Cidades

Aviação

Hangar do Campo de Marte tem 'ordem de despejo' após uma disputa de duas décadas

Foi nele que no dia 7 de agosto, a Polícia Civil apreendeu um avião que fazia parte da frota utilizada por traficantes do Primeiro Comando da Capital

Continue lendo...

Faz 22 anos que a disputa se arrasta na 4ª Vara Civil Federal de São Paulo: a Tucson Aviação diz que não pode ser despejada porque presta um serviço que não pode ser licitado pelo governo e porque sofreria prejuízos irreparáveis. Há mais de duas décadas ocupa um hangar de 3,8 mil m² no Aeroporto de Campo de Marte de São Paulo, na zona norte da capital paulista, sem nenhum contrato.

Foi nele que no último dia 7 de agosto a Polícia Civil apreendeu um avião que seria de uma frota usada por traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para transportar cocaína. Agora, a Justiça decidiu que a Tucson terá de sair de lá.

O lugar, antes gerido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), foi concedido à PRS Aeroportos S.A. em março de 2023, que obteve em agosto a decisão de reintegração de posse da área, suspendendo uma liminar em vigor desde fevereiro de 2003. O imbróglio do hangar, um dos maiores do Campo de Marte, envolve ainda um personagem conhecido do mundo dos negócios: o empresário Marco Antônio Audi, que esteve ligado à tentativa de salvar a Varig da falência no começo dos anos 2000

VARIGLOG E LULA

Audi era um dos sócios da Volo do Brasil, que comprara a VarigLog, braço que cuidava do transporte de cargas da Varig. Acabaria destituído da empresa porque a Justiça entendeu que ele acobertava o chinês Lap Chan e o fundo Matlin Patterson para driblar a legislação que estabelecia que empresas aéreas com rota doméstica tinham de ser controladas por brasileiros.

Convocado para depor no Senado, Audi revelou ter pago ao advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, US$ 5 milhões para "remover obstáculos da venda da VarigLog para a Volo do Brasil" - a VarigLog entraria em recuperação judicial em 2009 e iria à falência em 2012. Procurado, Teixeira não comentou as declarações de Audi.

Já naquela época, Audi enfrentava uma batalha com a Infraero pela posse do hangar no Campo de Marte. Em 1999, sua empresa, a Tucson, havia assinado um acordo com a estatal dos aeroportos para renovar a concessão da área - desde 1972 o empresário, que representava no Brasil o fabricante dos helicópteros Robinson, trabalhava no Campo de Marte.

O contrato venceu em 2002 e não foi renovado pela Infraero, que pediu à Tucson que desocupasse o hangar. E concedeu um prazo de dez dias.

A empresa entrou na Justiça para impedir o despejo. Alegava ser responsável por 400 empregos e pela manutenção de mais de 300 helicópteros no País de 25 tipos diferentes. Pedia a prorrogação do contrato para evitar riscos insanáveis e obteve o direito de permanecer no lugar sem contrato. E afirmava que o serviço prestado pela empresa não era sujeito à licitação em razão do nível técnico avançado. Chegou, inclusive, a pagar parte dos débitos atrasados com a Infraero para conseguir convencer a Justiça.

Em 28 de agosto de 2008, a juíza Taís Borges Ferracini Gurgel decidiu contra a Tucson. Segundo ela, não fora a inadimplência, mas o fim do contrato que levou à reintegração de posse da área do hangar em favor da Infraero. E, mesmo que a estatal quisesse prorrogar o contrato, ela teria de licitar novamente a área. Em 2015, no entanto, a desembargadora Alda Bastos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), acolheu recurso de Audi, que dizia ter havido cerceamento de sua defesa, e anulou a sentença anterior da juíza.

Durante esses anos, a empresa acumulou dívidas com o governo por não pagar o aluguel do terreno onde estava o hangar e porque não recolheria impostos. As dívidas chegaram a R$ 165 milhões. Só em 2023, a Infraero pediu à 4.ª Vara Federal que reconhecesse que todas as provas já haviam sido produzidas no caso e que o sentenciasse.

NOVO CAPÍTULO

No mesmo ano, a Infraero concedeu o Campo de Marte à empresa PRS Aeroportos por 30 anos. Foi a PRS que entrou com novo pedido para que a Tucson desocupasse o hangar. E deu prazo de dez dias.

Audi mais uma vez recorreu. Estava então inadimplente havia dois anos, segundo a ação movida pela PRS. Até que a juíza Raquel Fernandez Perrin deferiu o pedido da concessionária. "Em razão da alteração do contexto fático jurídico, entendo que não subsiste amparo legal à manutenção da liminar."

A defesa da Tucson embargou a nova decisão para que o TRF-3 mais uma vez decidisse se a empresa poderia permanecer em uma área pública concedida sem contrato e sem pagar nada. O capítulo mais recente da disputa ocorreu na sexta-feira, quando o desembargador Marcelo Saraiva, do tribunal, negou os embargos da empresa e confirmou a decisão que obriga a Tucson a desocupar o hangar.

"Restou, portanto, claramente evidenciado que a Tucson ocupa indevidamente área de propriedade da União - e ora concedida à requerente - há mais de 20 (vinte) anos, baseada em decisão precária, cujos requisitos legitimadores, mais do que não estarem presentes, estão sendo claramente descumpridos", concluiu o magistrado.

PCC. Foi nesse mesmo hangar que no dia 7 de agosto, agentes do 30.º Distrito Policial (Tatuapé), sob o comando do delegado Marcos Galli Casseb, apreenderam o avião Bandeirante Embraer EMB-110, que pertenceria a uma frota comprada por traficantes ligados ao PCC.

A aeronave, avaliada em R$ 5 milhões, que permanece no hangar, está registrada em nome do piloto Pablito Baena Castilho e era operada pela Bimava Táxi Aéreo. De acordo com as investigações da polícia, o piloto teria vínculo com um narcotraficante que transportava cocaína para cartéis mexicanos e foi alvo da Operação Terra Fértil da Polícia Federal, feita em julho.

A TUCSON

O advogado Nilton Severi, que defende a Tucson no processo, afirma que, por exercer um serviço operacional, a empresa tem direito a renovações de contrato, independentemente de licitação Ele se ampara no artigo 40 do Código Brasileiro de Aeronáutica, que prevê que "dispensa-se do regime de concorrência pública a utilização de áreas aeroportuárias pelos prestadores de serviços aéreos, para suas instalações de despacho, escritório, oficina e depósito ou para abrigo, reparação e abastecimento de aeronaves"

A Tucson contesta a ordem para desocupar o imóvel porque ela foi tomada em uma ação movida em separado pela PRS. "A empresa teria de ir aos processos que já estão em curso e não promover uma nova ação", afirma o advogado. "Não houve alteração fática, a não ser a substituição da Infraero pela PRS, que justifique a desocupação." Outro ponto questionado é que o espaço foi concedido à PRS antes da conclusão dos processos principais, ou seja, em meio ao imbróglio judicial. Todas as ações foram reunidas para julgamento conjunto na 4.ª Turma do TRF-3.

O advogado nega que a Tucson esteja inadimplente. Ele afirma que a empresa depositou mais de R$ 2 milhões em uma conta judicial a título de locação pelo hangar. Os valores levam em conta a correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), conforme previa inicialmente o contrato, hoje vencido, mas a Infraero vem defendendo que o montante está muito abaixo do valor praticado.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Mais de 44,5 mil estudantes de MS foram beneficiados pelo programa Pé-de-Meia em 2024

Programa oferece incentivo financeiro aos estudantes do Ensino Médio com o objetivo de tentar reduzir a evasão escolar

30/12/2024 11h00

Paulo Ribas/Arquivo Correio do Estado

Continue Lendo...

Em seu primeiro ano, o programa Pé-de-Meia, do Governo Federal, beneficiou 44.589 estudantes de Mato Grosso do Sul. Em todo o Brasil, foram mais de 3,9 milhões de estudantes beneficiados.  

O programa foi lançado com o objetivo de reduzir a evasão escolar e incentivar os estudantes a concluírem o Ensino Médio, e contempla aqueles que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). 

É feito o pagamento de R$ 200 mensais àqueles que comprovarem matrícula e frequência nas aulas. Ao fim de cada ano letivo concluído com aprovação, o aluno recebe R$ 1 mil, que fica guardado em uma poupança e pode ser sacado após a conclusão do Ensino Médio.

Ao realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o estudante também recebe um adicional de R$ 200. Sendo assim, os depósitos podem chegar a R$ 9,2 mil por aluno. 

    

 

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o  Pé-de-Meia é atualmente a maior política de combate à desigualdade social do país, depois do Bolsa Família. O programa conta com investimento anual de R$ 12,5 bilhões.

 

O estado de São Paulo concentra a maior quantidade de beneficiados, 538.604, seguido pela Bahia, com 410.639 e Minas Gerais, com 351.666.

Já Mato Grosso do Sul aparece em 21º.

Confira o número de estudantes beneficiados em cada Unidade da Federação:

 
UF Estudantes beneficiados
AC 26.054 
AL 96.768
AM 133.751
AP 24.061
BA 410.639 
CE 285.502 
DF 41.745 
ES 59.109
GO 108.572
MA 229.248 
MG 351.666 
MS 44.589 
MT 65.382
PA 277.082 
PB 111.295 
PE 257.290 
PI 106.105 
PR 135.905
RJ 273.878 
RN 88.186 
RO 34.580 
RR 14.698 
RS 118.034 
SC 59.784 
SE 62.371 
SP 538.604 
TO 43.651 

Fonte: Ministério da Educação

Com informações de Agência Brasil

Mato Grosso do Sul

Em 2024, mortes por Covid-19 tiveram queda de 40% em MS

De 1º de janeiro a 19 de dezembro, 131 pessoas foram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul

30/12/2024 10h15

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira

Continue Lendo...

O fim da pandemia da Covid-19 foi declarado no dia 5 de maio de 2023, por meio de um comunicado da Organização Mundial de Saúde, após 3 anos e 3 meses de emergência global. O vírus, no entanto, não parou de contaminar e fazer vítimas em todo o mundo.

Em 2024, segundo o boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 19 de dezembro, 131 pessoas morreram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul, número que representa uma queda de 40% se comparado com o ano anterior, e 11.858 casos foram confirmados.

Em retrospecto, o ano começou com surto de Covid-19 no estado. Em janeiro, o Hospital Regional chegou a suspender cirurgias eletivas porque vários funcionários estavam afastados pela doença, o que estaria prejudicando as atividades.

No mês de fevereiro, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-CG) emitiu um alerta epidemiológico de surto por Covid-19 em Campo Grande, devido ao aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que tem como uma de suas causas as complicações causadas pelo coronavírus.

Depois, nos meses seguinte, o número de casos foi oscilando, e algumas semanas não registraram nenhuma morte.

Outro pico foi registrado em setembro, quando os óbitos aumentaram aproximadamente 25%, e 572 casos foram registrados em apenas uma semana. Além dos casos, as mortes também tiveram um pico, indo de 13 para 30 vítimas entre o fim de julho e o começo de outubro.

Comparativo

O número de vítimas da doença teve queda de 40% neste ano se comparado com o ano passado, quando 219 pessoas morreram. Em comparação com 2022, a redução é mais expressiva ainda, de 89%.

Quanto ao número de casos, a queda foi de 59,4% em 2024, frente aos 29.277 casos de 2023.

Relembre os números registrados nos anos anteriores:

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande 

Vacina

Atualmente, conforme os dados do vacinômetro da SES, 5.980.579 doses da vacina foram aplicadas desde o início da vacinação, em janeiro de 2023. Ainda segundo os dados divulgados pela pasta, 79.46% da população do Estado está com esquema vacinal completo.

Idoso toma dose de vacina contra Covid-19 em Campo Grande

Em dezembro

O último boletim divulgado pela SES compreende apenas até o dia 19 de dezembro. Neste início de mês, o estado registrou uma morte e 66 novos casos da doença.

A morte em questão foi de uma mulher de 66 anos, que morava em Ponta Porã. Segundo o boletim, ela era portadora de doença cardiovascular crônica, um dos fatores de risco para o enfrentamento à Covid-19.

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).