Cidades

problema crônico

JBS ignora apelos pelo fim do mau cheiro e vira alvo de ação judicial

Provável solução seria a transferência da fábrica de farinha para ração animal existente no frigorífico, mas MPE exige apenas plantio de árvores

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Exatamente um ano depois da primeira vistoria e da constatação de que o mau cheiro proveniente do Frigorífico da JBS na Avenida Duque de Caxias é insuportável, o Ministério Público Estadual entrou na justiça na última quinta-feira (6) para tentar obrigar a empresa a adotar medidas que reduzam o desconforto provocado a milhares de moradores de bairros como Nova Campo Grande, Jardim Carioca e Vila Popular. 

Na Ação Civil Pública, com pedido de liminar, a promotoria deixa claro que o problema começou bem antes da vistoria feita em 7 de março do ano passado, embora o abatedouro tenha todas as licenças ambientais para operação. 

Em outubro de 2023, por exemplo, o Imasul, órgão ambiental do Governo do Estado, chegou a emitir um laudo dizendo que a indústria estava dentro da regularidade. Porém, em meio a uma série de protestos de moradores, os fiscais do Instituto retornaram à indústria em 17 de fevereiro do ano passado e constataram, principalmente, vazamento de gases que supostamente eram os responsáveis pelos odores. 

Dois dias depois, porém, segundo o Imasul, os vazamentos haviam sido estancados e a indústria continuou funcionando normalmente, levando multa de R$ 100 mil. 

Mesmo assim, as reclamações continuaram e por conta disso o próprio MPE enviou técnicos ao local em março e outubro do ano passado. Eles confirmaram o mau cheiro e concluíram que o principal responsável é a fábrica de farinha para ração animal, da qual exala o gaz mal cheiroso.

Entre as sugestões apresentadas foi a transferência desta farinheira para o Núcleo Industrial, uma região menos habitada. A empresa porém, não acatou a proposta.

A JBS também se recusou a assinar, em maio do ano passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no qual teria de assumir uma série compromissos para acabar com o mau cheiro. 

A empresa alegou que já cumpre tudo o que os órgãos ambientais exigem. Mesmo assim, o problema persiste e continua sendo alvo de protestos de moradores das imediações, os quais alegam que a situação está cada vez pior.

E esta piora possivelmente é resultado do aumento no abate de bovinos. Até o primeiro semestre do ano passado a autorização era para 1.250 abates por dia. A partir de agosto, esta autorização subiu para 1,7 mil abates diários. 

EXIGÊNCIAS BRANDAS

Agora, um ano depois das primeiras constatações de que os moradores tinham razão em reclamar, o MPE apelou à Justiça para que a empresa seja obrigada a “realizar, no prazo de até 60 dias, a instalação de cortina arbórea em todo o perímetro das unidades de produção, com plantio de mudas com porte e características adequadas, especialmente nas falhas existentes na cortina arbórea da lateral leste”, como se o preenchimento destas lacunas pudesse resolver o problema. 

Pede, ainda, que a justiça mande instalar, “no prazo de 60 dias, cerca em toda a lateral oeste do terreno, no intuito de impedir o acesso de indivíduos não autorizados e garantir a integridade e desenvolvimento das mudas que serão plantadas para a constituição da cortina arbórea”. 

Em terceiro lugar, pede para “revisar imediatamente todo o sistema de exaustão do setor de subprodutos (sistema de ventilação interna, sistema de tubulação dos gases, filtros e sistema lavador de gases gerados na produção de farinha base para ração animal), visando detectar e reparar possíveis avarias e falhas no seu funcionamento, e a cada 90 dias, com apresentação de relatório, até decisão final”. 

Caso consiga a liminar e se a empresa descumprir as determinações, a promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro sugere que o bilionário JBS pague multa diária de R$ 1 mil para cada item descumprido. 

A ação judicial não faz nenhuma menção sobre uma possível determinação para que a fábrica de farinha seja transferida para outro local, apesar de os técnicos terem chegado à conclusão de que seria esta a solução para livrar os moradores do incômodo que se arrasta há anos. 

 

 

maus-tratos

Tutor de cachorro que morreu após ficar amarrado no sol é preso

Na delegacia, homem disse que não se tratava de maus-tratos e que teria esquecido que o animal estava amarrado

17/03/2025 17h00

Homem foi preso e encaminhado à Decat, autuado por maus-tratos

Homem foi preso e encaminhado à Decat, autuado por maus-tratos Foto: Divulgação

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Um homem de 44 anos foi preso após seu cachorro ser encontrato morto, após ficar amarrado no sol, nesta segunda-feira (17), no bairro Zé Pereira, em Campo Grande.

De acordo com a Polícia Civil, a príncipio, a Polícia Militar (PM) foi acionada, por meio de uma denúcnia de que havia um cachorro amarrado sob o sol desde o domingo.

Ao checar a situação, os policiais militares constataram que o animal já estava morto e acionaram a Delegacia  Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat), que foi até o local com a perícia.

Na casa, foi constatado que o cão havia sido preso no sol por uma corda, em cima de pedregulhos, sem comida e água à disposição.

O animal apresentava infestação por ectoparasitas e sinais visíveis de desidratação.

O tutor do animal foi preso em flagrante pelo delito de maus tratos a animais, quando é praticado contra cães e ocorre o óbito do animal.

Na delegacia, em sua defesa, o homem afirmou ter esquecido o animal amarrado desde o domingo.

Segundo os policiais que compareceram no local, a afirmação chama a atenção, pois o cachorro estava amarrado na varanda da frente da residência, em local visível.

Maus-tratos

A Lei Federal 14.064/2020 prevê penas de dois a cinco anos de prisão, além de multas, para quem for condenado por maus-tratos a cães e gatos.

Em Mato Grosso do Sul, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Delegacia Virtual (Devir), há uma plataforma on-line para denúncias de maus-tratos contra animais domésticos.

A ferramenta funciona por meio da Superintendência de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal (Suprova) e Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), e, conforme reportagem do Correio do Estado, recebe cerca de 40 denúncias por semana.

Segundo o superintendente da Suprova, Carlos Eduardo Rodrigues, o objetivo é democratizar o acesso à denúncia, permitindo que a população atue como aliada na proteção dos animais.

"Os principais casos reportados envolvem abandono, agressões físicas, negligência em cuidados básicos e animais mantidos em condições insalubres", explica.

Após o registro na plataforma, as denúncias são analisadas pelas equipes responsáveis, podendo resultar em vistoria nos locais indicados e, se necessário, aplicação de penalidades aos infratores.

Além disso, a Decat também recebe alto volume de denúncias.

Como fazer a denúncia

A população pode fazer denúncias diretamente na plataforma da Devir.

O sigilo do denunciante é garantido, e a ferramenta possibilita o acompanhamento do caso.

"A união entre população, autoridades e organizações é o caminho para um futuro onde todos os animais sejam respeitados e protegidos", concluiu o superintendente. 

INVESTIGAÇÃO

Atentado contra ex-prefeita pode ter sido forjado

Crime aconteceu em setembro de 2024, quando um casal de moto disparou contra a janela do quarto em que a ex-prefeita e seu marido dormiam

17/03/2025 16h45

Atentado contra ex-prefeita pode ter sido forjado

Atentado contra ex-prefeita pode ter sido forjado Divulgação

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A Polícia Civil de Dourados deflagrou na manhã desta segunda-feira (17) uma operação que investiga se o atentado contra a ex-prefeita de Jardim, Clediane Areco Matzenbacker foi forjado por um grupo político ligado à própria ex-candidata à reeleição.

Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro endereços, relacionados a três alvos relacionados à ela. A equipe também apreendeu celulares pertencentes ao poder público municipal, que estavam em posse da ex-prefeita, em outros alvos também foram encontrados dispositivos eletrônicos ligados ao crime de contravenção.

Por fim, a polícia informou que todo o material apreendido irá para perícia. Os envolvidos foram ouvidos e o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. 

Relembre o caso

O crime aconteceu durante a madrugada do dia 29 de setembro de 2024, quando um casal em uma moto efetuou diversos disparos que atingiram a janela do quarto em que dormia a ex-prefeita e o seu marido, Gilson Matzembacher. Os autores fugiram logo em seguida e o casal acordou com o som dos vidros estilhaçando.

À época, Clediane usou colete à prova de balas e pediu para que a polícia fizesse uma investigação rigorosa. 
 

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