Cidades

RETOMADA

Ibama retoma análises de autorização para caça de javali

Dados mostram que MS é o terceiro em ocorrências dessa espécie exótica, que na lista dos 100 "piores" invasores

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Desde a instituição do chamado "Plano Javali", Mato Grosso do Sul tem municípios na lista de prioridade "extremamente alta" para controle populacional dessa espécie exótica, quatro meses após suspender as licenças para caça, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) retomou análise de pedidos para controle desse "parente selvagem" do porco. 

Conforme o Ibama, as solicitações voltarão a ser emitidas pelo Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), e só serão validas se acompanhadas de declarações do direito de uso das propriedades, seja via GOV.BR ou com firma reconhecida em cartório. 

Além da obrigação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para todas as propriedades alvos, as declarações precisam conter as permissões de acesso de todos os membros da equipe que realizará o controle. 

Ainda, o Instituto faz questão de frisar que pessoas físicas ou representantes de empresas, durante o manejo, precisam portar os seguintes documentos: 

  • Documento com foto;
  • Certificado de Regularidade no Cadastro Técnico Federal do Ibama;
  • Autorização para o controle de espécies exóticas invasoras;
  • Declaração de permissão de acesso à propriedade  

Javalis em MS 

Pelo menos desde 2019, quando elaborado o "Plano Javali", Aral Moreira, Guia Lopes da Laguna, Ladário já aparecem relacionados entre municípios classificados com prioridade Extremamente Alta para o controle populacional de javalis sob o aspecto ambiental.

Sendo o terceiro Estado com maior registro de ocorrência de javalis, entre abril de 2019 a setembro de 2021, segundo boletim do Simaf, o Ibama estima que Mato Grosso do Sul tenha abatido entre 12.603 e 17.248 javalis em sete anos (de 2013 a 2020). 

Ainda, outros municípios aparecem com prioridades elevadas para controle populacional de javalis sob o aspecto ambiental, como Laguna Carapã, Rochedo. 

Também, o Plano Javali considera controle populacional sob aspecto socioeconômico, listando como prioridade extremamente alta os municípios de Douradina, Fátima do Sul, Laguna Carapã, Rio Brilhante. Além desses, são classificados como elevados também: 

  • Anastácio,
  • Angélica,
  • Batayporã,
  • Caarapó,
  • Coxim,
  • Dourados,
  • Eldorado,
  • Itaporã,
  • Maracaju,
  • Nova Alvorada do Sul,
  • Porto Murtinho

Importante frisar que dois municípios de Mato Grosso do Sul aparecem em mais de um aspecto (ambiental, etc), como prioridades "extremamente; muito, ou alta" para controle populacional de javalis, sendo: Laguna Carapã e Porto Murtinho. 

Após a suspensão da caça, no fim de agosto, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, relembrou que a demora para autorização do controle resultou em um aumento populacional dessa espécie em um curto período, "virando uma praga no campo". 

Espécie de animal exótico mais conhecido no Brasil, ao lado do caracol-gigante-africano, o Javali aparece na lista das 100 “piores” espécies exóticas invasoras do mundo (como consta no artigo por LOWE et al. 2000).

Introduzido no Sul do Brasil ainda na década de 60, o javali se espalhou para as demais regiões justamente pela reprodução facilitada, já que esse parente selvagem cruza com porcas doméstica e demais animais, gerando filhotes "extremamente grandes e agressivos", pontua o presidente. 

Cabe lembrar que a suspensão se deu, segundo o Ibama, para adequações necessárias ao decreto 11.615, de 21 de julho de 2023, que trazia regras para autorizações de controle, transferindo para o Comendo do Exército essa competência de permitir caça. 
**(Colaborou Valesca Consolaro)

 

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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