Cidades

JUSTIÇA

Justiça trabalhista recebeu 1.2 milhão de ações solicitando reconhecimento de vínculo empregatício

A afirmação foi da procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul durante um ato público no Fórum Trabalhista

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Nesta quarta-feira (7), foi realizada no Fórum Trabalhista Senador Ramez Tebet, a Mobilização Nacional em Defesa da Competência da Justiça do Trabalho, para debater acerca da importância da preservação da competência da Justiça do Trabalho.

A manifestação faz parte de uma ação nacional contra  a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, de suspender processos que discutem a legalidade da pejotização nas relações de trabalho.

Em Campo Grande, participaram instituições como a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), ANPT (Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho) e Abrat (Associação Brasileira da Advocacia Trabalhista).

Procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul , Cândice GabrielaProcuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul , Cândice Gabriela Arósio - FOTO: Tamires Santana

Presente no ato, a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS), Cândice Gabriela Arósio, afirmou que, entre 2020 e março de 2025, foram ajuizadas mais de 1.2 milhão de ações trabalhistas, que pleiteavam o reconhecimento de vínculo empregatício.

"Recentemente, houve uma decisão no STF que determinou a suspensão, a parada do julgamento de várias ações no Brasil inteiro que correm na Justiça do Trabalho e discutem sobre a possibilidade ou não do reconhecimento do vínculo de emprego ou a possibilidade de contratação de pessoas através de pessoa jurídica. Isso acabou gerando todo esse movimento de mobilização das classes que atuam na área trabalhista, porque isso coloca em risco a competência da justiça do trabalho para julgar justamente essas ações que chegam até ela", explicou.

Além disso, ela ainda ressaltou que, todas as pessoas têm direito a uma série de direitos trabalhistas, como FGTS, terceiro salário, férias e aviso prévio. "O que tem hoje é a suspensão desses processos, o que já causa muito prejuízo, porque as pessoas têm que ficar esperando a decisão. Nós esperamos que isso se resolva com certeza, mantendo a competência da Justiça do Trabalho, para analisar se aquele caso que for levado a elas configura ou não uma relação de compromisso", afimou Cândice.

uiz André Luis Nacer de Souza, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do TrabalhoEscreva a legenda aqui

O juiz André Luis Nacer de Souza que é presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 24ª Região MS (AMATRA - 24), afirmou que existem contratações na modalidade PJ que são reconhecidas legalmente, entretanto, outras podem tratar-se de golpes, tendo em vista que o trabalhador é obrigado a cumprir obrigações trabalhistas, mas sem ter os direitos trabalhistas. "O grande risco para os trabalhadores em geral é justamente esse, eles ficam desprotegidos dos direitos trabalhistas, que estão garantidos na Constituição Federal", alertou.

O magistrado ainda lembrou que é importante mobilizar os trabalhadores. "Esse ato é importante para mobilizar os trabalhadores e a imprensa, para que eles compartilhem o que está acontecendo e isso chegue a todos os trabalhadores, já que esse é um tema que interessa não só a justiça do trabalho, é algo, na verdade, que interessa a sociedade como um todo", afirmou.

A MOBILIZAÇÃO

Diversas associações realizam em conjunto, nesta quarta-feira (07), no Fórum Trabalhista de Campo Grande, o “Ato Público em Defesa da Justiça do Trabalho”, após suspensão dos processos trabalhistas, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Estão juntos na ação, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 24ª Região (AMATRA-24), a representação da Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT) no Mato Grosso do Sul, o Ministério Público do Trabalho de MS, a Associação dos Advogados Trabalhistas de MS (AAT-MS), a Comissão dos Advogados Trabalhistas da OAB-MS e o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal de MS (SINDJUFE/MS).

O evento visa debater sobre a importância da preservação da competência da Justiça do Trabalho, ampliada a partir da Emenda Constitucional 45/2014, diante da suspensão dos processos trabalhistas, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Tema 1389 com repercussão geral, chamado de pejotização, fenômeno que afeta diversas áreas da economia, principalmente a relação trabalhista, e a decisão do STF trará segurança jurídica para empresas e trabalhadores.

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DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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