Cidades

DOURADINA

Indígenas e presidente Lula se reúnem após escalada de conflito

Ministério dos Povos Indígenas solicitou reforço do efetivo da Força Nacional na terra indígena Panambi depois de confronto resultarem em 11 indígenas feridos

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Uma delegação de indígenas Guarani Kaiowá de Douradina está em Brasília (DF) para participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, sobre os conflitos fundiários no Estado, que culminaram neste final de semana em um ataque que deixou 11 indígenas feridos.

Ao Correio do Estado, o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena, informou que representantes da comunidade indígena estão na capital federal desde domingo (4), para conversarem com o presidente da República sobre a retomada de reivindicação de terras que estão no território delimitado como TI Panambi-Lagoa Rica.

“A comunidade está em Brasília fazendo uma série de agendas, com a Defensoria Pública da União, na Câmara dos Deputados para se reunir com a Comissão dos Direitos Humanos, mas a principal agenda deles aqui será a reunião com o presidente Lula”, declarou Eloy.

A reunião deve acontecer ainda nesta semana, após a chegada de viagem do presidente Lula, que foi para uma agenda no Chile, e volta hoje à noite para Brasília.

Além da ida da delegação indígena para a capital do país, Eloy Terena também informou que o efetivo que era de 32 homens da Força Nacional, que faziam a segurança do conflito fundiário, será aumentado para 64 militares para garantir a proteção da comunidade indígena. Junto a isso, haverá uma troca de comando na coordenação das ações da Força Nacional em Douradina.

“Trabalhamos junto com o Ministério da Justiça para aumentar o efetivo da Força Nacional em Douradina, e também a troca de comando, porque precisamos ter um comando que consiga dialogar melhor com as comunidades indígenas”, informou Eloy.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, junto com secretário-executivo do MPI, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já tinham se reunido com um grupo de indígenas Guarani Kaiowá antes de deixar a sede do Prevfogo, em Corumbá, na última quarta-feira (31).

Lula, na conversa, prometeu criar uma comissão interministerial para discutir os conflitos por terras em Mato Grosso do Sul e buscar uma solução para a tensão em Douradina.

ATAQUES

Durante o último final de semana, dois ataques de homens armados deixaram onze indígenas guarani-kaiowás feridos em Douradina, município localizado a 201 quilômetros de Campo Grande.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o primeiro ataque que aconteceu no sábado (3) e começou após a Força Nacional sair da região. 

De acordo com os relatos, homens armados, em uma caminhonete, atiraram contra os indígenas com munição letal e balas de borracha.

Dois indígenas ficaram em estado grave e foram levados para o Hospital da Vida, em Dourados. Um levou um tiro na cabeça e outro no pescoço.

O ataque ocorreu na área retomada Pikyxyin, uma das sete da Terra Indígena Lagoa Rica Panambi, identificada e delimitada desde 2011.

Na noite de domingo (4) outro ataque contra os indígenas foi organizado. Homens armados atiraram balas de borracha na direção da comunidade e, novamente, indígenas foram feridos.

Conforme informado pelo Ministério dos Povos Indígenas, neste sábado a Pasta recebeu denúncias do ataque feito contra indígenas Guarani Kaiowá. 

Uma equipe do MPI e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que estava de prontidão no Estado foi até o território, junto ao Ministério Público Federal (MPF), para prestar atendimento aos indígenas.
O MPI acionou a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, que enviou uma equipe para prestar atendimento no local aos feridos com menos gravidade. 

Cinco pessoas foram levadas em ambulância ao Hospital da Vida, em Dourados, três deles foram feridos por armas de fogo, com munição letal, e dois por balas de borracha.

Dois pacientes foram liberados no domingo. E dos três que permaneceram hospitalizados, dois foram liberados na manhã de ontem e um segue em observação. Uma servidora do MPI permanece no hospital.
A Polícia Federal foi acionada para investigar os ataques, à reportagem a corporação afirmou que por ainda estar em fase de investigação não vai se manisfestar.

CONCILIAÇÃO STF

O ministro do STF, Gilmar Mendes, abriu ontem a primeira de uma série de reuniões com ruralistas, indígenas e representantes de órgãos públicos e do Congresso Nacional, num processo de conciliação fundiário. O ministro é relator de cinco ações na Corte que rediscutem a tese do marco temporal.

O relator pediu que os participantes da conciliação se atenham em soluções, evitando exposições que visem atacar o outro lado ou fazer uma “defesa isolada ou conjunta de interesses corporativistas”.

Entre os participantes, estava a senadora sul-mato-grossense, Teresa Cristina (PP), que defendeu o entendimento sobre a tese do marco temporal. 

“Nós podemos caminhar se todos vierem despidos de preconceitos. Quase chegamos a um entendimento no passado com a mesa de negociação do governo federal. Da minha parte, no Senado Federal, vou estar presente em uma boa parte das reuniões para que a gente traga argumentos e possa resolver esse problema”, destacou.

O governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), também participou da Comissão Especial do STF e, como representante do Fórum Nacional dos Governadores, ele destacou que o objetivo é buscar a pacificação nos estados e segurança jurídica no campo.

“O objetivo é buscar uma alternativa para uma solução que é extremamente complexa, haja vista a dimensão de todos os conflitos e discussões que deságuam no Judiciário. Estou aqui representando o Fórum dos Governadores, o que só aumenta a responsabilidade. A intenção é buscar uma pacificação e segurança jurídica”, afirmou Riedel.

Após a reunião de conciliação do STF, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, informou que viaja à Mato Grosso do Sul hoje para tentar mediar um diálogo e acalmar ambas as partes envolvidas. 
A reportagem também procurou a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) para se manifestar sobre os ataques e a conciliação no STF, porém não recebemos resposta até o fechamento desta matéria.

Saiba

Na última quinta-feira (1º) um Indígena já havia sido ferido e encaminhado para atendimento em Dourados. A equipe da Força Nacional, neste caso, prendeu em flagrante os dois suspeitos.

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MATO GROSSO DO SUL

Helicóptero da Marinha resgata adolescente em trabalho de parto no Pantanal

Bebê nasceu em comunidade ribeirinha antes da chegada ao hospital

21/12/2025 14h30

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação Divulgação

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Um helicóptero da Marinha do Brasil realizou, na tarde desta sexta-feira (20), um atendimento aeromédico para resgatar uma adolescente de 14 anos que entrou em trabalho de parto em uma região ribeirinha próxima à Barra do São Lourenço, no Pantanal.

O local fica a cerca de 250 quilômetros da área urbana de Corumbá, em uma área de difícil acesso, próxima à divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

De acordo com as informações repassadas pela Marinha, a jovem estava deitada em uma rede quando fez uso do medicamento Dorflex e, logo em seguida, houve a ruptura da bolsa amniótica. Diante da situação, ela foi colocada em posição adequada para o parto, que ocorreu ainda no local.

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação. Conforme o médico da Marinha que prestou o atendimento, o parto foi considerado prematuro, mas não houve descolamento de placenta.

Após o nascimento, mãe e recém-nascido foram transportados de helicóptero até o 6º Distrito Naval, em Ladário. Na sequência, uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar realizou o transporte terrestre até uma maternidade de Corumbá, onde a adolescente foi entregue aos cuidados da equipe médica de plantão.

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Cidades

Idoso e criança morrem em acidente entre dois veículos em Campo Grande

Carros bateram de frente próximo ao Autódromo Internacional; Vítimas eram da mesma família

21/12/2025 13h33

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

Durante o trabalho de socorro e perícia, o trânsito no local ficou parcialmente interditado.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

 Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeHB20 foi atingido por outro veículo que tentava ultrapassagem (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Operação Rodovida

Na última terça-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Rodovida, com intensificação da fiscalização e prevenção de acidentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período das férias escolares, Natal, Ano Novo e o Carnaval.

A Operação Rodovida é a maior operação de segurança viária do Brasil. No período da operação, instituições responsáveis pela fiscalização em vias urbanas e rurais se unem para reduzir a letalidade e o índice no trânsito.

As metas estão previstas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que segue o índice previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir em pelo menos metade, até 2030, o número de mortes no trânsito brasileiro.

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