Cidades

Gênero

É falso que escolas contam com banheiro unissex em MS

Debate sobre uso compartilhado de banheiros acirrou cenário político recentemente

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Amplificadas pelo embate político atual, as falas e burburinhos acerca do uso compartilhado de banheiros entre meninas e meninos nas escolas de Mato Grosso do Sul são falsas. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Educação (SED) ao Correio do Estado, mesmo posicionamento da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em Campo Grande.

Getty Images/iStockphoto

O tema ganhou força recentemente em narrativas políticas entre apoiadores e adversários de  Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), atual presidente, ambos na disputa pela presidência do país, definida no próximo dia 30. 

Entre os diversos contextos, a criação de sanitários para acolher alunos transgêneros - que se identificam com um gênero diferente de seu nacimento -, foram alvos de fake news nas redes sociais. Em nota, a Semed informou que a Rede Municipal de Ensino (Reme) “não oferece banheiros "unissex" aos seus alunos.

A pasta reforçou que não existe regulamentação federal, estadual ou municipal, que rege a utilização deste tipo de banheiro, “conhecido também como neutro". Entre as orientações, a secretaria disse que os alunos seguem as normas habituais do uso dos banheiros, de acordo com o sexo de cada um, masculino e feminino.

A Semed informou que, para evitar constrangimento e garantir a privacidade dos alunos que se identificam como transgênero, as escolas podem ofertar uma terceira opção de banheiro, de uso individual.

Ao Correio do Estado, a secretaria disse estar “atenta às necessidades dos alunos”, da Rede Municipal de Ensino, que contam com a Divisão de Educação e Diversidade (DED), e com uma Equipe de Gerenciamento de Conflitos contra a Violência e Evasão Escolar (Egepreve) “para garantir o bem estar dos alunos em suas individualidades”. 

Recurso

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a Divisão de Educação e Diversidade (DED) é responsável por atuar em eventuais conflitos entre alunos, não somente em questões de gênero, mas também em denúncias étnico-raciais e outras pautas. 

Segundo a pasta, a rede de ensino é amparada pela legislação federal, que permite que alunos maiores de 18 anos possam utilizar seus nomes sociais em documentos escolares. O recurso também pode ser usufruído por alunos menores de 18, entretanto, somente com o consentimento formal de pais ou responsáveis legais. 

Aprovada pelo Ministério da Educação, a regulamentação do uso de nome social nas instituições de educação básica de ensino segue a resolução do Conselho Nacional de Educação Nº 1 de janeiro de 2018, que permite jovens maiores de 18 anos solicitarem o registro do nome social no ato da matrícula nas escolas.

“Cada caso é um caso. Os alunos maiores de 18 anos que optarem pelo uso do nome social, podem fazer (mudança) junto a escola de forma independente, entretanto, os alunos menores de 18 anos só podem realizar as trocas mediante aprovação dos pais, fator que pode gerar conflito entre as famílias”, disse a pasta. 

A Reme informou que caso os conflitos se mantenham, o aluno ou aluna que se sentir constrangido ou desprestigiado em relação a sua identidade, deve ser encaminhado ao grupo de valorização a vida, em uma movimentação que envolve somente as instituições de ensino e alunos, a fim de evitar possíveis evasões escolares. 

Ao Correio do Estado, a pasta disse que não possui números atualizados sobre o número de estudantes que utilizam o nome social atualmente, entretanto, disse que o dado deve ser catalogado até dezembro deste ano.

Problemáticas

Para além das discussões de gênero acirradas pelo período eleitoral, escolas sul-mato-grossenses lidam com a precariedade dos espaços destinados aos alunos. Pias quebradas, infiltrações, sanitários em condições mínimas e mau cheiro, são algumas das questões abordadas pelos alunos da Rede Estadual de Ensino. 

De acordo com uma aluna Bruna Santos* da Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues, na Mata do Jacinto, apesar da  preocupação da coordenação em repor produtos de higiene pessoal, o espaço conta com infiltração, vazamentos e uma pia quebrada. 

Condições do banheiro feminino da Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues, na capital

Arquivo Pessoal

Segundo ela, é recorrente que meninas reclamem do ambiente com quatro sanitários e quatro pias - uma em uso-,  junto à coordenação da escola. Alex Costa*, outro aluno da mesma instituição, disse que o espaço destinado aos meninos é “correto”, entretanto queixou-se do mau cheiro do ambiente, além da falta de papel higiênico em alguns momentos. 

Em nota, a Rede Estadual de Ensino (REE) disse que todos os banheiros destinados aos estudantes são exclusivamente masculino e feminino.

Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues

Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues/ Foto: Marcelo Victor /Correio do Estado

* Os nomes dos alunos são fictícios, suas identidades foram preservadas pela reportagem.

A SED  entrou em contato com a escola para apurar as condições dos banheiros utilizados pelos alunos da Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues. Segue a íntegra do material.

"Em contato com a direção da referida unidade escolar, fomos informados que o banheiro recebe a devida manutenção, com uso de água sanitária, desinfetante, sabão em pó e bicabornnato de sódio para a correta higienização das louças. Diarimente é realizada a reposição de materiais como papel higiênico, sabonete líquido e álcool em gel. O banheiro também conta com cestos de lixo, como pode ser observado nas imagens, e demais itens necessários para a higiene pessoal de todos. Por fim, a escola informou que qualquer necessidade de reposição/manutenção é prontamente informada pelos profissionais responsáveis pela limpeza."

*Atualizado para acréscimo de informações

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PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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