Liminar expedida pelo juiz Ricardo Damasceno de Almeida, da 1ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, determina o bloqueio no valor de R$ 51.381.369,79 (cinquenta e um milhões, trezentos e oitenta e um mil, trezentos e sessenta e nove reais e setenta e nove centavos) nos bens dos envolvidos em irregularidades no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, administrada pela Fundação Carmem Prudente, em Campo Grande.
Conforme a decisão, o ex-diretor da instituição, Adalberto Abrão Siufi, sua filha e ex-administradora Betina Moraes Siufi Hilgert, o ex-diretor clínico Issamir Farias Saffar e o ex-presidente do conselho curador do hospital, Blener Zan, são acusados por “mal uso de verbas públicas provenientes do SUS, atos de "autocontratação" por parte dos requeridos; contratação de familiares com salários exorbitantes; celebração de contratos prejudiciais aos interesses da fundação que administravam”.
Ainda conforme o despacho do juiz federal, o Ministério Público Federal (MPF) aditou a inicial para constar o valor estimado para a reparação da lesão ao erário, em quantia equivalente ao prejuízo causado, qual seja, R$ 102.762.740,58 (cento e dois milhões, setecentos e sessenta e dois mil, setecentos e quarenta reais e cinquenta e oito centavos).
“Nesta senda, caberá a indisponibilidade dos bens dos investigados pela prática de atos de improbidade administrativa quando se verificar fortes indícios de que estes agentes públicos e/ou terceiros conluiados tenham causado lesão ao patrimônio público e/ou tenham obtido enriquecimento ilícito”, consta na sentença.
Operação Sangue Frio
As investigações da Polícia Federal resultaram em uma operação que desmontou a quadrilha acusada de mau uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do HC, e de desvio de dinheiro público do Hospital Universitário, do qual Siufi é servidor aposentado, e também ex-diretor.
Na ação, além do desvio de dinheiro público, foram verificados os crimes de corrupção passiva e fraudes em licitações.


