Cidades

PERIGO AOS PÁSSAROS

Estudo ambiental faz prefeito proibir uso de fogos de artíficio em eventos da prefeitura

Riscos para animais domésticos e silvestres motiva criação de decreto

Da Redação

17/10/2018 - 17h33
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Natal, Ano Novo, Carnaval, São João... 

Não faltam festas tradicionais brasileiras onde os fogos de artifício aparecem. 

E se depender do prefeito Marcos Trad (PSD), o uso deles em eventos oficiais do município está com os dias contados. 

Mas por uma boa causa.

Sensibilizado com estudos feitos por ambientalistas pelos prejuízos causados pelos fogos a animais, silvestres e domésticos, Trad prometeu publicar até a próxima semana um decreto no Diário Oficial do Município proibindo o uso de pirotecnia em eventos da prefeitura. 

Os riscos à saúde dos animais são claros. Além da morte, propriamente dita, pode gerar confusão mental, desorientação, fuga, além de problemas crônicos auditivos.

"Há estudos que comprovam que fogos de artifício podem causar graves danos aos animais. Vamos fazer isso em respeito a eles. Depois do feriado já deveremos estar publicando o decreto", disse Trad, em evento realizado na última semana. 

Mesmo sem decreto, os fogos já foram banidos de festividades da prefeitura realizadas ultimamente.

A comoção de Trad não foi à-toa e vem de um estudo de observação de impacto que começou em 2016 pela professora Simone Mamede, responsável pelo Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo. 

Conhecida pelo trabalho de observação e fotografia de aves silvestres que habitam o perímetro urbano da Capital, ela detalhou ao prefeito o estudo do impacto da queima de fogos, principalmente nas festas de final de ano na região do Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena, região leste da cidade.

"Encontramos aves mortas, como suiriri e bem-te-vi", disse Simone, ao Correio do Estado

"No monitoramento da virada do ano de 2017 para 2018, observamos menor riqueza e presença das aves, bem como na área de queima de fogos do Parque. Além disso, detectamos alterações no comportamento das aves, tais como: menor exposição, afugentamento e outros eventos como deserção de ninho por araras-canindés e menor movimentação de voo das espécies em geral. Por ser período de reprodução de muitas aves, muitas espécies estão com ninhos e com os fogos os adultos são afugentados pelo barulho deixando ninhos e filhotes vulneráveis à predação e riscos."

O resultado da pesquisa foi assustador e motivou Simone e sua equipe a buscar ações práticas. A primeira tentativa foi através das redes sociais, "mas sem muito sucesso", na avaliação da própria professora. Ocorreu, por exemplo, a queima de fogos na reinauguração da Cidade do Natal, reaberta ao público em dezembro.

Mas não foi o suficiente para desistir. 

Novamente o time da professora foi à luta. Primeiro na Assembleia Legislativa, onde foram exibidos os problemas ocasioandos pela queima de fogos não só no Nações Indígenas, mas também no Parque Estadual do Prosa, onde está instalado o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, com várias espécies em provesso de recuperação e tratamento.

A chance de conversar diretamente com Trad veio com a presença dele, na Comissão de Bem-Estar Animal (Combea). 

Foi na reunião que Simone conseguiu entregar o estudo ao prefeito, teve boa recepção e ouviu a promessa de que um estudo será elaborado pelo Poder Municipal para ampliar o veto, mesmo que o decreto inicial ainda não tenha sido publicado oficialmente. 

Há a possibilidade de o veto total ao uso de pirotecnia ser levado a cabo. 

“Há um projeto de lei federal que já fala sobre isso. Precisamos estudar para ver quais são as possibilidades”, disse o mandatário municipal. 

"O prefeito se colocou inteiramente à disposição, bem como os assessores jurídicos da administração municipal a fim de analisarem melhores alternativas de política pública para elaboração de um decreto ou uma normativa que assegure a proibição de fogos de artifício em Campo Grande. 

A Combea  também é integrada por profissionais da área jurídica que estão dispostos a contribuir neste processo", completou Simone.

A ideia é elaborar projeto nos moldes de outras grandes cidades brasileiras, como Santos e Campinas (ambas em SP) e Porto Alegre (RS), que possuem rígida legislação para venda, compra e uso de fogos de artifício.

Em nível estadual, tramita na Assembleia projeto de lei de Beto Pereira (PSDB) que proíbe o uso de fogos de estouros e estampidos em áreas de proteção ambiental, parques matas, hospitais, unidades de saúde, igrejas, escolas, asilos e postos de combustíveis.

Para Simone, Campo Grande deve entender seu espaço urbano, visto que a Capital, diferente de outras regiões metropolitanas, tem características únicas, com uma imensa fauna silvestre não só de aves que convive com carros e crescimento imobiliário. 

A preocupação com temas ambientais deve ser essencial. 

"Nossa preocupação não é só com os fogos de artifício, de estampido e sonoros, como também com os muros de vidros e vidraças espelhadas que transmitem uma ilusão de ótica, sendo consideradas armadilhas para as aves que acabam colidindo com essas estruturas. Muitas vezes o jardim está perfeito, muito atrativo às aves com flores, frutas e outros recursos, mas ao tentarem acesso são surpreendidas com os muros transparentes. Como nossa cidade é rica em biodiversidade e vem sendo reconhecida como a Capital brasileira do Turismo de Observação de Aves, a nossa arquitetura e paisagismo merecem propostas mais sustentáveis que permitam o melhor convívio com a fauna e flora nativos", explicou a professora.

 

Cidades

Portaria autoriza IBGE a contratar 39 mil temporários para Censo Agro e de população nas ruas

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado

18/12/2025 19h00

Agentes do IBGE em MS

Agentes do IBGE em MS FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) E O Ministério do Planejamento e Orçamento informaram a autorização de contratação temporária de 39.108 trabalhadores para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do Censo Agropecuário e do Censo da População em Situação de Rua. A Portaria Conjunta MGI/MPO Nº 90 liberando as admissões foi publicada na quarta-feira, 17.

"As contratações têm como objetivo viabilizar a operacionalização dos levantamentos censitários, que envolvem desde o planejamento técnico até a coleta, supervisão e processamento das informações em todo o território nacional. Os contratos serão firmados nos termos da Lei nº 8.745, de 1993", informou o MGI, em nota à imprensa.

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado, observando as políticas de reserva de vagas previstas em lei e assegurando que "todas as etapas do certame estejam alinhadas à efetividade das ações afirmativas".

A portaria determina que o IBGE defina a remuneração das vagas, "respeitando os critérios legais relacionados à relevância e à complexidade das funções".

O edital de abertura das inscrições para o processo seletivo simplificado será publicado em até seis meses, "contados a partir da publicação do ato normativo".

O IBGE ainda aguarda a aprovação do orçamento de R$ 700 milhões necessários aos preparativos do já atrasado Censo Agropecuário em 2026, para que possa ir à coleta de campo em 2027.

O cronograma inicial previa os preparativos em 2025 e coleta em campo em 2026, mas foi adiado por falta das verbas demandadas no orçamento da União. O levantamento censitário prevê a coleta de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.

No novo cronograma, caso os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual sejam garantidos, o IBGE dará início em outubro de 2026 ao cadastro de estabelecimentos para coleta de dados online, que começaria a ser feita em janeiro de 2027. Em abril de 2027 teria início a coleta presencial.

 

Prognóstico

Verão começa neste domingo e será marcado por calor acima da média em MS

Prognóstico aponta que podem ocorrer ondas de calor no Estado, enquanto as chuvas serão irregulares e podem ficar abaixo da média para a estação

18/12/2025 18h44

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começa às 11h03 (horário de MS) deste sábado (21) e será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas em Mato Grosso do Sul. É o que aponta prognóstico divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

A estação, que vai até o dia 20 de março de 2026, é climatologicamente caracterizada pelos dias mais longos e noites mais curtas, calor, maior disponibilidade de umidade na atmosfera e aumento significativa de pancadas de chuvas.

O primeiro dia do verão é o dia mais longo do ano e a noite mais curta.

Calor acima da média

De acordo com o prognóstico, a tendência climática para este verão em Mato Grosso do Sul indica temperaturas acima da média histórica, ou seja, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal no Estado.

"Essa condição favorece a ocorrência de períodos mais quentes, sobretudo em dias com menor nebulosidade e ausência de precipitação", diz o documento.

Quanto as temperaturas, a média da estação varia entre 24°C a 26°C. A previsão para o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2026 indica que as temperaturas ficarão ligeiramente acima da média histórica, com máximas acima de 30°C.

Segundo o Climatempo, o verão deverá ter maior influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e a estação terá períodos de veranico, quando várias áreas do País terão dias mais quentes do que o normal, com menos chuva do que o normal para o período.

O Sul do Brasil e as áreas de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos de calor intenso, que eventualmente poderão ser considerados como onda de calor, segundo o Climatempo.

Dessa forma, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal em Mato Grosso do Sul.

Chuvas irregulares

A média de chuva que é esperada para o verão, conforme os dados históricos baseados em períodos de 30 anos pelo Cemtec, indicam que as precipitações variam entre 400 a 600 mm. 

Para o verão 2025/2026, a tendência climática indica uma previsão  de irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do trimestre.

"Os volumes de precipitação tendem a oscilar em torno da média histórica, podendo apresentar totais ligeiramente acima ou abaixo da média histórica", diz o Cemtec.

Uma característica marcante do verão é a ocorrência de rápidas e frequentes mudanças nas condições do tempo. São comuns as chuvas de curta duração e forte intensidade, conhecidas como chuvas de verão.

Segundo o Cemtec, dependendo do ambiente atmosférico atuante, esses eventos podem evoluir para tempestades intensas, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e, ocasionalmente, granizo.

Em razão da intensidade pluviométrica concentrada em curtos intervalos de tempo, essas chuvas podem ocasionar impactos como alagamentos, enxurradas e elevação rápida do nível de córregos e rios, situações típicas do período de verão.

A maior frequência dessas tempestades ocorre, geralmente, no período da tarde, em decorrência do aquecimento diurno mais acentuado e dos mecanismos de modulação diurna da atmosfera.

Além disso, o verão é o período do ano de maior incidência de raios.

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