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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para encerrar "esquema" com advogados

Promotor exige que o prefeito de Ivinhema rompa o contrato com quatro escritórios de advocacia que embolsam parte dos impostos do município

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Publicação da edição desta segunda-feira (20) do Ministério Público Estadual (MPE) dá um ultimato para o que o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, que se autodenomina como o “mais louco do Brasil”, encerre uma série de contratos que mantém com escritórios de advocacia supostamente contratados sem licitação e que embolsam parte da arrecadação do município. 

A denúncia sobre a existência de um suposto esquema entre a prefeitura e cinco escritórios de advocacia chegou ao MPE depois da demora da prefeitura para convocar uma candidata a procuradora jurídica aprovada em concurso homologado em janeiro de 2023.

Porém, como ela não foi convocada para tomar posse e não conseguia informações sobre uma possível data para que fosse convocada, resolveu investigar a situação jurídica da prefeitura de Ivinhema e descobriu que a administração mantinha longos contratos com cinco escritórios, além de ter ao menos cinco advogados próprios. 

VALOR MILIONÁRIO

Conforme a denúncia apresentada ao MPE em maio do ano passado, juntos, os contratos destes escritórios garantiam o faturamento da ordem de R$ 3,26 milhões aos advogados. Um deles recebe 20% sobre o aumento na arrecadação de impostos relativos a determinados impostos do município, mesmo sem comprovar que este aumento ocorreu em decorrência de sua atuação judicial. 

Na denúncia, a advogada paranaense Maria Heloísa Xavier Pereira da Silva diz que com o valor anual pago a um destes escritórios, de R$ 288 mil, seria possível pagar o salário de nove anos do procurador que está à espera de convocação, cujo salário inicial seria de R$ 2.672,64. 

A reclamação chegou ao MPE em maio do ano passado. Quatro meses depois, em setembro, o promotor Daniel do Nascimento Britto abriu inquérito e cobrou explicações tanto da administração municipal quanto dos escritórios de advocacia. 

Boa parte das explicações foi enviada. Porém, como o promotor entendeu que existe suposta ilegalidade na contratação destes escritórios, ele está recomendando o imediato rompimento dos contratos, sob pena de ele entrar na Justiça para que o Judiciário cancele os acordos. 

No diário oficial do MPE relativo ao dia 20 de janeiro, mas que já está disponível do site da instituição desde este sábado (18), o promotor dá dez dias de prazo para o prefeito Juliano Ferro, que além de prefeito também é digital influencer, com quase 1,1 milhão de seguidores no Instagran e no Facebook, diga se vai ou não acatar a recomendação para que encerre os contratos com quatro destes escritórios. 

Todos foram contratados sem licitação por conta da suposta especialização em ações judiciais relativas à arrecadação de ICMS e ITR, por exemplo. O MPE, porém, entende que deveria ter sido aberta concorrência pública para contratação dos escritórios. 

Parte dos contratos foi firmada bem antes de o digital infuencer assumir para o primeiro mandato, o que ocorreu em 2021. Em outubro do ano passado ele foi reeleito com mais de 81% dos votos válidos. Porém, todos foram renovados ao longo do primeiro mandato e um deles acaba somente em 2033. 

RESULTADO DUVIDOSO

No inquérito que está em andamento, o promotor exigiu que os escritórios demonstrassem a importância de sua atuação para melhorar a arrecadação municipal. E, para demonstrar essa importância, um deles enviou dados relativos ao aumento da arrecadação municipal nos seis primeiros meses do ano passado em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Este aumento, segundo o escritório de advocacia, foi de R$ 81.209,58 na arrecadação de ICMS, que é um imposto arrecadado pelo Governo Estadual. E, como o contrato prevê o repasse de 20% sobre o incremento, os advogados receberam R$ 16.241,91, apesar de o município ter influência praticamente nula sobre a arrecadação de ICMS. 

O incremento de um janeiro para outro foi da ordem de 2,29%, o que é inferior ao índice oficial da inflação, que chegou perto de 5% em um ano. Ou seja, se fosse descontada a inflação, a prefeitura teria arrecadado menos que em janeiro do no ano anterior. Mas, mesmo assim os advogados receberam pouco mais de R$ 16 mil no primeiro mês do ano passado. 

Os advogados alegam que conseguiram elevar de 0,9800% para 1,0023% o índice ao qual Ivinhema faz juz na hora da divisão total do bolo do ICMS pelo Governo do Estado. Esta definição, porém, é definida pelo Governo do Estado e não existe registro de que o escritório contemplado tenha vencido alguma ação judicial que tenha beneficiado Ivinhema. 

Procurado, o prefeito Juliano Ferro afirmou que vai analisar o caso com sua assessoria jurídica e ainda não sabe se vai ou não acatar a recomendação. Afirmou também que alguns destes contrados foram firmados bem antes de ele assumir a prefeitura. 

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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