraí,
  8. Nioaque,
  9. Ribas do Rio Pardo,
  10. Paraíso das Águas e
  11. Corguinho.

Em números absolutos, segundo o Executivo Estadual, MS terá  61 estações interligadas "sendo 42 adquiridas e instaladas pelo Governo do Estado e outras 27 de propriedade do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)", expõe o Governo. 

Seguindo o padrão tanto do Inmet como da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), os dados das estações meteorológicas serão disponibilizados também para consulta pública. 

Quanto à estrutura, o Governo do Estado indica que essas novas estações são equipadas com caixa de preservação em alumínio com escudo de proteção, bem como: 

  • datalogger QML201C – VAISALA;   
  • módulo DSU232; 
  • módulo DSI486; 
  • regulador de carga QBR101; 
  • bateria 12v/26Ah; 
  • painel solar com potência de 50W; 
  • modem e antena GOES com conectores militares; 
  • torre tubular em alumínio de 10 metros com suportes; 
  • kit de aterramento e para-raio tipo franklin; 
  • sensor de temperatura e umidade relativa do ar – HMP155 – com abrigo meteorológico; 
  • sensor de velocidade e direção do vento ultrassônico – WMT700; 
  • sensor de radiação solar gobal – CMP6; 
  • pluviômetro RG13 – N2N2 e 
  • sensor de pressão atmosférica BARO1.

O intuito é conseguir dados instantâneos das condições climáticas de todos os pontos localizados no território de Mato Grosso do Sul.

Essas estações no Pantanal devem contribuir, principalmente, segundo o Governo do Estado, na hora da tomada de decisões estratégicas, tornando mais fácil a prevenção de incêndios florestais e demais desastres climáticos, além de fornecer dados para os mais diversos setores, 

Titular da Semadesc, Jaime Verruck aponta justamente esse aprimoramento da previsão do tempo como ferramenta de preparação do Governo do Estado. 

"Isso vai permitir o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento de problemas ligados a fenômenos ambientais. As novas estações preenchem vazios que havia em regiões, sobretudo da bacia do rio Paraguai, onde não se tinha informações precisas sobre níveis de precipitação, temperaturas e outros dados climáticos", cita Verruck em nota. 

Para a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima, tal ampliação melhora o monitoramento da chamada "variabilidade climática", o que dá maior compreensão das mudanças e respectivos impactos das secas prolongadas e chuvas intensas, por exemplo. 

"Com um maior número de dados coletados, as previsões meteorológicas se tornam mais acuradas, favorecendo a calibragem dos modelos de previsão e, consequentemente, serviços meteorológicos mais eficazes", conclui. 
**(Com assessoria)

 

Assine o Correio do Estado

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

Continue Lendo...

O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Continue Lendo...

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).