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Mais 3 inquéritos são instaurados por 4,2 mil hectares queimados

O Ministério Público, através do Diário Oficial do órgão desta terça-feira (31), divulgou mais três fazendas que serão investigadas, a fim de saber se houve crime ambiental na origem do foco

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O Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS) divulgou, através do Diário Oficial do órgão desta terça-feira (31), mais três propriedades rurais que serão investigadas por 4,2 mil hectares queimados nos últimos meses. 

A Fazenda Brasil Fronteira e Fazenda Porto Vitória I, sob responsabilidade de Geraldo Majella Pinheiro e Josiene de Freitas Pinheiro, estão sendo investigadas para “apurar a regularidade jurídico-ambiental de 2.366,10 hectares de área incendiada, sem autorização da autoridade ambiental competente”. Ao todo, a propriedade tem 16,6 mil hectares.

Segundo consta na vistoria, feita no dia 05 de julho, o encarregado pelo imóvel, Edivaldo Costa de Pinho, afirmou que uma aldeia indígena mora do outro lado do Rio Paraguai e alguns atravessam para o Brasil, praticando atividades ilícitas. Inclusive, o senhor ainda disse que é comum ver eles transitando ilegalmente pela fazenda.

A próxima é a Fazenda São Joaquim, localizada à margem esquerda do acesso do Rio Paraguai, sob investigação de 1.776,55 hectares queimados. O gerente Milton Torres Abrão afirmou que o fogo não teria começado na propriedade rural, e sim no outro lado do Rio Paraguai e, por conta do forte vento na região, atravessou até adentrar no imóvel.

Ainda, o senhor disse que “e tem tido problemas com pessoas que residem do outro lado do rio (paraguaios); que os mesmos adentram em área da fazenda (lado brasileiro) para efetuar caça com arma de fogo e que tem o costume de atear fogo na vegetação, e que por esses motivos é obrigado a contratar pessoas oriundas do país vizinho (PY) com o intuito de resolver tal situação amigavelmente, sem conflitos, pois o idioma paraguaio (guarani) é de difícil compreensão aos brasileiros”.

Outro contatado no local, Alfredo Bogarin, disse que o fogo não pôde ser controlado devido aos fortes ventos na região e por ser uma vegetação descrita pelo homem como “o semi arbustiva de cipozal, carandazal e pequenas áreas de vegetações de pasto nativo, com abundância de vegetações rasteiras”.

“Diante da situação constatada e da impossibilidade de apontar o que de fato foi o causador do incêndio, a guarnição sugere a realização de uma perícia técnica para apontar a causa da ignição que deu início ao incêndio. Esta perícia será essencial para determinar se o incêndio foi causado por fatores naturais ou por ação humana, e, consequentemente, identificar o possível responsável”, conclui o documento.

A última com inquérito civil aberto foi a Fazenda São Fernando Parte 2A, endereçada na região do Carandazal, do qual será periciada por 11,56 hectares queimados. O proprietário Sebastião Nogueira Pael acredita que uma pessoa tenha sido responsável pelo início do fogo e que solicitou ajuda de vizinhos para conter o incêndio descontrolado.

“Deparamo-nos com uma infração ambiental tendo em vista que a atividade em pauta ocasionou destruição pelo fogo descontrolado, na queima de 11,56 hectares, como também na dispersão de grande quantidade de fumaça gerando poluição atmosférica provocando risco de danos à saúde. Neste ínterim, verifica-se que a guarnição da Polícia Militar Ambiental não obteve êxito em apurar as reais causas”, afirma a vistoria, feita na primeira semana de julho.

TRÊS HOJE, TRÊS ONTEM

Nesta segunda-feira (30), O MPMS divulgou outras três fazendas que serão investigadas por incêndios no Pantanal. Porém, dois desses inquéritos levam o sobrenome da Família Alves de Albres, ainda com uma delas sob responsabilidade de Nildo Alves de Albres, atual prefeito de Anastácio.

A primeira fazenda é a Fazenda Pé de Ferro, do qual a requerida é Vilma Carneiro Albres, mãe de Nildo. Segundo consta no inquérito, a investigação é por causa de 2.990,03 hectares de área incendiada, em Corumbá. Além de Nildo, a outra responsável pelo local é Cássia Cristina Miliatti Albres. Ao todo, o imóvel apresenta uma área total de 7.576 hectares.

Já a segunda fazenda investigada é a Fazenda Guanabara, do qual está sob responsabilidade de Bruno Rocha da Silva Alves de Albres, Paula Alves de Albres Conceição, Cláudia Alves de Albres, Marcia Alves de Albres, Vilma Carneiro Albres (novamente) e Meyre Alves de Albres. Além de Vilma, a mãe, as outras pessoas são irmãos de Nildo.

Porém, mesmo que Nildo não apareça na lista de responsáveis, foi confirmado que ele é o proprietário do local. Desta vez, a área incendiada corresponde a 1.976,64 hectares e o imóvel todo tem 14.852 hectares. 

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CLÍNICA DO TERROR

Prefeituras pagavam até R$ 27 mil para internar pacientes em local com sequestros e cadeira elétrica

Inspeção flagrou centro de reabilitação em Campo Grande operando como cárcere privado; Internos eram caçados por recompensa, dopados e mantidos sob tortura física e psicológica, tudo financiado com verbas de famílias e municípios do interior

23/12/2025 14h01

Relatório operava engrenagem de tortura, sequestro e exploração humana

Relatório operava engrenagem de tortura, sequestro e exploração humana Foto: Divulgação

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Sob a fachada de tratamento médico e recuperação de dependentes químicos, a "Clínica de Reabilitação Os Filhos de Maria", na zona rural de Campo Grande, operava uma engrenagem de tortura, sequestro e exploração humana.

A revelação consta no relatório de inspeção do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), realizado em outubro de 2024 e divulgado no final de outubro deste ano. O documento descreve um cenário de campo de concentração onde a "terapia" consistia em espancamentos, uso de braçadeiras de nylon para imobilização e dopagem química forçada.

O relatório aponta que ao menos três prefeituras do interior tinham contrato com a clínica e pagavam valores exorbitantes para enviar pacientes ao local. 

Caçadores de cabeças

A entrada na clínica não era um ato médico, mas uma captura. O relatório detalha a existência de "equipes de resgate" formadas pelos próprios internos ou monitores, que atuavam como caçadores de recompensa.

Para cada paciente capturado à força, a equipe recebia uma comissão: R$ 50 reais se o sequestro fosse na capital e R$ 100 se fosse no interior. 

O valor não era pago em dinheiro, mas em "crédito na cantina" da própria instituição, de acordo com o relatório. 

Uma vez capturado, o interno passava pelo protocolo de boas-vindas: o "sossega-leão". Relatos colhidos pelos peritos descrevem a administração forçada de um coquetel de medicamentos apelidado de "abobrão", capaz de deixar uma pessoa desacordada por até três dias.

A inspeção encontrou um estoque ilegal de psicotrópicos (Haldol, Diazepam, Carbamazepina) sem receita médica, manuseados por pessoas sem qualificação, configurando tráfico de drogas e exercício ilegal da medicina.

Tortura Medieval e trabalho escravo

Quem tentava fugir ou reclamar das condições enfrentava o "Grupo de Apoio ao Paciente" (GAP), uma espécie de milícia interna. As punições descritas no relatório são medievais:

Uso de braçadeiras de plástico apertadas nos punhos e pescoço, causando lesões visíveis e risco de asfixia; Relatos de surras com pedaços de madeira e socos e confinamento em quartos sem maçaneta, trancados por fora, por períodos que variavam de sete dias a três meses.

Além da violência, a clínica lucrava com a mão de obra gratuita. Sob o pretexto de "laborterapia", internos eram submetidos a jornadas de trabalho análogo à escravidão. Um dos cozinheiros relatou trabalhar 17 horas seguidas (das 5h às 22h), em dias alternados, sem receber um centavo.

Financiamento público

Enquanto os internos viviam em condições insalubres, com relatos de esgoto vazando sobre os alimentos na despensa, a clínica faturava alto.

A investigação do MNPCT descobriu que prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul firmavam contratos para internação compulsória ou voluntária.

Nos prontuários examinados foi constatado que o município de Nova Andradina pagou R$ 27.300,00 pela internação de um único paciente por seis meses, mais taxa de remoção.

O município de Miranda teria desembolsado R$ 21.700,00 por outro paciente.

Famílias particulares também eram extorquidas, pagando mensalidades entre R$ 1.800 e R$ 2.700, além de multas contratuais abusivas caso tentassem retirar o parente do local antes do prazo.

Desfecho Policial

Diante da gravidade do flagrante, que incluiu um interno com 19 pontos na cabeça após tentar fugir e ser recapturado, a equipe de inspeção acionou a Polícia Civil. Cerca de 90 pessoas foram retiradas do local em uma ação de desinstitucionalização de emergência.

O relatório pede a responsabilização criminal dos proprietários por cárcere privado, tortura, sequestro e tráfico de drogas, além de investigação sobre a improbidade administrativa das prefeituras que financiaram a clínica sem fiscalizar o destino dos pacientes.

Até o momento, a defesa da clínica (agora fechada por ordem judicial) não se pronunciou sobre as acusações de tortura e desvio de finalidade médica.

Outro lado

O município de Miranda não retomou os contatos feitos pela reportagem. 

O município de Nova Andradina respondeu em nota que não foi feito pagamento à clínica, ao contrário do que o relatório do MNCPT aponta. Em consulta ao portal da transparência do município, realmente não consta o pagamento ao CNPJ cadastrado pela clínica ou convênio referente. 

“Cumpre esclarecer que não foi localizado qualquer pagamento direto ao CNPJ da clínica “Os Filhos de Maria”, uma vez que o Município de Nova Andradina não possui e nunca possuiu contrato, convênio ou qualquer outro instrumento jurídico com a referida instituição", cita a prefeitura. 

Vale destacar que a atual administração do município assumiu a gestão municipal em janeiro de 2025, antes do período citado pelo relatório. 

“O único contato ocorrido deu-se no ano de 2024, quando o Município instaurou processo licitatório visando à contratação de clínica especializada em internação compulsória. Na oportunidade, foi realizada vistoria técnica in loco, conforme praxe administrativa.

Contudo, a clínica “Filhos de Maria” não foi habilitada no certame (Processo n°4365/2024), por não atender às exigências técnicas, estruturais e legais necessárias à execução do objeto, motivo pelo qual não houve qualquer contratação com o Município de Nova Andradina.”

“Dessa forma, caso algum paciente residente em Nova Andradina/MS tenha sido internado na referida clínica, tal fato não decorreu de contratação administrativa do Município, sendo plausível que eventual internação tenha ocorrido por determinação judicial, situação em que o Poder Judiciário, no âmbito de ações individuais, pode determinar o sequestro ou bloqueio de valores dos cofres públicos, geralmente com base em orçamentos apresentados por familiares ou terceiros, sem ingerência direta da Administração Municipal na escolha da instituição.”

Cidades

Após perder emprego no SBT, filho de David Cardoso vai contra Havaianas

Tomando chimarrão, ator que tem fortes laços com a terra do tereré gravou um vídeo, publicado com a legenda em que afirma que "empresas esquerdistas não são bem vindas"

23/12/2025 13h13

"Tenho meu chinelo da Harley Davidson. Tchau Havaianas, que assim seja com todas as empresas que fazem isso", disse.  Reprodução

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Menos de uma semana após ser desligado e perder o emprego no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), o filho de um dos ícones sul-mato-grossenses da teledramaturgia símbolo da pornochanchada, o também ator David Cardoso Jr., aparece agora engrossando o coro da extrema-direita contra os chinelos Havaianas. 

Após a atriz Fernanda Torres protagonizar uma peça publicitária da marca, em que diz não querer que o telespectador "comece 2026 com o pé direito, não sendo nada contra a sorte", mas desejando que "comece com os dois pés... na porta, na estrada, na jaca", a extrema-direita se mordeu com a expressão antiga e têm se manifestado através das redes sociais como quem se sente atacado, propondo um boicote aos chinelos Havaianas. 

Recentemente, tomando um chimarrão, o ator que tem fortes laços com a terra do Tereré gravou um vídeo, publicado nas redes sociais com a legenda em que afirma que "empresas esquerdistas não são bem vindas. Chega de sermos otários". O ator mostra um par de chinelos Havaianas e diz: "nunca mais". 

"Tenho meu chinelo da Harley Davidson. Tchau Havaianas, que assim seja com todas as empresas que fazem isso", disse. 

Logo em seguida o ator, que diz não querer causar polêmica mas, sim, salvar o Brasil, postou uma nova gravação dizendo que o primeiro vídeo "explodiu" e que não pretende ser candidato, mas querendo mostrar "a força da direita". 

"Vamos nos posicionar sim!!!!! A direita tem mais força do que imagina. Chega de covardia. A palavra é Boicote!!!!!! Eles vão sentir no bolso e vão aprender", comentou o ator.  

Sem emprego

Recentemente, David Cardoso Jr., que chegou a afirmar em janeiro de 2025 que já havia ganhado mais dinheiro com um ano de OnlyFans o mesmo que ganharia em 25 anos de "A Praça É Nossa", foi desligado da emissora após compactuar com as posições de ataque de Zezé de Camargo às filhas de Silvio Santos. 

Após ser desligado, o ator usou das próprias redes sociais para contar sua versão e exaltar sua história, dizendo que trabalhou a primeira vez com Silvio Santos ainda em 1975, sendo inclusive "o príncipe do 'Boa Noite Cinderela' que seria dirigido por Gugu Liberato.  

David diz que nunca quis ofender ninguém, mas expõe a opinião de que, atualmente, "está havendo uma inversão de valores no Brasil", afirmando que nunca foi valorizado na emissora e não possuía contrato nesses 14 anos de serviço prestado. 

"O que está acontecendo no Brasil chama-se inversão de valores, sou a maior prova de que isso está explícito, porque eu, hoje, depois de 14 anos trabalhando e dedicando uma parte da vida para o SBT, sou 'persona non grata' lá dentro. Enquanto que o Lula, que é 'persona non grata' pelo Benjamin Netanyahu, pelo primeiro ministro de Israel, é muito bem quisto no SBT, fundado por um judeu. Ou seja, no Brasil o crime compensa", afirma ele. 

O ator complementa que adora a família, mas que nunca conheceu a esposa de Silvio Santos, por exemplo, lembrando que a Rede Globo chegou a "escurraçá-lo" lá de dentro, enquanto o SBT acabou "desfazendo dos meus serviços de maneira muito feia". 
 

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