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GEOLOGIA

Extração mineral pode ter causado tremor de terra em Bonito

O impacto na cidade, de magnitude 1.7 MLv, foi registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo

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A situação atípica de tremores de terra sentidos por moradores de Bonito, em Mato Grosso do Sul, pode ter sido ocasionada por atividade humana de mineração. O fato ocorreu na manhã de ontem, na cidade que fica a 260 km de Campo Grande.

Segundo moradores e jornais da região, o barulho e o tremor ocorrido em Bonito pode ter sido ocasionado durante um trabalho de desmonte de rochas que foi realizado por uma pedreira que atua na região – ação essa que ocorreu no mesmo horário em que as pessoas sentiram o tremor.

Os tremores de terra sentidos em Bonito foram registrados pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com os dados do centro, o abalo sísmico na cidade foi de 1.7 magnitude local vertical (MLv).

De acordo com o geofísico e sismólogo Bruno de Barros Collaço, que atua no Centro de Sismologia da USP, a estação mais próxima que registrou o ocorrido está em Aquidauana, a uns 100 km de distância do epicentro do tremor.

“Nessas condições, tendo relatos de ação de uma pedreira próxima, é muito difícil identificar as diferenças entre um tremor de terra natural e um desmonte de rochas. Para dar uma informação mais precisa, seria necessário ter sensores mais próximos ao epicentro”, declarou o geofísico.

Em função da possibilidade de o abalo sísmico ter sido causado pela ação humana, os dados do fenômeno ocorrido em Bonito foram retirados do site do Centro de Sismologia da USP, o qual divulga os registros de terremotos no Brasil e em outras localidades ao redor do mundo.

Neste ano, em Bonito, outro abalo sísmico também foi registrado pela USP: no dia 19 de abril, às 20h04min, com magnitude maior, de 1.8 MLv.

A informação da possível ação humana na causa dos tremores em Bonito também foi confirmada pela professora Edna Maria Facincani, das Faculdades de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

A professora explica que a exploração de mineração pode causar abalos sísmicos que se diferenciam dos habituais abalos naturais.

“Em função de aquela região ter grande quantidade de minas, de exploração de calcário para produção de cimento, pode ter ocorrido [tanto] um abalo sísmico induzido como pode ter 10% de chances de ser um abalo sísmico natural. Mas se for induzido, não deixa de ser um abalo sísmico, uma vez que a propagação das ondas são iguais, só que uma é produzida pelo homem e a outra, por aspectos naturais”, declarou.

Edna também ressaltou que, em virtude das poucas estações sismológicas na região de Bonito, é difícil calcular o tipo de abalo sísmico – induzido ou natural.

EXPLICAÇÃO

Por mais rara que seja a existência de relatos da população sentindo tremores de terra (terremotos) em Mato Grosso do Sul, é comum no Estado o registro de abalos sísmicos, isso no Pantanal e na região sudoeste de MS.

Conforme pontuou Edna, o sudoeste de Mato Grosso do Sul é considerado uma região sismogênica, por conta da existência da Bacia Sedimentar do Pantanal (BSP).

“Esses sismos estão associados a falhamentos de subsuperfície, geralmente falhamentos tectônicos, e a liberação de energia desses falhamentos chamamos de abalos sísmicos”, esclareceu.

A professora complementou: “Os abalos sísmicos nessa região são normais, em função do contexto geológico e geotectônico. Associado a isso, nós também temos áreas no Estado ligadas à mineração, como a região de Bonito e Bodoquena, locais que também podem acontecer sismos”.

A BSP é uma das regiões mais sísmicas do território brasileiro. Cientes disso, a USP e a UFMS monitoram a região por meio da implantação de estações sismográficas no local desde 2003.

No Pantanal, a profundidade dos eventos é de 5 km, ou seja, seu hipocentro ocorre próximo à superfície, bem abaixo do sedimento da bacia, no embasamento do cristalino, e a magnitude fica em torno de 5 MLv.

Foi nessa mesma região em que já teve o maior evento de magnitude registrado em MS, de 5,4 MLv, ocorrido em 1964. Em 2009, um sismo em Coxim foi o segundo mais forte, de magnitude 4,8 MLv, o qual provocou a queda de telhados, além de móveis tremidos e objetos caídos. Em Miranda, em 2015, também ocorreram tremores de magnitude 4,0 MLv.

SONORA

Neste ano, a cidade de Sonora chegou a registrar 20 abalos sísmicos no mesmo dia, em magnitudes que tendem a ser despercebidas pela população.

Entre esses 20 sismos, os quais ocorreram no dia 13 de maio, o maior tremor de terra foi de 3.5 magnitude Richter (mR), o qual desencadeou ao menos 16 réplicas – tremores de terra secundários que podem ocorrer após o sismo principal.

Todos esses eventos secundários, de acordo com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), tiveram baixas magnitudes, entre 1.0 mR e 2.1 mR.

Conforme o sismólogo responsável pelo boletim dos tremores de terra do Centro de Sismologia da USP, José Alexandre, o sismo principal ocorreu há 100 km de Sonora. Além disso, o especialista destaca que essas ocorrências são relativamente comuns na região do Pantanal.

Além de Sonora e Bonito, outros abalos sísmicos no Estado registrados nos últimos meses ocorreram em Corumbá, Miranda, Ponta Porã, Bodoquena, Caracol e Rio Verde de Mato Grosso.

SAIBA

Abalos sísmicos entre um e três pontos na escala Richter são muito frequentes na Bacia do Pantanal. Ela pode registrar, por exemplo, mais de 200 em um ano.

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rio apa

Caminhonete cai de balsa durante travessia a rio e motorista morre afogado

Homem embarcou veículo para atravessar de Caracol ao Paraguai e conseguiu sair do veículo após a queda, mas foi arrastado pela correnteza

21/12/2025 17h00

Caminhonete caiu de balsa durante travessia

Caminhonete caiu de balsa durante travessia Foto: Divulgação / Bombeiros

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Um homem de 42 anos, de nacionalidade paraguaia, morreu afogado durante a travessia de uma caminhonete por meio de balsa, no Rio Apa, em Caracol. O veículo caiu no rio e a vítima foi arrastada pelas águas. O acidente aconteceu na última sexta-feira (19) e o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo (21). 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na última sexta-feira homem estava dentro do veículo e o embarcou na balsa, para fazer a travessia que liga uma base do Exército Brasileiro a um destacamento do outro lado da margem, pertencente à Armada Paraguaia.

O veículo foi embarcado sem estar devidamente travado e, durante a travessia, caiu no rio. 

Já na água, a vítima conseguiu sair da caminhonete, mas não conseguiu retornar até a balsa, pois foi arrastado pela correnteza e desapareceu no rio.

O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas no sábado (20). Equipe de mergulhadores de Campo Grande se até o local para ajudar no resgate.

A caminhonete foi localizada, retirada do rio e devolvida aos familiares ainda no sábado. Já o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo, a cerca de 1,5 km do ponto onde ocorreu o desaparecimento.

A balsa de travessia manual é utilizada para cruzar o rio Apa.

O Corpo de Bombeiros reforça a importância do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança em travessias fluviais, a fim de prevenir acidentes dessa natureza.

As circunstâncias do incidente serão investigadas.

 

Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

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