Cidades

TRABALHO INFANTIL

Fiscalização flagra 23 crianças
trabalhando em cemitérios

Dez cemitérios foram fiscalizados entre ontem e hoje

LUANA RODRIGUES

02/11/2018 - 14h30
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Equipes dos Ministérios do Trabalho e  Público do Trabalho, Conselhos Tutelares e Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), com apoio da Polícia Municipal, flagraram 23 crianças e adolescentes trabalhando em cemitérios públicos e privados de Campo Grande.

A fiscalização começou ontem, quando cinco garotos, entre 7 e 16 anos, foram flagrados trabalhando no cemitério São Sebastião, no Bairro Vila Cruzeiro, e outros dois, no Santo Amaro. Já nesta sexta-feira (2), mais 16 garotos estavam trabalhando nos mesmo locais. Ao todo, 10 cemitérios foram vistoriados, entre eles, três públicos e sete privados.

De acordo com a Auditora Fiscal do Trabalho, Maristela Borges de Souza Saravi, o resultado da operação neste ano representa um avanço, já que no ano passado eles encontraram em todos os cemitérios da Capital, 42 crianças trabalhando, sendo  algumas de apenas 5 anos de idade.

“Diminuiu bastante e já é resultado da nossa insistência e das parcerias que a gente firmou. Fizemos muitas reuniões antes para combimar um cronograma de fiscalização, pedimos o reforço da Polícia municipal e o resultado é este", considera.

Em geral, os garotos vão para o cemitério para oferecer serviços como limpeza de túmulos, manutenção interna e externa, guarde de carros e venda de produtos relacionados ao dia dos Finados. A auditora diz que a maioria vai acompanhado dos país, mesmo assim é proibido.

“Existe a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (TIP), com 93 atividades proibidas relacionada ao trabalho proibido a essa faixa etária. O trabalho em cemitério é uma das piores, porque coloca esses menores em situação de vulnerabilidade por conta do trabalho pesado”, disse.

TENTATIVA DE RESGATE

Para resgatar as crianças em situação de trabalho, as equipes coletam os dados dos menores e verificam se eles estão com as famílias ou com a pessoa que as contrataram. “Quando estão com os pais, nós coletamos os dados e encaminhados a família para uma rede de proteção. Agora se essas crianças ou adolescentes forem encontradas com o ‘empregador’ a multa para ele é de R$ 402,53 por cada menor que estiver trabalhando indevidamente”, disse.

Para a surpresa das equipes, no primeiro dia de fiscalização, cinco menores encontrados no cemitério São Sebastião, se recusaram a conversar com os servidores e os ameaçaram com facas e enxadas. A Polícia Municipal precisou ser acionada para dar apoio na operação. Um adolescente, de 17 anos, que tentou entrar no cemitério, foi abordado por um dos funcionários e virou as costas xingando as equipes. Mais tarde o garoto pulou o muro lateral e se juntou aos colegas.

“Esses adolescentes deveriam estar dentro das escolas, mas se querem trabalhar, precisam estar em programas sérios como o menor aprendiz por exemplo, tendo todos os direitos garantidos”, afirmou a Auditora Fiscal do Ministério do Trabalho.

LEGISLAÇÃO

Segundo a Constituição Federal, é proibido para menores de 16 anos a execução de qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. No caso das atividades de aprendizagem, o trabalho não pode ser noturno, perigoso ou insalubre, mesmo para os maiores de 16 e menores de 18 anos. As atividades de aprendizagem também não devem prejudicar a frequência nem o rendimento escolar do adolescente.

A proibição é reforçada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que restringe a possibilidade de trabalho a menores de 16 anos apenas a casos autorizados pela Justiça e estabelece os critérios para a contratação de aprendizes. O direito à profissionalização e proteção no trabalho para os aprendizes também está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

 

Cidades

Idoso e criança morrem em acidente entre dois veículos em Campo Grande

Carros bateram de frente próximo ao Autódromo Internacional; Vítimas eram da mesma família

21/12/2025 13h33

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

Durante o trabalho de socorro e perícia, o trânsito no local ficou parcialmente interditado.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

 Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeHB20 foi atingido por outro veículo que tentava ultrapassagem (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Operação Rodovida

Na última terça-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Rodovida, com intensificação da fiscalização e prevenção de acidentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período das férias escolares, Natal, Ano Novo e o Carnaval.

A Operação Rodovida é a maior operação de segurança viária do Brasil. No período da operação, instituições responsáveis pela fiscalização em vias urbanas e rurais se unem para reduzir a letalidade e o índice no trânsito.

As metas estão previstas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que segue o índice previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir em pelo menos metade, até 2030, o número de mortes no trânsito brasileiro.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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