O juiz da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, Márcio Alexandre Wust, recebeu denúncia do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do sul (MPE-MS) contra cinco pessoas, sendo dois médicos, dois farmacêuticos e um enfermeiro, pela morte de quatro pacientes do Setor de Oncologia da Santa Casa de Campo Grande, ocorridas em 2014.
Foram denunciados por homicídio culposo o médico responsável pelo setor de oncologia, José Maria Ascenço, o médico assistente Henrique Ascenso, os farmacêuticos Rafael Castro Fernandes e Rita de Cássia Junqueira Goudinho Cunha e o a enfermeira Giovana de Carvalho Penteado.
Os cinco já haviam sido indiciados pela Polícia Civil no dia 30 de julho de 2015. O magistrado determinou prazo de 10 dias para os acusados apresentarem resposta a acusação e arrolar testemunhas.
O CASO
As pacientes Carmem Isfran Bernard, Norotilde de Araújo Greco e Maria Glória Guimarães morreram em 2014, enquanto Margarida Isabel de Oliveira sofreu lesões graves em decorrência do tratamento e faleceu em janeiro de 2015. A coleta de sangue desta última vítima foi fundamental para as investigações.
De acordo com a delegada responsável pelo inquérito, Ana Cláudia Medina, o farmacêutico Rafael foi o responsável pela manipulação errada de medicamento, que causou diversos efeitos colaterais nas pacientes. A enfermeira Giovana foi indiciada por fazer a manipulação do medicamento de forma irregular, que só deveria ser feita por farmacêuticos, além de deixar Rafael, que era novato, sem supervisão.
O médico José Maria Ascenso foi indiciado porque, de acordo com Medina, ele sabia que o farmacêutico era novo e não tinha condições de trabalhar sozinho, assumindo o risco.
As investigações apontaram ainda que a farmacêutica Rita de Cássia preenchia os prontuários médicos com base na receita médica horas depois da aplicação. O medicamento era aplicado pelo outro farmacêutico na parte da manhã e preenchido a tarde com o nome de Rita.
Com base no inquérito da Polícia Civil, O MPE denunciou os indiciados à Justiça.


