Juliana de Lima Garcete, 28 anos, morreu na noite de ontem (17), depois de passar mal e ter atendimento recusado no Centro Regional de Saúde (CRS) do Bairro Nova Bahia. A denúncia foi feita pela irmã da jovem, Elaine de Lima Garcete, 30, ao Portal Correio do Estado, na manhã desta segunda-feira (18).
Elaine conta que Juliana passava o domingo em chácara à margem da BR-163, perto do posto de combustíveis Zitão, quando começou a reclamar de falta de ar, formigamento em uma das mãos e a vomitar.
“Foi de repente. Ela estava bem. Almoçamos em família e depois de brincarmos com as crianças, ela disse que havia se cansado e foi tomar água. Logo em seguida, falou que estava se sentindo mal e já a socorremos”, disse a irmã, contando que o sinal de telefone no local é ruim e também pela distância decidiram fazer o socorro por meios próprios.
Inicialmente, Juliana foi levada ao Centro Regional de Saúde (CRS) da Nova Bahia, onde não foi atendida sob a justificativa de que não havia médicos. “A minhã mãe e o meu padrasto desceram com ela, enquanto eu estacionava o carro. Nem tinha descido e voltaram dizendo que se recusaram a atendê-la por falta de médicos”, contou Elaine.
Com Juliana reclamando de muita falta de ar e vomitando, a família a levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Coronel Antonino, onde foi prontamente atendida. “Lá o atendimento foi imediato, mas infelizmente ela não resistiu.Teve uma parada cardíaca e foi entubada. Depois, teve outra e não resistiu. Médicos tentaram reanimá-la durante 1h20min”, lembrou a irmã, dizendo que Juliana não era portadora de doenças e acredita que a causa da morte possa ter sido infarto. No entanto, a confirmação será feita apenas com o resultado de exame necroscópico, previsto para ser concluído em até cinco dias.
REVOLTA
Elaine está revoltada com o descaso do atendimento na primeira unidade de saúde. “Não sei se ela tivesse recebido o atendimento adequado, se teria se salvado. Pode ser que sim. Desde o horário em que ela começou a passar mal até ser atendida levou cerca de 40 minutos”, contou.
Ainda de acordo com Elaine, Juliana era viúva havia três anos e deixou um filho de sete anos. A jovem estava desempregada e se dedicava ao lar.
O caso foi registrado na Polícia Civil como morte natural. Portanto, não será aberto inquérito para investigação.
Sobre a denúncia de falta de médicos, a assessoria de imprensa da Prefeitura da Capital informou que a família deve formalizar a denúncia junto à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) para que o episódio possa ser apurado.


