Cidades

SINTONIA DOS GRAVATAS

Há um ano, alvo do Gaeco foram advogados a serviço do PCC

Em abril do ano passado, 11 advogados foram citados em operação que mais tarde resultou na prisão de defensor público de MS

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A operação desencadeada hoje é a segunda em pouco mais de um ano que pretende desmontar suposta quadrilha formada por advogados a serviço do crime organizado em Mato Grosso do Sul. Os alvos desta sexta-feira (05) seriam aliados do Comando Vermelho. Em abril do ano passado, estavam na mira 11 advogados que supostamente ajudavam integrantes do PCC no cometimento de crimes. 

O Gaeco ainda não informou a identidade dos advogados que estariam a serviço do Comando Vermelho, mas no ano passado, na operação que ficou conhecida como Sintonia dos Gravatas, a identidade de todos veio a público e nos desdobramentos da investigação até um defensor público, Helkis Clark Ghizzi, acabou sendo preso. 

A investigação descobriu que o filho dele, Bruno, um dos 11 advogados investigados na Sintonia dos Gravatas, tinha ajuda do pai para acessar processos envolvendo integrantes do PCC, facção que teria em torno de 30 mil integrantes.
 
O advogado Bruno Ghizzi, 31 anos, nasceu em Presidente Bernardes, interior de São Paulo, e toca escritório em um centro empresarial situado na Avenida Afonso Pena, na região central de Campo grande. Ele é um dos representantes do escritório Bruno Ghizzi e Advogados, com escritórios em Campo Grande e Presidente Prudente, interior de São Paulo.  O escritório tocam em torno de 530 processos, muitos deles da capital sul-mato-grossense.

Outra advogada investigada é Caroline Almeida de Souza. Nascida em 1981, a campo-grandense, também tem escritório na Avenida Afonso Pena. Ela, segundo consulta pela internet, atuaria em pelo menos 200 processos, a maioria deles em MS.

Outra é Cybele Bezerra da Silva, de 32 anos, que atua em 91 processos, 83 dos quais na Justiça de MS. Na investigação também aparece Gabriella Rolon Godoy, de 34 anos, campo-grandense que no ano passado atuava em torno de 190 processos, dos quais 160 em MS.

Na Sintonia dos Gravatas apareceu ainda o nome de Inaiza Herradon Ferreira, nascida em Campo Grande, 41 anos, tem três endereços em que atuaria como advogada, um deles na cidade de Jaraguari. Os investigadores descobriram que ela trocou, por celular, em torno de três mil mensagens com presos do PCC.  

Janaína Faria Ramos Cândia Scaffa, também campo-grandense, tem 36 anos e, segundo pesquisa na internet, estaria atuando em 80 processos, a maioria na Justiça Estadual.

Lucas Eric Ramires dos Santos, nascido em Porto Murtinho, cidade sul-mato-grossense situada na região de fronteira com o Paraguai. Tem 36 anos e mora em Campo Grande. Estaria agindo em 41 causas, 38 delas em Campo Grande.

Paula Tatiane Monezzi, advogada campo-grandense, 36 anos, que, segundo a denúncia, tem dois endereços profissionais na Capital – no Jardim Imá e no Bairro Amambaí. Em nome dela aparecem 489 processos.

Na investigação também apareceu o nome de Marco Antônio Arantes de Paiva, de 65 anos. Seu escritório fica em São Paulo e há 15 anos é advogado de Marco Williams Herbas Camacho, o Marcola, chefão do PCC.

O 10º advogado envolvido é Rafael Mennella, 63 anos, que mantém seu escritório em São Paulo. Toca 847 processos em território paulista e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Thais de Oliveira Caciano nasceu em Porto Velho, capital de Rondônia, mas reside em Campo Grande. Ela tem 28 anos e, em seu nome como advogada, aparecem 54 processos tocados no Judiciário de MS e no estado de Amazonas.

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Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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