Cidades

danos morais

Justiça de MS condena Carlinhos Maia por expor prints de hater

Quando influencer teve casa assaltada, mulher questionou no direct se repercussão seria a mesma caso a vítima fosse pobre, foi exposta e passou a sofrer ameaças de fãs do influencer

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O influencer Carlinhos Maia, que tem mais de 33 milhões de seguidores no Instagram, foi condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul a indenizar uma mulher que enviou mensagens com cunho ofensivo para ele e teve os prints expostos, gerando uma onda de ameaças dos fãs do influencer a ela.

A Justiça considerou que a exposição indevida das conversas privadas viola o sigilo das comunicações, a intimidade e a legítima expectativa do emissor da mensagem de que esta não seria exposta ao público.

A ação foi movida pelo escritório Braga e Mourão Advogados. 

O caso aconteceu em 2022, quando Carlinhos Maia teve a residência invadida e furtada, em Maceió (AL). Na ocasião, os criminosos levaram joias e diamantes e o caso ganhou grande repercussão nacional, com participação até do governador de Alagoas na operação para encontrar os bens.

Meses antes, a filha da sul-mato-grossense também tinha tido a casa furtada, mas sem solução para o crime mesmo depois de ter se passado muito tempo.

Ao ver o caso de Carlinhos, ela mandou questionamentos por meio de mensagem privada no Instagram do influenciador digitador.

A primeira mensagem dizia: "Será que se fosse um pobre assalariado teria essa repercussão?”, seguida por: “Será que se tivesse entrado na casa de um pobre e roubado a TV que ele parcelou em 12 vezes teria essa mesma correria para recuperar seus objetos?”.

A mulher então continuou, na conversa particular: “Triste vê que neste país só tem privilégio quem tem dinheiro.”

No processo, os advogados da mulher afirmaram que a intenção dela era apenas Carlinhos Mais com "alguma palavra de conforto para minimizar o sofrimento da vítima".

A conversa foi printada pelo influencer, que divulgou os prints nos stories do seu Instagram, durante coletiva de imprensa com o governador de Alagoas.

"Tudo isso de forma grotesca, covarde e gratuita, perante grande parte do público da rede social Instagram, onde foi posta ao ridículo não somente por desconhecidos, mas para amigos e familiares que viram o ocorrido", dizem os advogados Tiago Mourão, Rodolfo Braga e Fellipe Furtado, na petição.

Após essa divulgação, a mulher, que tinha apenas 500 seguidores na conta privada, passou a receber milhares de mensagens dos fãs de Carlinhos, com ataques e ameaças.

Um dos fãs clubes a chamou de “retardada que perdeu a oportunidade de ficar calada”, enquanto outros fãs a chamaram de “prostituta, invejosa, ridícula, vagabunda", entre outros.

A mulher printou algumas das conversas, especialmente as que continham ameaças de morte, e registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Ainda segundo o processo, na mesma noite em que foi exposta e passou a receber as ofensas, a mulher uma crise de ansiedade, que foi o gatinho para desencadeadar outros problemas psicológicos, como depressão e transtorno de ordem social, que afetaram inclusive o seu trabalho.

"Esse fato teve uma repercussão muito negativa na vida da requerente, como em situações em que ela não consegue sair de casa, ou quando tem muita gente falando ao seu redor ela tem crise de pânico, choro e ansiedade. Sua vida se resume a ir ao psiquiatra, ao psicólogo, e levar seus filhos para escola", diz a defesa, acrescentando que a mulher vive a base de remédios e já atentou contra a própria vida.

Na ação, a defesa pediu indenização pela exposição de uma conversa privada e a exposição da imagem da mulher, sem autorização.

Dessa forma, foi pedida indenização por danos morais, no valor de R$ 200 mil e de uma pensão no valor de R$ 31.680,00 por 24 meses, além de retratação, por parte do influencer, em sua própria rede social, a
título de medida educativa.

Em primeira instância, os pedidos foram julgados improcedentes, pois o juiz considerou que ela provocou o influencer após ele ter sofrido um assalto e que não houve cometimento de ilícito por parte dele ao publicar o print e questionar o fato de receber críticas e não apoio.

A mulher recorreu.

Carlinhos Maia condenado

No julgamento do recurso, o relator, desembargador Alexandre Raslan, da 5ª Câmara Cível, em seu voto, considerou que a exposição dos prints violou o sigilo das comunicações e, portanto, Carlinhos cometeu ato ilícito.

"Isto porque, ao enviar a mensagem em conversa privada, a apelante tinha legítima expectativa de que ela não seria lida por terceiros e, principalmente, fosse divulgada ao público do apelado, notadamente ao se considerar que a própria rede social permite comentários públicos", disse o desembargador.

Ele afirma ainda que, o fato de ter sido exposta a identidade da vítima e não apenas a conversa sem identidade, corroboram para comprovar que ele não se desincumbiu do ônus de submeter a mulher ao escrutínuio público.

Assim, ele deu parcial provimento ao recurso e condenou Carlinhos Maia ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais.

Com relação ao pedido de indenização decorrente dos transtornos que ela teria adquirido, o magistrado julgou improcedente, por considerar que não há como se imputar ao influencer a responsabilidade por
ofensas praticadas por terceiros.

Já sobre a pensão, o desembargador afirma que não foi comprovada nos autos a incapacidade laborativa e também não demonstrou o período em que supostamente ficou impossibilitada de trabalhar e que teria causado impacto na suas economias.

"Com mais razão, não há nos autos prova da incapacidade permanente que fundamente o pensionamento vitalício. Por estas razões, portanto, nego provimento ao recurso", votou.

Os demais desembargadores acompanharam o voto do relator e, por unanimidade, deram parcial provimento ao recurso, condenando Carlinhos Maia a indenizar a sul-mato-grossense em R$ 10 mil.

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

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Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

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