Em uma família que celebra o Natal com comemorações que evoluem a cada ano, incluindo, inclusive, um dos membros fantasiado de Papai Noel, a tradição ganha novos contornos a cada momento que passa.
É o que acontece na família da corretora de imóveis Ana Cristina Panziera Martins, de 53 anos, que cresceu em um lar no qual o período natalino sempre foi festivo e carregou no coração a ideia do que gostaria de viver com os filhos.
Mãe de Fernanda, de 7 anos, e Felipe, de 11, Ana Cristina explicou, em conversa com o Correio do Estado, que enxerga o Natal como a data mais bela do ano, por também marcar a celebração do nascimento de Jesus.
“E, por meio desse renascimento, é como se a gente também renascesse e tivesse a chance de fazer tudo de novo e tudo melhor”, disse.
Campo-grandense, ela vive há 20 anos em São Paulo e levou consigo o espírito de celebração, inicialmente compartilhado apenas com o esposo, Márcio Miranda Martins, de 45 anos.
Encanto
Com a chegada dos filhos, o encantamento ganhou ainda mais força com a presença da figura do Papai Noel. Foi assim que nasceu a tradição de, na véspera de Natal, deixar um biscoitinho para o bom velhinho.
“A minha família sempre gostou muito de Natal. Eu fui criada em uma casa onde havia a tradição do Papai Noel, que vinha trazer presentes. Depois, começamos a ter alguém fantasiado nas nossas reuniões natalinas, nos encontros, distribuindo presentes para todo mundo. E eu sempre idealizei que, quando tivesse filhos, manteria essa tradição com eles”, relembra.
O conto de fadas, conforme explicou a corretora, ganhou ainda mais cores quando passou a levar os filhos ao shopping para admirar a decoração e conversar com o Papai Noel, que, segundo ela, são apenas “ajudantes do Papai Noel verdadeiro”.
Afinal, manter a fantasia viva no imaginário das crianças é um verdadeiro desafio em tempos de influência dos coleguinhas.
Nina, cachorrinha Shih-tzu também é incluída no festejoTradição
A família inicia a comemoração, com a ceia natalina da véspera e, no dia 25, as crianças correm para procurar os presentes deixados ao pé da árvore de Natal.
O pai, Márcio, abraçou a ideia e, vestiu o traje de Papai Noel para aparecer nas câmeras e mostrar ao filho Felipe o “flagrante” da passagem do bom velhinho pelo apartamento.
A filmagem foi mostrada aos filhos para deixar no ar a expectativa dos próximos anos.
Eventualmente, devido à idade, o filho Felipe, em conversas com amigos da escola, teve contato com a ideia de que o Bom Velhinho não existe. Foi então o momento de os pais entrarem em cena e terem de contar a verdade.
Mesmo tendo perdido a fantasia, ele faz o possível para que a irmã, Fernanda, siga vivendo os Natais sonhando com a tão esperada visita que, todos os anos, coloca o presente aos pés da árvore.
Magia nos pequenos detalhes que encanta os pequenosClima festivo
O esforço passa por diversos detalhes, desde a decoração, que para Ana Cristina traz harmonia ao lar e deixa os filhos com os olhos brilhando de expectativa.
“Eu amo pensar em todos os detalhes: as luzes na sacada, o pisca-pisca da árvore de Natal, a árvore que a gente gosta de montar junto com as crianças, a importância da estrela no topo. Todo ano, lá por outubro, começo a pensar na mesa posta, em como ela vai ser. Já compro tudo e, na véspera de Natal, independentemente de estarmos só nós ou com mais pessoas aqui. A minha mesa vai estar incrível. Mesmo que seja um prato só de comida ou vários, a minha mesa posta vai estar incrível.”
O marido, que antes celebrava apenas o almoço de Natal, passou a participar de cada detalhe, abraçando a importância da comemoração, da construção do personagem lúdico e até do costume dos famosos biscoitinhos.
“A tradição dos biscoitos nasceu quando eu comecei a fazê-los, mas depois passei a encomendar de uma amiga. Deixamos perto da árvore só o biscoito, e o Papai Noel sempre come um pedaço. Acho que é por isso que ele está cheinho, né? Porque ele come biscoito na casa de todo mundo. E as crianças amam, principalmente a Fernanda, quando sobra no outro dia”, brinca.
Fernanda e Felipe com os biscoitinhos de NoelEla ressalta ainda que uma casa alegre não precisa, necessariamente, de objetos caros ou decoração sofisticada, mas sim de pessoas dispostas a compartilhar momentos de alegria.
“Se a sua família é feliz ou está feliz, isso ilumina qualquer ambiente. Quanto à decoração, faça o que o seu dinheiro permite. Hoje temos a internet, que ensina a fazer muitas coisas e dá muitas ideias. Então, se você não pode comprar um enfeite específico, faça o que o seu bolso consegue, e pronto.”
Outro ponto destacado é que, muitas vezes, o Natal é associado à ideia de mesa farta e cheia de comida, quando, na realidade, um prato feito com carinho e do gosto de quem está à mesa faz toda a diferença.
“O mais importante é a família estar reunida, são aqueles lugares estarem ocupados.”




