Cidades

TINHA PASSAGENS

Jovem que foi testemunha no caso Kauan é assassinado com mais de 10 tiros

Rangel também foi vítima de professor que estuprou e matou menino de 9 anos em 2017 e tinha mais de R$ 160 mil em indenização para receber; Rapaz tinha várias passagens pela polícia

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Rangel Batista da Silva, de 19 anos, foi assassinado com mais de 10 tiros na noite dessa segunda-feira (21), no bairro Nova Lima, em Campo Grande. Ele tinha várias passagens pela polícia.

Quando adolescente, foi testemunha no caso Kauan, menino de 9 anos que foi estuprado, assassinado e esquartejado pelo professor Deivid Almeida Lopes, na Capital, em 2017. O professor foi condenado a mais de 66 anos de prisão em 2018.

Rangel também foi vítima de abuso sexual pelo professor quando tinha 13 anos e, na Justiça, conseguiu decisão favorável para receber mais de R$ 100 mil de indenização por danos morais, mas ainda aguardava pagamento. Atualmente, com a correção monetária, o valor já superava os R$ 168 mil.

Quanto ao assassinato ocorrido ontem, de acordo com informações da Polícia Militar, equipe foi acionada pela sogra da vítima, que relatou aos militares que estava nos fundos do imóvel quando um ouviu disparos de arma de fogo, que atingiram Rangel.

Uma pessoa que passava pela via socorreu o rapaz e o encaminhou para atendimento médico, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

No local do crime foram encontradas diversas cápsulas de arma de calibre .380.

Testemunhas disseram que os autores do crime eram dois homens que estavam em uma moto. Um deles teria aguardado na esquina, enquanto o outro foi até a casa, efetuou os disparos e voltou, ambos fugindo em uma moto preta.

Os suspeitos não foram identificados até a publicação desta reportagem e a Polícia Civil investiga as motivações e circunstâncias do crime.

Rangel tinha várias passagens pela polícia por crimes como furto qualificado, roubo, receptação, lesão corporal e homicídio, cometido quando ainda era menor de idade. Ele era monitorado por tornozeleira eletrônica.

Caso Kauan

Kauan foi estuprado, assassinado e esquartejado em 2017, mas corpo nunca foi encontradoKauan foi estuprado, assassinado e esquartejado em 2017, mas corpo nunca foi encontrado (Foto: Arquivo)

Kauan Andrade Soares dos Santos desapareceu no dia 25 de junho de 2017. O corpo teria sido esquartejado e jogado no Rio Anhanduí e nunca foi encontrado.

As investigações apontaram que Kauan morreu por asfixia enquanto era estuprado, foi violentado sexualmente em grupo, por um adulto e quatro adolescentes mesmo depois de morto e acabou esquartejado duas vezes para que o corpo nunca fosse encontrado. 

O professor Deivid Almeida Lopes foi preso no dia 14 de agosto de 2017, quando foi apontado como o autor da morte de Kauan. Durante a investigação, o depoimento de duas vítimas de exploração sexual apontaram que o professor era o autor do crime. 

Os depoimentos das vítimas foram levados em consideração pelo juiz para embasar a condenação do réu, que ocorreu em 2018. O juiz também utilizou como prova, em relação à morte do menino, uma série de laudos periciais.

Entre eles, o laudo que demonstrou que o sangue encontrado num tapete na casa do acusado era de perfil genético masculino e, em confronto com o sangue da mãe do menino desaparecido e também do irmão da vítima constatou que o material encontrado no tapete era de um filho da mãe de Kauan e, também, de alguém com o mesmo pai de seu irmão.

Outro laudo pericial constatou a presença de sangue no piso e na cama do quarto do acusado, seguindo para a porta da sala e para a pia da cozinha. O sangue possuía perfil genético do sexo masculino.

No veículo pertencente ao acusado também foi encontrado sangue no porta-malas e outro laudo apontou vestígios de sangue no travesseiro do réu, bem como em um colchão. A amostra também foi identificada como de perfil genético do sexo masculino.

Em depoimento prestado no caso e também no processo por danos morais, movido pelos seus pais, Rangel afirmou que os estupros ocorreram no período de dezembro de 2016 a junho de 2017 contra ele, Kauan e vários outros adolescentes.

Segundo ele, o professor oferecia dinheiro para crianças e adolescentes para estas praticarem com ele ato libidinosos, além de exibir filmes pornográficos aos menores. Ele também oferecia mais dinheiro para que as vítimas levassem outras crianças para conhecê-lo.

O professor foi condenado à pena total de 64 anos, 11 meses e 6 dias de reclusão, 1 ano e 3 meses de detenção, 15 dias de prisão simples e o pagamento de 32 dias-multa em regime fechado pelos crimes de estupro de vulnerável com resultado morte, por vilipêndio de cadáver e ocultação de cadáver, além de outros dois estupros de vulnerável, exploração sexual de adolescentes, armazenamento de material de cunho pornográfico envolvendo adolescente e importunação ofensiva.

Somadas, as penas ultrapassam 66 anos, em regime fechado. Ele permanece preso.

Professor foi condenado a mais de 66 anos pela morte da criançaProfessor foi condenado a mais de 66 anos pela morte da criança (Foto: Bruno Henrique / Arquivo)

Indenização

Com relação ao processo de indenização por danos morais, movido pelos pais de Rangel, foi pedido a quantia de R$ 100 mil sob alegação de que o rapaz, que foi violentado entre os 13 e 14 anos, ainda apresentava "sintomas graves de vítima de abuso sexual, além de profundo sofrimento psíquico".

Esses problemas decorrentes dos abusos foram confirmados em laudo psicológico elaborado por profissionais que atenderam as vítimas durante o processo.

Em sentença proferida em 2020, a juíza Vânia de Paula Arantes, da 4ª Vara Cível Residual de Campo Grande, afirma que o ato ilícito restou devidamente demonstrado através da sentença penal que condenou o professor.

"Não há como negar o pleito do autor, quanto aos danos morais que afirma ter sofrido, sendo desnecessária qualquer prova neste sentido, pois restam inegáveis os prejuízos decorrentes do ato praticado pelo réu (estupro) é reprovável e repugnante, ainda mais considerando que, no momento do ilícito, o requerente detinha 13 anos de idade. Inexistem, portanto, dúvidas acerca do sofrimento experimentado pelo autor em razão do ocorrido, tão pouco das consequências negativas advindas dos fatos", diz a decisão.

A juíza condenou o professor a indenizar Rangel no valor pedido pela família, em R$ 100 mil.

No entanto, devido aos trâmites processuais, como o recurso impetrado pela defesa do acusado e demais andamentos, o valor não chegou a ser pago e Rangel morreu sem receber a indenização.

Na última atualização que consta no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, datada de novembro do ano passado, o valor já somava R$ 168.926,90, devido à correção monetária do período, juros e honorários.

 

CAMPO GRANDE

Após susto com Banco Master, IMPCG define normas para investimentos

Na deliberação consta pontos como a exclusividade de que os recursos financeiros do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande sejam alocados no segmento de Renda Fixa

18/12/2025 11h59

Quando do resgate das atuais Letras Financeiras, o Comitê de Investimentos deverá submeter à decisão do Colegiado para alocação dos respectivos recursos.

Quando do resgate das atuais Letras Financeiras, o Comitê de Investimentos deverá submeter à decisão do Colegiado para alocação dos respectivos recursos. Marcelo Victor/Correio do Estado

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Na boca do povo recentemente após o susto levado com um quase "calote" do Banco Master, o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) publicou hoje (18) em Diário Oficial uma nova política de investimentos com normas para as suas aplicações financeiras futuras. 

Conforme o documento, as regras foram estabelecidas após uma reunião do Conselho Deliberativo do IMPCG deliberada há exatamente uma semana, em 11 de dezembro, sessão ordinária essa em que foram aprovados novos parâmetros após o Instituto levar um susto e quase cair em um calote de aproximadamente R$1,4 milhão.  

Na deliberação consta pontos como a exclusividade de que os recursos financeiros do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande sejam alocados no segmento de Renda Fixa. 

Além disso, o Instituto frisa que adota o modelo de Gestão Própria em suas aplicações financeiras, também estabelecendo a meta de rentabilidade de acordo com a taxa de juros atuarial, de IPCA + 5,46%. 

Frisando que as instituições financeiras a receber as aplicações dos recursos deverão estar previamente credenciadas, conforme termos da Portaria MTP n. 1.467, de 2 de junho de 2022, o IMPCG estabelece ainda outros pontos. 

"As aplicações em cotas de um mesmo fundo de investimento, fundo de investimento em cotas de fundos de investimento ou fundo de índice não podem, direta ou indiretamente, exceder a 20% (vinte por cento) das aplicações dos recursos do IMPCG, com exceção aos fundos de investimentos enquadrados na alínea “b”, do inciso I, do art. 7º, da Resolução BC CMN n. 4.963, de 25 de novembro de 2021", destaca o sexto parágrafo do artigo 1° da nova política de investimentos

Já no segundo artigo, a nova política esclarece a estratégia de alocação dos recursos do IMPCG, com base nos termos do artigo 7º, da Resolução BC CMN n. 4.963, que data de 25 de novembro de 2021.

Quando do resgate das atuais Letras Financeiras, o Comitê de Investimentos deverá submeter à decisão do Colegiado para alocação dos respectivos recursos.Reprodução/Diogrande

Importante explicar que, os percentuais alocados em Renda Fixa de Emissão Bancária, em FI em Direitos Creditórios e FI RF Crédito Privado (art. 7º, itens IV, V “a” e V “b”), aparecem
apenas para não ocorrer o desenquadramento, ficando vedadas novas aplicações nestes tipos de ativos. 

"Quando do resgate das atuais Letras Financeiras, o Comitê de Investimentos deverá submeter à decisão deste Colegiado, quanto à alocação dos respectivos recursos. Na hipótese do Comitê de Investimentos eleger Instituição Financeira não estatal para receber aplicações, deverá primeiramente submeter à decisão desse
Colegiado", conclui o texto.

Susto e quase calote

Quando decretada a liquidação extrajudicial do Banco Master, surgiu o medo de um possível rombo milionário no Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), que teria aproximadamente R$ 1.427, 697,59 em letras financeiras no banco. 

À época da primeira aplicação, a presidência do IMPCG estava sob responsabilidade de Camila Nascimento (Avante), lançada em 09 de agosto de 2024 como candidata a vice-prefeita na chapa de Adriane Lopes (PP). 

Depois da aplicação, servidores públicos municipais passaram a ser "bombardeados" com ofertas de empréstimos consignados e cartões de crédito do chamado Credcesta, oferecido pelo Master.

Em outras palavras, o Banco Master primeiro teria feito caixa com o dinheiro dos servidores e logo em seguida começou a ofertá-lo.

Após reunião entre alguns representantes do IMPCG e parlamentares, na sala de reunião dos vereadores na Casa de Leis, foi apontada em 28 de novembro a estratégia para se recuperar do "calote", com a intenção de bloquear um repasse mensal de 500 mil reais.

Recentemente essa história ganhou um novo desdobramento, após o juiz da 3ª Vara de Fazenda e Registros Públicos de Campo Grande, Marcelo Andrade Campos Silva, autorizar que a Prefeitura e o IMPCG retenham os descontos na folha de servidores ativos e inativos que seriam repassados ao Banco Master.

Com isso, o dinheiro será depositado em juízo para, segundo o magistrado, não haver o perigo de irreversibilidade da medida. Cabe recurso da decisão. Além disso, o banco teria de se abster de cobrar, negativar ou adotar medidas constritivas contra os servidores.

 

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CRIME

Homem é condenado a 14 anos de prisão por estuprar a própria sobrinha em MS

À época, vítima de nove anos denunciou o crime, por meio de carta escrita à direção da escola em que estudava

18/12/2025 11h00

Os abusos ocorreram entre 2017 e 2019, quando a vítima tinha entre sete e nove anos.

Os abusos ocorreram entre 2017 e 2019, quando a vítima tinha entre sete e nove anos. Divulgação: MPMS

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Um homem foi condenado a 14 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de estupro de vulnerável praticado contra a própria sobrinha, em Campo Grande. A condenação foi obtida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 68ª Promotoria de Justiça.

Os abusos ocorreram entre 2017 e 2019, quando a vítima tinha entre sete e nove anos. Segundo o processo, o réu praticou diversos atos libidinosos ao longo desse período, aproveitando-se da relação de confiança e do vínculo familiar.

O caso veio à tona depois que a criança contou o que vinha acontecendo a uma colega da escola. Em seguida, ela escreveu uma carta relatando os abusos à diretora da instituição, o que levou ao encaminhamento da denúncia às autoridades.

À época, o homem chegou a ser preso por roubo. Foi durante esse período que a vítima decidiu revelar os crimes, motivada pelo medo de que os abusos voltassem a ocorrer caso ele fosse colocado em liberdade. Conforme apurado, o réu também ameaçava a menina para que ela não contasse o que estava acontecendo.

Na ação, o Promotor de Justiça Celso Antônio Botelho de Carvalho, sustentou que o relato da vítima era firme e coerente, além de estar amparado por outros elementos de prova. O pedido foi acolhido pelo Judiciário, que reconheceu a prática do crime de estupro de vulnerável.

Na sentença, foi fixado a pena em 14 anos de prisão em regime fechado, com aumento em razão do parentesco e da continuidade delitiva, já que os abusos ocorreram de forma reiterada. O condenado também deverá pagar indenização de R$ 5 mil à vítima, a título de danos morais.

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