Cidades

"TURN OFF"

Governo entrega cargo a ex-deputada, mas retém a "chave do cofre"

Dione Hashioka será secretária-adjunta da Educação, mas sem os poderes do anterior, que chegou a ser preso por suspeita de corrupção

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Com 17,7 mil votos na disputa por uma vaga na Câmara Federal em 2022, ex-deputada estadual Dione Marly Gandolfo Hashioka foi nomeada para o cargo de secretária-adjunta na Secretaria de Estado de Educação.  Mas, a princípio, o governador não entregou a ela a “chave do cofre” da pasta com o maior orçamento dentre todas as secretarias.

O orçamento oficial da Educação para este ano é de 3,179 bilhões, o que é 16,3% acima dos R$ 2,732 bilhões do ano passado. A pasta tem cerca de 800 milhões de reais a mais que a Saúde, a segunda colocada, cujo orçamento é R$ 2,308 bilhões. 

Na mesma edição em que saiu a nomeação no diário oficial, a administração estadual revogou resolução de abril do ano passado que dava ao adjunto da Educação a “chave do cofre”. 

Esta resolução, que teve validade retroativa ao dia 2 de janeiro de 2023, permita que ele fizesse contratações públicas das mais diversas.. Ele tinha poder para assinar contratos, acertar aditivos, romper contratos, decidir se determinada compra seria feita com ou sem licitação e dava a ele o poder de homologar ou cancelar o resultado licitações.

Além disso, ele tinha autonomia para firmar convênios ou parcerias com os mais diferentes tipos de empresas ou organizações sociais. E, cabia a ele também a decisão sobre todas as nomeações de pessoal na secretaria.  

Quem tinha todos estes poderes era Edio Antonio Resende de Castro Bloch, demitido no final de novembro do ano passado depois da revelação de um suposto esquema de corrupção nas secretarias estaduais de Educação e Saúde do Governo de Mato Grosso do Sul. 

Edio de Castro, que acompanhava o ex-governador Reinaldo Azambuja desde a época em que era prefeito de Maracaju, virou alvo da operação Tur Off, do Ministério Público Estadual, por causa da suspeita de superfaturamento em um contrato de R$ 13 milhões na compra de aparelhos de ar-condicionado.

O contrato sob suspeita foi fechado ainda em 2022, na administração do então governador Reinaldo Azambuja, e Édio de Castro chegou a ser detido no dia 29 de novembro, dia em que o MPE cumpriu outros sete mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. Porém, três dias depois foi liberado e passou a usar tornozeleira eletrônica. Contudo, no dia seguinte ao da operação acabou sendo demitido.

Conforme dados divulgados à época pelos investigadores, Edio Castro comandava um grupo de servidores públicos que tinham uma espécie de jogo de cartas marcadas para que os empresários  Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior vencessem licitações. Os contratos sob suspeita somavam R$ 68 milhões. 

FAMÍLIA TRADICIONAL

Com sua base eleitoral em Nova Andradina, Dione Hashioka é integrante de família que "domina" a política na região faz décadas. Ela foi deputada estadual por três vezes e seu marido, Roberto Hashioka, é deputado estadual atualmente, depois de ter sido prefeito de Nova Andradina. 

Dione Hashioka é odontóloga e foi eleita com 19.843 votos para o primeiro mandato, em 2006. Em 03 de outubro de 2010, foi reeleita, com 24.636 votos, iniciando seu mandato no cargo de 2ª vice-presidente da Casa de Leis. No final de 2022 assumiu o cargo novamente, durante pouco mais de um mês, já que o deputado Barbosinha renunciou ao mandato para assumir a função de vice-governador. 

Ela estava sendo apontada como uma das favoritas para a disputa pela comando da prefeitura em outubro deste ano. Porém, ao assumir o cargo na Educação, sai da disputa e deixa o caminho aberto para aliados no Governo. 

ESTAGNADO

Programa que distribui remédios está presente em 16% das farmácias de MS

Serviço está presente em 70 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, segundo dados enviados pelo Ministério da Saúde

20/01/2025 09h00

Há 22 anos, Eladia Franco retira seu remédio para pressão alta pelo programa Farmácia Popular

Há 22 anos, Eladia Franco retira seu remédio para pressão alta pelo programa Farmácia Popular Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O programa Farmácia Popular, serviço que garante medicação gratuita ou mais barata à população de todo o País, está presente em apenas 16% das farmácias de Mato Grosso do Sul. 

Relançado pelo governo federal em 2023, atualmente, é oferecido em apenas 419 das 2.546 farmácias de Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Ministério da Saúde repassados ao Correio do Estado

A iniciativa, porém, está ausente em 14% dos municípios do Brasil. Ou seja, está presente em apenas 759 cidades do total de 5.570. Em Mato Grosso do Sul, o programa está presente em 70 dos 79 municípios.

As cidades que não tem o programa no Estado são: Corguinho, Coronel Sapucaia, Figueirão, Japorã, Jaraguari, Jateí, Ladário, Paraíso das Águas e Terenos. 

Em junho de 2023, o programa passou a ser ofertado para os 55 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Ao todo, o serviço oferta 41 itens, entre remédios, fraldas e absorventes, distribuídos por meio de parcerias com farmácias da rede privada.

À época de seu relançamento, o programa tinha a expectativa de contemplar 5.207 municípios do País, porcentual equivalente a 93% do território nacional. 

PROGRAMA

Criado em 2004, o programa de atenção à saúde primária cresceu majoritariamente durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014, período com 17.580 estabelecimentos credenciados, conforme matéria da Folha de São Paulo. 

O número de adptos praticamente não cresceu entre os governos de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL).

A presidente do Conselho Regional de Farmácia em Mato Grosso do Sul (CRF-MS), Daniely Proença dos Santos, destacou ao Correio do Estado que o programa é fundamental para garantir que parte da população tenha acesso a medicamentos essenciais oferecidos em programas de saúde, bem como para acessá-los a partir das parcerias entre governo federal e as farmácias e drogarias da iniciativa privada, sem precisar se deslocar até o posto de saúde.

FALTA DE INFORMAÇÃO

Daniely declarou que, apesar da oferta, muitos idosos deixam de conseguir o medicamento mais barato ou de forma gratuita por falta de informação ou mesmo por questões burocráticas. 

“Quando conversamos com os farmacêuticos, ouvimos que muitas pessoas deixam de receber o serviço [mais barato] por burocracia, demora de atendimento ou mesmo por não ter as informações necessárias. Se o cliente vai até a farmácia e encontra o medicamento com valor acessível, não vai atrás dessa informação”, disse a presidente do CRF-MS. 

Questionada sobre o número de farmácias credenciadas junto à Farmácia Popular em MS, Daniely disse que a adesão à modalidade de atendimento está a cargo dos donos das farmácias, que, segundo ela, por vezes, veem-se prejudicados ao entrarem no programa. 

“O dono da farmácia faz o cadastro e adere ao Farmácia Popular. Em contrapartida, recebe [do governo federal] parte do valor sobre cada medicamento. Compra um dipirona a R$ 1,99 e recebe R$ 0,60. Por vezes, se veem prejudicados, fizeram esse cálculo”, falou a presidente do CRF-MS. 

Daniely destacou que, ao longo dos anos, muitos estabelecimentos deixaram de participar do programa, por conta da falta de atenção do poder público em relação às suas vantagens e desvantagens, sobretudo no valor oferecido como reembolso aos medicamentos dispensados e à demora no recebimento desse valor.

QUEM PRECISA

Natural de Porto Murtinho e moradora de Campo Grande, há pelo menos 22 anos a balconista aposentada Eladia Franco, de 72 anos, faz uso de medicação contínua para controlar a pressão alta. O remédio é retirado por meio do programa Farmácia Popular. 

Ao Correio do Estado, ela afirmou que garante o medicamento por meio de acompanhamento cardiológico semestral, o que permite a retirada do remédio de forma gratuita na farmácia mais próxima de sua casa, no Jardim Panamá. 

“Durante todo esse tempo, eu nunca tive problema para fazer a retirada do meu remédio. A gente vai ficando idoso, meio ‘tan-tan’, mas ninguém que eu conheço já foi ludibriado ou não conseguiu retirar a medicação que precisava”, declarou a aposentada.

Além da pressão alta, Eladia gasta cerca de R$ 250 por mês com outros dois medicamentos que a ajudam a controlar problemas cardiovasculares e o colesterol. 

Ela disse que, apesar do alívio na conta, ao longo dos anos, o gasto com a compra de medicamentos só cresceu. 

“Minha sorte é que a minha aposentadoria subiu para R$ 1,5 mil. Às vezes você precisa de um remédio específico e paga R$ 300. Como que um aposentado vive? Além disso, você vai no posto de saúde e não acha nada”, reclamou Eladia.

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Ensino Superior

Universidades públicas de MS têm 71 vagas para medicina pelo Sisu

Confira o número de vagas para os 10 cursos mais concorridos pelo Sistema de Seleção Unificada

20/01/2025 08h20

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), bem como o prazo para fazer alterações no cadastro, terminam nesta terça-feira (21). O curso de graduação mais concorrido do processo seletivo é o de medicina, que tem 71 vagas disponíveis em Instituições Públicas de Mato Grosso do Sul.

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) é a que oferta mais vagas, com 28 abertas pelo Sisu. Destas, 16 são para o campus de Campo Grande, e 12 para o campus de Três Lagoas. Todas as vagas são para o 1º semestre de 2025.

Já a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) tem 23 vagas, todas para o campus de Campo Grande.

Na Universidade Federal da Grande Dourados, são 20 vagas ofertadas para medicina pelo Sisu, todas para o 2º semestre de 2025.

Depois da medicina, aparecem entre os dez mais concorridos:

  • Engenharia de computação;
  • Direito;
  • Odontologia;
  • Ciência da Computação;
  • Engenharia de Software;
  • Enfermagem; 
  • Psicologia;
  • Engenharia Civil;
  • Arquitetura e Urbanismo.

Confira o número de vagas por Universidade para cada um dos cursos mencionados acima:

Engenharia de Computação

UFMS: 12 vagas para Campo Grande (integral).

UFGD: 25 vagas (integral).

Direito

UFMS: 66 vagas, distribuídas em:

  •  24 vagas para Campo Grande, sendo 12 para o período integral e 12 para o noturno;
  • 10 vagas para Coxim (noturno);
  • 22 vagas para Três Lagoas, sendo 11 para o período integral e 11 para o noturno;
  • 10 vagas para Corumbá (noturno).

UEMS: 173 vagas, distribuídas em:

  • 24 vagas para Aquidauana (noturno);
  • 24 vagas para Bataguassu (noturno);
  • 17 vagas para Campo Grande (noturno);
  • 24 vagas para Dourados (matutino);
  • 20 vagas para Jardim (noturno);
  • 24 vagas para Naviraí (noturno);
  • 40 vagas para Paranaíba (20 noturno e 20 matutino).

UFGD: 25 vagas (noturno).

Odontologia

UFMS: 12 vagas para Campo Grande (integral). 

Ciência da Computação

UFMS: 12 vagas para Campo Grande (integral).

UEMS: 20 vagas para Dourados, curso integral.

Engenharia de Software

UFMS: 14 vagas para Campo Grande (integral).

Enfermagem

UFMS: 27 vagas, distribuídas em:

  • 10 vagas para Campo Grande (integral);
  • 9 vagas para Coxim (integral);
  • 8 vagas para Três Lagoas (integral).

UEMS: 24 vagas para Dourados, curso integral.

Psicologia

UFMS: 26 vagas, divididas em:

  • 10 vagas para Campo Grande (integral);
  • 8 vagas para Paranaíba (integral);
  • 8 vagas para Corumbá (integral).

UEMS: 40 vagas, sendo 20 para Coxim (noturno) e 20 para Campo Grande (matutino).

UFGD: 40 vagas (integral).

Engenharia Civil

UFMS: 20 vagas para Campo Grande, sendo 10 para integral matutino/vespertino e 10 vagas para integral vespertino/noturno - estas para início no 2º semestre.

UEMS: 20 vagas para Nova Andradina (noturno).

UFGD: 30 vagas (integral).

Arquitetura e Urbanismo

UFMS: 20 vagas, sendo 10 para Campo Grande (integral) e 10 para Naviraí (integral).

Sisu

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foram abertas no dia 17 de janeiro, e se encerram nesta terça-feira (21). 

As inscrições são gratuitas, e podem ser feitas através do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior (confira o passo a passo abaixo).

Para se inscrever no processo seletivo do Sisu 2025, é necessário que o estudante:

  • tenha o ensino médio completo;
  • tenha participado da edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);
  • e não tenha zerado a prova de redação, conforme a Portaria MEC nº 391/2002.

É vedada a inscrição para quem declarou ter participado do Enem 2024 na condição de treineiro, ou seja, quem participou do exame para fins de autoavaliação antes mesmo de concluir o ensino médio.  

Classificação

Todos os candidatos inscritos no Sisu serão classificados conforme o seu desempenho no Enem 2024, primeiramente na modalidade de ampla concorrência. Em seguida, é prevista a reserva de vagas ofertadas pela Lei de Cotas. O objetivo é beneficiar os candidatos realmente demandantes de política compensatória para acesso ao ensino superior.

Oferta

Os estados com mais vagas ofertadas são Minas Gerais (34.049), Rio de Janeiro (28.424), Bahia (22.889) e Paraíba (21.268). As Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fluminense (UFF) são as que oferecem mais vagas – 9.050 e 8.683, respectivamente. Entre os institutos federais, o do Ceará (IFCE) é o que têm mais vagas (6.022), seguido do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) com 5.675 e do Instituto Federal da Paraíba com 2.850. 

Em Mato Grosso do Sul, as universidades públicas ofertam 4.880 vagas.

O Sisu 2025 traz ainda 14.521 vagas de grau tecnológico, em cursos variados, como energias renováveis; gestão de dados, tecnologia da informação; ciência dos dados; análise e desenvolvimento de sistemas; redes de computadores; telemática; sistemas para internet; sistemas de telecomunicações, entre outros.

Confira o passo a passo de como realizar a inscrição: 

  • 1° passo: acesse a página do Sisu, clique em “fazer inscrição” e entre com seu perfil do gov.br ou realize seu cadastro. 

  • 2° passo: confirme os dados de contato e preencha o perfil socioeconômico para Lei de Cotas. 

  • 3° passo: escolha até duas opções de cursos. Nesta etapa, é possível pesquisar vagas pelo nome do município, da instituição ou do curso, além de ter acesso a detalhes e modalidades disponíveis. 

  • 4° passo: confira e confirme os dados do curso e da modalidade escolhidos. 

  • 5° passo: após confirmar a inscrição, o candidato será encaminhado para a tela “minha inscrição”, onde estarão disponíveis informações sobre a opção escolhida, como a classificação parcial. 

Cotas 

A oferta de vagas reservadas observará a proporção de estudantes de escolas públicas, de baixa renda, com deficiência, pretos, pardos, indígenas e quilombolas.Todas as instituições de educação superior participantes doSisu2025 adotarão os dados de distribuição de vagas conforme os percentuais atualizados do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Etapas

A edição de 2025 terá somente uma etapa de inscrição de candidatospara asvagas ofertadas pelas instituições participantes.Com isso, os inscritos podem disputar as vagasofertadas para oano inteiro,participando da seleção uma única vez. A chamada regular está prevista para 26 de janeiro.  

Alista de espera poderá ser utilizada pelas instituições de educação superior participantes,durante todo o ano,para preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas na chamada regular. O candidato que não for selecionado na chamada regular poderá manifestar interesse em participar da lista de espera no período de26a31dejaneiro,também pelo Portal AcessoÚnico. 

Todos os estudantes selecionados dentro das vagas disponíveis, tanto na chamada regular, como por meio da lista de espera,deverão realizar a matrícula na universidade no período indicado no edital. 

Confira o cronograma do Sisu 2025: 

Sisu

O Sistema de Seleção Unificada foi instituído pela Portaria Normativa nº2, de 26 de janeiro de 2010, e atualmente está regulamentado pela Portaria Normativa nº21, de 5 de novembro de 2012. O Sisu reúne as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior do Brasil que aderiram ao processo seletivo vigente.

A maioria das instituições participantes são da rede federal de ensino superior, com destaque para universidades e institutos federais.

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