Cidades

câncer raro

Mãe faz rifa de celular para ajudar
no tratamento de câncer de bebê

Arthur foi diagnosticado em dezembro e luta para superar doença

MARIANE CHIANEZI

14/09/2017 - 18h46
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Diagnosticado com um tipo de câncer chamado neuroblastoma, o bebê Arthur, de 10 meses, segue a luta pela vida enquanto a mãe, Lione Balta Cardozo, de 27 anos, esforça-se para conseguir verba para pagar tratamento e estadia em São Paulo, onde o filho faz tratamento.

Após “vaquinha” online e almoço beneficente, família da criança agora faz rifa de aparelho celular, um Iphone 6S, em prol do tratamento do bebê. Retorno médico na capital paulista é no dia 18 de outubro e a família corre contra o tempo para conseguir angariar fundos.

Lione contou a história do filho ao Portal Correio do Estado em janeiro deste ano. A falta de dinheiro já fez a família interromper por duas vezes o tratamento do bebê. Conforme ela, Arthur contraiu duas bactérias e pneumonia durante o procedimento de quimioterapia.

“Ele ficou doente enquanto passava pelo tratamento, aí tivemos que voltar para Campo Grande. Ele está tomando antibióticos, descongestionantes e faz inalação três vezes ao dia. De longe dá para ouvir o peito dele chiar por causa da pneumonia. Enquanto ele não melhorar, não podemos retornar com o tratamento, pois a imunidade baixa impede a quimio”, afirmou Lione à reportagem.

Em Campo Grande, Arthur faz tratamento no Hospital do Pênfigo com a médica Rafaela Siuff. Já em São Paulo, menino recebe os cuidados na sede do Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAAC) com a médica Eliana Caran, especialista em neuroblastoma.

Tormento da mãe é conseguir arcar com estadia no estado vizinho e principalmente com os exames frequentes que o menino precisa ser submetido. Lione está desempregada, pois dedica seu tempo para acompanhar o filho, já o marido faz bicos junto ao pai, sogro da mulher, mas dinheiro não é o suficiente para bancar procedimentos.

“Nossa preocupação são os gastos para se manter lá em São Paulo. Além disso, ele passa por vários exames semanais e são todos bem caros. Como eu não sei quanto tempo ficarei por lá, pode ser uma semana ou um ano, precisamos de dinheiro”, relatou mãe de Arthur.

RIFA

Saída encontrada para conseguir reunir dinheiro para o tratamento em São Paulo agora foi rifar um aparelho celular adquirido especialmente para a nobre causa. Iphone 6S foi vendido por preço abaixo do mercado por empresário de loja de celulares da Capital.

“Compramos o celular por R$ 1 mil, sendo que o valor dele é quase R$ 3 mil. O dono da loja (Maricell) nos vendeu pelo preço mais barato justamente para nos ajudar para angariar fundos”, descreveu Lione.

Mãe do bebê agradeceu a solidariedade oferecida pelos internautas e pessoas próximas à família, pois na primeira “vaquinha” feita para ajudar Arthur, com meta de R$ 20 mil, conseguiu atingir 62,35% do objetivo, arrecadando R$ 12,4 mil.

“Foi com esse dinheiro que pude me manter em São Paulo e pagar o tratamento do meu filho”, disse, destacando também as quantias que recebeu em sua conta bancária de doadores desconhecidos.

Para quem se interessar em comprar rifa para ajudar na causa de Arthur, pode entrar em contato com Lione pelo telefone (67) 9 9686-0515 ou na página do Facebook "Juntos por Arthur". Valor de cada número está sendo vendido por R$ 15. 

Outra forma de contribuir com qualquer quantia financeira é por meio de conta bancária da mãe de Arthur: 

Banco do Brasil

Lione Balta Martins

Agência: 4447-4

Conta Corrente: 19078-0

A DOENÇA

"O neuroblastoma é um tumor maligno que se origina no sistema nervoso simpático. Esse sistema é responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de estresse, como aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, aumento da adrenalina, concentração de açúcar no sangue e ativação do metabolismo geral do corpo.

Os principais locais de aparecimento do neuroblastoma são glândula supra-renal (localizada sobre o rim) e os gânglios simpáticos da linha média do abdômen.

Outros locais que podem ser afetados são o mediastino (espaço entre os dois pulmões) e a região pélvica. O mais comum é a ocorrência em crianças entre 2 e 4 anos de idade", informou o Centro Integrado de Diagnóstico, Tratamento, Ensino e Pesquisa (A.C.Camargo Cancer Center).

Banner de divulgação da rifa em prol do tratamento de Arthur - Divulgação

 

IMBRÓGLIO

Agesul reabre licitação para reforma da ponte sobre o Rio Paraguai

Empresa privada cobrou pedágio na ponte por quase duas décadas, mas ela foi devolvida parcialmente detonada e agora necessita de investimento público milionário

22/12/2025 09h26

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

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Onze dias depois de o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinar a suspensão da licitação para contratar uma empresa para reformar a ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, próximo a Corumbá, a Agesul divulgou nesta segunda-feira (22) que retomou o certame e que pretende abrir os envelopes da disputa no dia 16 de janeiro. 

Inicialmente, as propostas seriam analisadas no dia 15 de dezembro, mas o conselheiro Sérgio de Paula entendeu que havia inconsistências no edital e determinou a suspensão do certame, que prevê investimento de até R$ 11,72 milhões na única ponte sobre o Rio Paraguai que liga as cidades de Corumbá e Ladário ao restante do Estado. 

E, na publicação desta segunda-feira, a Agesul justifica a reabertura com base em uma publicação extra do TCE liberando o pregão. Esta liberação, conforme a Agesul, teria sido publicada em edição extra do diário oficial do Tribunal. Porém, até 09:45 horas o TCE não havia feito nenhuma publicação. 

Sérgio de Paula, que assumiu o cargo de conselheiro faz pouco mais de um mês, argumentou que suspendeu o processo licitatório por conta de inconsistências no projeto básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência. Para uma decisão embasada e para mitigar riscos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, alegou o novato conselheiro.

Inicialmente o Governo do Estado previa gastar em em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que durante mais de um ano ficou parcialmente interditada, com sistema de pare-siga, por causa das más condições da pista.

Até setembro de 2022 havia cobrança de pedágio na ponte.  Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, a Porto Morrinho continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

MOVIMENTO EM ALTA

Se a licitação finalmente avançar, as obras de reforma da ponte vão coincidir com o provável aumento no tráfego de caminhões pesados sobre a estrutura. É que em primeiro de dezembro foi desativado o transporte ferroviário de minérios entre o distrito de Antônio Maria Coelho e terminal de embarque hidroviário de Porto Esperança. 

Somente nos nove primeiros meses de 2024 a LHG Mining - MRC- Mineração Corumbaense, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, despachou 4,2 milhões de toneladas de minério a partir deste terminal.

Praticamente todo o material era levado pela ferrovia. Agora, porém, estes minérios terão de passar pela ponte para chegar ao porto. Se for mantida a média de exportações deste ano, serão em torno de 310 caminhões de 50 toneladas cada diariamente. Além disso, todos eles terão de voltar. Ou seja, serão mais de 600 caminhões a mais por dia utilizando a ponte. 

TRIBUTAÇÃO

Morador de Campo Grande é o que mais gasta com iluminação pública no Brasil

Arrecadação bruta da Cosip da Capital se aproximou de R$ 200 milhões em 2024, três vezes maior que a de Porto Alegre

22/12/2025 09h00

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante Súzan Benites/Correio do Estado

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Entre as grandes cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, Campo Grande é o lugar onde moradores mais gastam com a Contribuição Social para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Proporcionalmente, a capital do estado de Mato Grosso do Sul está entre as que mais arrecadam no Brasil e tem uma receita anual com a taxa, cobrada de maneira casada com a conta de luz, maior que a do município de Curitiba (PR), que tem o dobro da sua população.

Levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) indica que, em todo o ano de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul teve uma receita bruta de R$ 196,8 milhões com a Cosip. O custo per capita para os moradores da cidade é de R$ 206,24 – o maior do Brasil.

Na capital paranaense, que tem 1,83 milhão de habitantes, praticamente o dobro dos 960 mil habitantes de Campo Grande, foram arrecadados R$ 154,1 milhões em 2024, resultando em uma Cosip per capita de R$ 84,27.

Foi o suposto mau uso desta verba de centenas de milhões de reais que levou o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) a desencadear, na sexta-feira, a Operação Apagar das Luzes, que investiga um esquema de corrupção em contratos de iluminação pública da Prefeitura de Campo Grande.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em um caso que indica a ocorrência de reiteradas fraudes na licitação, além de contratos firmados para a execução de serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões. As empresas envolvidas na operação seriam a Construtora B&C Ltda. e a Construtora JLC Ltda.

A JLC, por exemplo, é a empresa contratada pelo Município para promover a decoração natalina de Campo Grande, por R$ 1,7 milhão. Neste ano, apesar do valor, a decoração se restringiu apenas à área central da cidade.

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

ALTA ARRECADAÇÃO

Os números do levantamento da FNP mostram que na Região Centro-Oeste a arrecadação com a Cosip destoa de outras capitais. Os R$ 196 milhões arrecadados pela Prefeitura de Campo Grande em 2024, que correspondem a 3,6% de sua receita corrente líquida, são mais que o dobro do valor arrecadado em Goiânia.

Na capital de Goiás o município recolheu R$ 98,4 milhões na cobrança casada com a conta de luz. Goiânia, contudo, tem 1,4 milhão de habitantes, o que corresponde a uma Cosip per capita de R$ 65,87, quase um terço dos R$ 206,24 de Campo Grande.

No Centro-Oeste, a segunda e terceira maiores contribuições de iluminação pública estão em Cuiabá (R$ 142,45 per capita) e Dourados (R$ 142,04).

No Brasil, nenhuma cidade com mais de 200 mil habitantes tem uma Cosip per capita superior à de Campo Grande.

CONTRATOS

Como mostrou reportagem do Correio do Estado, dados do site da Transparência da Prefeitura de Campo Grande trazem que a iluminação pública da Capital é dividida em sete contratos independentes, para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A Construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que, somados, estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a Construtora JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21.

Avaliado em R$ 4.300.411,70, o Lote 6 ficou sob responsabilidade da MR Construtora. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, essa empresa também estaria sendo investigada por estar envolvida nos contratos.

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