Cidades

Investigação

Justiça bloqueia R$ 18 milhões da Pantanal Cap e prende 13 ligados a jogo do bicho

Entre os alvos da sexta fase da operação Omertà está o deputado estadual Jamilson Name

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Operação Omertà foi mais uma vez às ruas na manhã desta quarta-feira (02), cumprir 13 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. A sexta fase foi denominada de “Arca de Noé” e bloqueou R$18 milhões da Pantanal Cap. Entre os principais alvos está o deputado Jamilson Name (sem partido), alvo de uma das ordens de busca e Darlene Borges, conhecida como a “gerentona” do jogo na cidade, presa pela força-tarefa.  

De acordo com o apurado pelo Correio do Estado, até o início da tarde de ontem, 13 pessoas foram presas. Todas elas são gerentes do jogo do bicho em Campo Grande.

Darlene Borges é a figura mais importante, e segundo o advogado dela, Marco Radeli, ela não foi encarcerada. Além de mirar a parte ilegal do esquema comando por Jamil Name, a operação fez buscas também na sede da empresa da família, a Pantanal Cap.  

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Parte legal dos negócios de Jamil, a Pantanal Cap foi fechada pelas equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).  

A Justiça também determinou que os títulos de capitalização oferecidos por ela sejam retirados de circulação por tempo indeterminado. De acordo com o delegado responsável pelo Garras, Fábio Peró, as bancas não serão reabertas tão cedo. Apesar disso Jamilson Name, que é deputado estadual, afirmou em grupos de redes sociais que a operação é irregular, pois a empresa é legal e sediada no Rio Grande do Sul. A reportagem tentou contato com o parlamentar para mais esclarecimentos, mas ele se negou a nos atender.  

Familiar

Jamilson é filho de Jamil Name, que a Justiça considera ser líder do grupo de extermínio e chefe do Jogo do Bicho em Mato Grosso do Sul. Jamil está preso na penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e teve a prisão estendida por mais 12 meses nesta semana.  

Além dele, outra integrante da família foi alvo de busca, a sobrinha de Jamilson, Cynthia Name Belli. De acordo com o advogado dela, Ricardo Souza Pereira “ela não é alvo da operação”, frisa. Ricardo afirmou que esteve no local de trabalho de Cyntia, mas foi embora porque não estava envolvida. Cynthia já foi presa ainda este ano, na segunda e terceira fases da Omertà. Em uma delas foi encontrado mais de R$ 49 mil em espécie na casa de Cynthia.  

Investigação

Jamil Name e Jamil Filho estão presos desde setembro de 2019. Em novembro do mesmo ano foram transferidos para o Rio Grande do Norte por ainda exercerem influência no crime organizado do estado. De acordo com a Justiça Federal, eles são pessoas de alto poder, com acesso a armamento pesado e vantagens econômicas que podem causar risco às investigações.  

Isso já foi percebido quando presos da operação tramavam um atentado contra o delegado Fábio Peró e contra a vida de um promotor. Outro episódio que demonstra o perigo que os detentos exerciam foi a descoberta de um arsenal com armas de alto calibre em uma casa no Jardim Monte Líbano.  

Na ocasião, foram encontradas armas de dezenas calibres diferentes, entre eles fuzis 7.62 e AK-47. A posse foi atribuída à família. À época, o Correio do Estado divulgou que a casa pertencia a Jamil Name Filho, irmão de Jamilson e acusado de dividir o comando do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul com o pai.  

Omertà

Ainda em 2020, foram indiciados capangas da família na quinta fase da Omertà, a operação Snowball (Bola de Neve em inglês). No total eram cinco pessoas acusadas de praticar crimes de agiotagem. Eles emprestavam dinheiro às vítimas e cobravam a dívida com juros extorsivos por quatro anos. Assim, ao final do prazo o valor era quase impagável, pois o débito crescia igual a uma bola de neve.

Desde a prisão dos chefes do esquema em setembro do último ano, a Omertà avançou a passos largos. De lá para cá foram presos um delegado da polícia civil, Márcio Obara, acusado de receber propina para ocultar provas contra a família e o conselheiro do Tribunal de Contas, Jerson Domingos, que foi preso por envolvimento com a família. Além de buscas no apartamento do desembargador aposentado, Joenildo de Souza Chaves, que já presidiu o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Eleitoral, também teve nome envolvido em recebimento de valores ilegais em uma planilha encontrada na casa de Jamil Name.

CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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