O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta sexta-feira, 6, em Paris, o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o Brasil é um país livre de febre aftosa sem vacinação.
O certificado foi entregue pela presidente da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, a Lula em cerimônia. O evento que também garantiu a certificação de Mato Grosso do Sul, ocorreu durante a 92ª Assembleia da Organização realizada no último dia 29 em Paris, na França. "Isso aqui é medalha de ouro", disse Lula, ao ser fotografado e aplaudido.
“Isso representa um novo patamar para a pecuária sul-mato-grossense, que já era de excelência, de qualidade, mas que agora atinge novo status”, comemorou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, na ocasião.
À época, a comitiva do Governo do Estado, foi liderada por Verruck que acompanhou a solenidade ao lado do secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável, Rogério Beretta, do diretor-presidente da Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) Daniel Ingold, e equipe técnica.
O governador Eduardo Riedel também destacou a conquista. “É um dia muito feliz, histórico para todos nós, porque realmente desde 2005 que teve aquele foco de aftosa, foi uma longa trajetória para chegarmos hoje, 20 anos depois, com esse estado de livre de febre aftosa”, celebrou.
O Brasil se declarou livre da febre aftosa sem vacinação há um ano, após o fim da última imunização contra a doença. A certificação pela OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos Estados por, pelo menos, 12 meses antes da mudança do status sanitário, o que foi cumprido pelo País.
O governo e o setor produtivo avaliam que o novo status sanitário deve permitir o acesso das carnes brasileiras a mercados mais exigentes, como o Japão e a Coreia do Sul.
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, processo iniciado há mais de 50 anos, segundo informações do Ministério da Agricultura.
A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres de febre aftosa. Até então, somente os Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso tinham o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
O Brasil iniciou as campanhas para erradicação da doença na década de 1960. Desde lá, o País foi avançando gradativamente tanto no controle da doença quanto na retirada de vacinação nos Estados até alcançar agora, em 2025, o status sanitário máximo. A erradicação da doença foi conquistada um ano antes do previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), lançado em 2017.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandonsky, participam da cerimônia.
Foto: Governo do Estado / DivulgaçãoAcompanham o evento o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa; da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga; o presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina; o presidente da Friboi, Renato Costa; presidente da Seara, João Campos, entre outros empresários da indústria brasileira e do setor exportador.
*Com informações de Estadão Conteúdo


