Cidades

Golpe do Chip

Estelionatários invadem perfis em redes sociais e induzem seguidores a realizarem pagamentos via PIX

Hackers conseguem acesso aos perfis criando novos chips em operadoras telefônicas

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Para quem costuma utilizar redes sociais, como Instagram e WhatsApp, imagens como essas, anunciando “promoção exclusiva” via pix, não são estranhas. 

A “Tabela Pix” se trata de um golpe aplicado por hackers para induzir seguidores do perfil invadido a fazer depósitos bancários com o uso de chave PIX. Os golpistas prometem até quadruplicar o valor recebido. No entanto, após a transação, o retorno não acontece.

Tati Bergamo, engenheira ambiental e influenciadora utiliza seu perfil aberto no Instagram desde 2015, para compartilhar sua jornada no esporte, atualmente como maratonista e ciclista, incentivando seu público a uma vida mais saudável. Neste período, conquistou mais de 50 mil seguidores, e a rede social acabou se tornando uma ferramenta de trabalho.

Na tarde da última quinta-feira (9), Tati teve seu perfil invadido por golpistas, que, além da “Tabela Pix”, publicaram falsos relatos de pessoas “confirmando” que a operação havia sido um sucesso.

Reprodução

 

Na manhã de sexta-feira (10), Tati realizou um Boletim de Ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande. Após recuperar seu Instagram, utilizou a plataforma para relatar o golpe.

“Acabei de sair da delegacia. Ontem meu whatsapp, meu instagram… Tudo foi clonado. O mais assustador é que eu não cliquei em nenhum link, não mandei código de nada, não caí em nenhuma lorota”, desabafou.

Aos seus seguidores, a influenciadora relata que estava fazendo uma tarefa com seu filho, por volta das 16h, quando o sinal do seu telefone celular caiu, “sumiu rede, sumiu internet, sumiu tudo. Só fiquei com wifi”.

Imediatamente, Tati tentou entrar em seu WhatsApp, e percebeu que havia perdido o acesso. Também não conseguiu entrar em seu Instagram e e-mail.

Em entrevista ao Correio do Estado, a influenciadora explicou que, para realizar o golpe, o criminoso utilizou seus dados para fazer um novo chip na operadora telefônica, com seu número ativo. 

“Quando perdi o acesso da rede fui até uma operadora. Lá, a atendente me informou que fazia 30 minutos que tinham pedido um novo chip com meu número. Lógico que eles não falam que isso foi com ajuda de alguém da operadora, eles falaram que foi alguém que tem acesso aos meus dados, e que por meu plano ser empresarial, essa pessoa se passou como alguém da empresa e conseguiu fazer essa alteração de chip, como se fosse um pedido real meu”, relatou.

Tati acredita que o golpe foi uma falha de segurança da operadora, que permitiu a transferência do número para um novo chip.

“Depois, conversando com todo mundo que já passou por isso, sabe-se que é um golpe bem comum, e que o pessoal da operadora que facilita, porque quando o plano é empresarial não é fácil alguém se passar pela empresa”, relatou

Com o acesso ao chip, o golpista conseguiu entrar no WhatsApp e em todas as contas nas redes sociais.

“Como essa pessoa ficou com o meu chip, todas as verificações de segundo fator eram recebidas por ele. Quando eu tentava recuperar minhas senhas, para tentar voltar para meu WhatsApp e para o meu Instagram, eu não recebia SMS de nada, só ele que recebia, ele ficou com o controle total do meu telefone e de todas as minhas redes”.

Segundo ela, pelo menos dez pessoas caíram no golpe, com valores altos, acima de R$ 1.000,00. Uma das pessoas, além de perder o dinheiro, também foi clonada por clicar em um link que os golpistas haviam enviado.

“Isso que me deixa realmente muito chateada. Eu não me importo em danos comigo, sabe? Mas causar dano a outras pessoas me deixou bem abalada”, desabafou.

Aos seguidores, a influenciadora pediu desculpas, e fez um alerta sobre os golpes.

“Eu preciso dar satisfação, pedir desculpas, mesmo eu não querendo isso jamais. Me desculpem, eu estou vendo aqui que algumas pessoas caíram no golpe, infelizmente. Isso foi o que mais me doeu”, disse em vídeo.

Durante a entrevista, Tati relatou estar se sentindo insegura e vulnerável. 

“Tudo que eu achava que existia de segurança, até a autenticação de dois fatores, cai por terra nesse tipo de golpe”, comentou. “Consegui recuperar o instagram, não recuperei meu acesso ao WhatsApp ainda, não estou segura de ficar usando meu e-mail, não sei o que fazer, dá um certo pânico até”, finalizou.
 

Operadora

A equipe de reportagem entrou em contato com a operadora para simular uma troca de chips. A vendedora informou que, para a portabilidade, era necessário apenas comprar um novo chip e enviar uma foto do código de barras, que se encontra na parte de trás da embalagem. Durante o atendimento, não mencionou necessidade alguma de comprovar a posse do número.

 

Orientações para uso das redes

Em comemoração ao Dia da Internet Segura (7 de fevereiro), o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) disponibilizou cartilhas com orientações para uso seguro das redes sociais, que podem ser acessadas clicando aqui.

Apesar da fragilidade do sistema que deveria oferecer segurança, qualquer medida para reduzir a chance de golpes deve ser considerada. Cristine Hoepers, gerente do CERT.br, destaca a importância da publicação e das instruções sobre como proteger as contas em redes sociais, que são muito visadas por pessoas de má-fé

“Depois de invadi-las, eles se aproveitam da confiança entre os usuários e da velocidade com que as informações se propagam para disseminar malware [qualquer tipo de software de computador com intenção maliciosa] e aplicar golpes na rede de contatos da vítima”.

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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