Iago Vilera de Oliveira, amigo de Eloá Pimentel que chegou a ser mantido em cárcere por Lindemberg por algumas horas, disse ao júri que o desfecho do caso --a morte da jovem-- não o surpreendeu. "Não foi surpresa, pois Lindemberg deixou bem claro que ia matar ela", disse Iago.
Horas antes, Nayara Rodrigues, amiga de Eloá e ex-namorada de Iago, também afirmou durante seu depoimento no julgamento do réu que Eloá disse ter certeza que a intenção de Lindemberg era matar a namorada. "A Eloá falava o tempo todo que sabia que ia morrer", disse a amiga.
Lindemberg Alves Fernandes, 25, está sendo julgado pela morte da estudante Eloá Pimentel, baleada na cabeça em 2008 após ser mantida refém por mais de cem horas. O júri começou na manhã de hoje em Santo André, na Grande SP. A previsão é de que o julgamento dure três dias, segundo o Tribunal de Justiça.
Segundo o depoimento de Iago, após o término do namoro Lindemberg passava na frente da escola onde Eloá estudava e ameaçava seus amigos.
Quando Lindemberg entrou no apartamento onde estava Eloá, em Santo André, estavam com ela os amigos Nayara, Iago e Vitor Lopes. Iago diz que foi golpeado com um coronhada na cabeça e sofreu ameaças. Os dois rapazes foram liberados após as primeiras dez horas.
Iago disse que ele e Lindemberg chegaram a conversar. Quando foi liberado, ele disse ter dado um crucifixo para Lindemberg. "Para abençoar a cabeça dele", disse Iago.
Durante o júri, o advogado de acusação pediu a Iago que olhasse para Lindemberg e dissesse se o réu havia mudado muito nos últimos três anos. "Está só mais gordo", disse Iago.
Antes dele, Vitor Lopes, o outro amigo de Eloá que permaneceu em cárcere, também depos. Ele disse que teve que esclarecer para Lindemberg que entre ele e Eloá não havia nada. Segundo ele, o réu agia de forma agressiva e apontava a arma para todos.
Ao ser liberado, Lindemberg teria dito a Vitor: "Corre e não faz nenhuma gracinha, senão te dou um tiro nas costas". O próximo a depor deve ser o irmão de Eloá, Ronickson Pimentel.


