Foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (11), por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a "Operação Rota 443", com o objetivo de combater crimes cibernéticos relacionados ao vazamento de dados sensíveis de alunos da rede pública municipal.
A ação resultou na prisão preventiva de um hacker responsável pela invasão ao sistema educacional da Prefeitura de Campo Grande e na apreensão de equipamentos eletrônicos que serão submetidos à perícia técnica.
O nome da operação faz referência à porta 443, utilizada em conexões criptografadas HTTPS na internet. A escolha se deu pelo uso de caminhos virtuais protegidos pelo autor para encobrir sua identidade durante os ataques.
Invasão do sistema
A investigação, conduzida pelo Dracco, revelou que o autor do crime invadiu o sistema Eduweb, utilizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) para gerenciar informações escolares.
Por meio dessa invasão, o criminoso obteve relatórios contendo dados como nome completo, endereço, escola e condições de saúde de crianças e adolescentes.
Após ameaçar divulgar essas informações em redes sociais, o hacker concretizou a ameaça ao publicar links com os dados obtidos ilegalmente.
No entanto, ao contrário do que informou a polícia, o secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt, afirma que não houve divulgação dos dados.
"O mais importante agora é que os pais tenham segurança e tranquilidade. A situação foi resolvida no sentido de conseguir identificar a pessoa que estava em questão e conseguir fazer a apreensão dela. Com isso, os dados ficaram ali seguros."
Além disso, o Dracco identificou que o autor utilizava VPNs internacionais, e-mails anônimos e perfis falsos para dificultar a sua localização.
Apesar dos cuidados técnicos do criminoso, a equipe técnica da Polícia Civil conseguiu rastrear parte das conexões até um endereço físico em Itajobi, no interior de São Paulo. Com o apoio da polícia local, foi cumprido o mandado de prisão preventiva e busca domiciliar.
Apreensões
Durante a ação policial, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos que passarão por análise técnica especializada para esclarecer a dinâmica do crime, identificar possíveis coautores e fornecer subsídios para a responsabilização penal do autor.
Além disso, a investigação conta com suporte técnico do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Ciberlab/MJSP) para identificar se há conexões com outros crimes cibernéticos em andamento no país.
Após a prisão, o hacker foi interrogado pelas autoridades e confessou os crimes. Ele permanece detido enquanto aguarda deliberação judicial sobre seu caso.
Ataques em MS
Recentemente, outro ataque cibernético ocorreu em Mato Grosso do Sul. É o caso da Prefeitura de Ivinhema, em que os criminosos pediram US$ 1 milhão de dólares para não divulgarem dados pessoais de contribuintes do município.
Para reduzir os danos, a prefeitura pediu para que a população redobrasse os cuidados com mensagens e ligações recebidas de números desconhecidos.




