Cidades

demarcação

Indenização para fazendeiros ganha força em julgamento sobre terras indígenas

STF está a dois votos de decidir a favor dos povos originários e contra tese do marco temporal a partir da Constituição de 1988

Continue lendo...

O julgamento da tese do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em pauta a possibilidade de indenização aos fazendeiros que produzem em terras que forem consideradas territórios indígenas.

O argumento da indenização ganhou força ontem, durante o voto do ministro Cristiano Zanin, que foi contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O marco temporal significaria que só seriam consideradas áreas dos povos originários aquelas em que eles estavam, comprovadamente, quando a Constituição Federal foi promulgada, em 1988.

Apesar de votar contra a tese do marco, Zanin reconheceu a possibilidade de indenização a fazendeiros que adquiriram as terras “de boa-fé”.

Pelo entendimento, a indenização seria por benfeitorias de produção para proprietários que receberam do próprio governo os títulos de terras que deveriam ser consideradas como áreas indígenas.

“Em situações complexas, o Estado pode e deve transferir às partes a possibilidade de construção de uma solução pacificadora, que preserve o interesse de todos os envolvidos e traga a segurança jurídica necessária para a continuidade de atividades, negócios e usufruto dos bens envolvidos no conflito”, afirmou Zanin durante seu voto.

A possibilidade de indenização levantada por Zanin vai de encontro com o voto proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, em junho deste ano, quando ele também votou contra a tese do marco temporal.

Moraes apontou a necessidade de conciliar os direitos dos indígenas com os de produtores rurais que adquiriram as terras regularmente e de boa-fé. 

Ele propôs que, se for reconhecida a ocupação tradicional sobre terras que tenham uma cadeia de domínio legítima, os proprietários não podem ser prejudicados.

Nesses casos, segundo o ministro, a União deve ser responsabilizada e pagar indenização sobre o valor total dos imóveis, e não apenas sobre as benfeitorias. 

Durante manifestação contra o marco temporal em Campo Grande, no mês de maio, a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Val Eloy Terena, foi questionada pela reportagem do Correio do Estado sobre a possibilidade de indenização aos fazendeiros.

Segundo Val Terena, que é uma das principais lideranças políticas indígenas de Mato Grosso do Sul, desde que os ruralistas deixem as terras indígenas e o marco temporal não seja aprovado, não há rejeição pela proposta da indenização.

“A gente sempre tem falado que o que nós queremos é o território, para nós não tem sentido discutir indenização, já que as terras são direito nosso. Mas a gente sabe que eles [ruralistas] dizem que investiram dinheiro e tempo nas terras, então que se indenize, mas devolvam os nossos territórios”, declarou Val Terena.

A questão da indenização aos fazendeiros também foi apontada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante evento em Campo Grande no primeiro semestre deste ano.

VOTOS NO STF

Retomado na quarta-feira, a votação no STF sobre a aprovação da tese do marco temporal está com o placar de quatro votos contra o marco e dois a favor, ou seja, os indígenas precisam de apenas mais dois votos contrários para verem essa tese rejeitada.

Ontem, o último ministro do dia a votar no julgamento foi Luís Roberto Barroso, que proferiu o seu voto contra o marco temporal. Além de Barroso, o ministro Cristiano Zanin, recém-empossado ao cargo por indicação do presidente Lula, votou contra a tese.

Até agora já houve também a manifestação dos ministros Edson Fachin, relator do processo, e Alexandre de Moraes, que foram contra o marco temporal, e Nunes Marques e André Mendonça, que se manifestaram a favor. 

O processo que motivou a discussão trata da disputa pela posse da Terra Indígena (TI) Ibirama, em Santa Catarina. A área é habitada pelos povos xokleng, kaingang e guarani, e a posse de parte da terra é questionada pela Procuradoria do estado. Em junho, teve início o julgamento do STF sobre o marco temporal. 

Os ministros, desde então, votam para decidir se a promulgação da Constituição Federal deve ser adotada como parâmetro para definir a ocupação tradicional da terra por indígenas. 

DEMARCAÇÃO

Em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), existem 33 terras com a posse legal dos indígenas confirmada, sendo quatro homologadas e 29 regularizadas. Além dessas, há outras 11 declaradas, quatro delimitadas e 17 em estudo.

Porém, de todas essas, apenas oito estariam “salvas” caso a tese do marco temporal seja aprovada. Segundo Matias Hempel, funcionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entre os anos de 1915 e 1970, principalmente durante a ditadura militar, os povos nativos foram confinados à força em reservas pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI).

Para tanto, foram criadas oito áreas no Estado para onde os indígenas foram levados: Aldeia Limão Verde, em Amambai; Amambai, também na cidade de Amambai; Dourados ou Jaguapiru e Bororó, que ficam em Dourados; Pirajuí, em Paranhos; Porto Lindo, em Japorã; Sassoró, em Tacuru; e Taquaperi, em Coronel Sapucaia.

Há ainda a Terra Indígena de Lagoa Rica, em Douradina, porém ela está dentro de uma área maior, na Aldeia Panambi-Lagoa Rica, que, por ter solicitado a ampliação de sua área, encontra-se hoje delimitada, aguardando ser declarada.

Em caso de aprovação da tese, é possível que apenas esses territórios citados sejam considerados como demarcações indígenas em Mato Grosso do Sul. 

Previsão do tempo

Semana será de calor e pancadas de chuva em MS

Festividades natalinas serão marcadas por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva

21/12/2025 10h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

A semana de festividades natalinas será marcada por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, é o que indicam as projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

As condições se destacam em virtude da instabilidade climática que atinge o Estado, fatores que causarão oscilações de temperatura, onde a chuva deve ser marcante já no início da semana, enquanto o calor ganha força nos dias seguintes.

A segunda-feira (22) começa com céu carregado e chuva em várias cidades, sobretudo em Campo Grande com possibilidade de chuva intensa, rajadas de vento e descargas elétricas. Os volumes podem ser significativos em pontos isolados não só da Capital, mas em municípios adjacentes como Bandeirantes e Jaraguari. Nessa região, as temperaturas permanecem elevadas, com máximas em torno dos 32°C mínimas próximas dos 22°C. 

Na terça-feira (23), o cenário pouco muda, e a instabilidade segue presente, especialmente à tarde e à noite, quando são esperadas novas pancadas de chuva e trovoadas, mantendo o tempo abafado.

A partir da quarta-feira (24), véspera de natal, a tendência é de redução das chuvas e aumento da presença do sol. O tempo fica mais firme, com variação de nebulosidade, e as temperaturas sobem, podendo alcançar a faixa dos 33°C e 34°C em diversos municípios como Sonora e Cassilândia. 

No feriado de quinta-feira (25), o calor se intensifica ainda mais, com predomínio de sol e poucas nuvens, característica comum do verão sul-mato-grossense, e noites quentes em todo o estado.

Já na sexta-feira e no sábado, o sol aparece com mais frequência, mas o calor e a umidade favorecem a formação de pancadas isoladas de chuva, principalmente no período da tarde. As máximas seguem elevadas, variando entre 32°C e 34°C, enquanto as mínimas ficam acima dos 23°C, mantendo a sensação de tempo abafado.

Em Dourados e Ponta Porã, porção sul do estado, os termômetros devem marcar  médias entre 24 °C e 31 °C, calor típico de verão com possibilidade de pancadas de chuva isoladas.

Em Três Lagoas e Corumbá, o clima deve se estabelecer entre 23°C e 32°C com variação de sol e chuva e picos de alta temperatura que podem atingir a casa dos 35°C.

Coxim, Naviraí e Nova Andradina, as estimativas médias ficam entre 23 °C e 31 °C.

Saiba*

Ao longo da semana, a recomendação é de atenção redobrada aos avisos meteorológicos, sobretudo nos dias de maior instabilidade, além de cuidados com o calor intenso, como hidratação constante e proteção contra o sol. 

Assine o Correio do Estado

Veja

Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).