Mato Grosso do Sul viveu em 2024 um dos períodos mais críticos da sua dinâmica populacional recente. Segundo os dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram registrados menos nascimentos e mais mortes no Estado no ano passado.
A taxa de natalidade apresentou queda de 6% em 2024. Ao todo, Mato Grosso do Sul registrou 37.768 nascidos vivos, enquanto em 2023, foram 40.745 registros. Os números acompanham a tendência nacional, marcada por menos nascimentos.
No estado, o número de nascidos vivos do sexo masculino foi maior que o de nascidos femininos. Ao todo, foram registrados 19.783 nascidos homens e 18.500 nascidas mulheres. Em Campo Grande, foram 5.888 homens e 5.499 mulheres.
Por outro lado, enquanto o número de nascimentos caiu, o de óbitos avançou. Foram registradas 19.531 mortes no Estado em 2024, um aumento de 0,9% em relação ao ano anterior. Em todo o País, foram 1,50 milhão de óbitos, número 4,6% maior em comparação a 2023.
O crescimento também seguiu a tendência nacional, onde todas as grandes regiões do Brasil registraram aumento na taxa de mortalidade.
Um dado que chama a atenção em MS é a taxa de óbitos causadas por causas externas, como violência, acidentes de trânsito e outras mortes não naturais, que chegaram a 6,7% do total, 0,2% menor que a média nacional.
Gestantes
Em todo o Estado, a maior parte das gestantes dão à luz em idade entre 25 a 29 anos (9.899), seguidas por jovens de 20 a 24 anos (9.269).
A taxa de mães com 19 anos ou menos foi de 13,2% do número total, colocando MS em 14ª posição no ranking nacional, ultrapassando a média nacional, de 11,3%.
A idade das mães com 30 anos ou mais foi de 36,4%, menor que a taxa nacional (39,5%), mostrando que, cada vez mais, as mulheres estão tendo filhos mais velhas.
Esse fato pode ser observado na tabela abaixo. De acordo com o gráfico, o número de mulheres até 24 anos tendo filhos registrou queda se comparado aos números de 2004. O inverso é observado conforme a idade vai avançando, mostrando uma tendência das mulheres em ter filhos mais tarde.
Fonte: IBGEOutro ponto que chama a atenção no estudo, é que 34.3% das gestantes brasileiras precisam se deslocar até outro município para dar à luz. Em Mato Grosso do Sul, a porcentagem é de 19%.
Isso reflete uma falta de estrutura obstetrícia em diversas cidades do Estado e do País. Em algumas regiões, essa “fuga” de gestantes já é antiga e compromete o acompanhamento pré-natal, além de aumentar riscos em situações de emergência.
Envelhecimento
De acordo com o Censo de 2022, a taxa de fecundidade da população brasileira caiu para 1,55 filho por mulher, valor abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher.
Em termos absolutos, o País registrou, até então, em 2023, o menor número de nascimentos dos últimos 50 anos, pouco mais de 2,52 milhões de bebês.
Segundo a pesquisa referente ao ano de 2024, o valor foi menor ainda. Ao todo, foram 2.376.901 nascidos vivos no ano, o menor valor já registrado.
Por outro lado, também morrem menos crianças, caindo 91,6% desde 1940, fator ligado a melhorias sanitárias, ampliação da vacinação e expansão da atenção básica em saúde.
Com isso, a expectativa de vida subiu para 76,6 anos no Brasil, sendo 79,9 anos para mulheres e 73,3 para os homens. Isso representa um crescimento no número de idosos no País.
Esse cenário reforça que o Brasil está envelhecendo. Em 2000, os idosos representavam 8,7% da população. Em 2023, eram 15,6%. A idade média dos brasileiros também mudou, passando de 28,3% nos anos 2000 para 35,5% em 2023.
Fonte: IBGE


