Inaugurada na manhã desta segunda-feira (12), a Escola Estadual Professora Delmira Ramos dos Santos, no bairro Cophavilla II, em Campo Grande, foi a 16ª reformada pelo programa “Revitalizando a Educação com Liberdade”, que leva o trabalho prisional para a comunidade escolar. Para a execução do programa, 25 detentos trabalharam diretamente na obra de revitalização, que contempla a parte estrutural, elétrica, hidráulica, jardinagem e pintura completa.
A reforma teve início em 5 de dezembro de 2024, empreitada que envolveu reeducandos do regime semiaberto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. Com um investimento total de R$ 650 mil, os recursos utilizados foram provenientes de descontos de 10% nos salários dos detentos que trabalham em convênios com o poder público, além de aportes do Governo Estadual.
Durante os cinco meses de obra, a escola passou por uma revitalização completa em seus 2.227 m² de área construída. No decorrer da obra, a direção da escola solicitou algumas demandas extras, que foram contempladas pela equipe da reforma.
O projeto também implantou a “Hortinha da Esperança”, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que fará o acompanhamento técnico. Foram construídos os canteiros, realizada a plantação e instalada uma estufa, além da construção de um reservatório de água com bomba, que permitirá a irrigação eletrônica do espaço.
Dirigindo-se diretamente aos estudantes, o desembargador Dorival Renato Pavan, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), destacou que a revitalização é um incentivo para que os alunos mantenham o empenho nos estudos. Pavan também lembrou dos detentos responsáveis pela obra. “Deram vida a essa escola, mesmo no anonimato, ajudaram a construir e, mais do que isso, foram treinados pelo Senai para que, saindo da unidade prisional em que se encontram, possam exercer suas profissões e garantir seu próprio sustento”, falou.
Por sua vez, O juiz Albino Coimbra Neto citou que, com a dispensa de licitação e o custeio do material necessário para a obra, foi possível gerar uma economia de mais de R$ 12 milhões aos cofres públicos com a reforma das 16 escolas.
“Essas pessoas, quando fazem esse trabalho com impacto social, passam a refletir sobre o novo papel que têm perante a sociedade. Foram eles, e os outros que os antecederam, que mantiveram de pé esse projeto até hoje. O trabalho sério que fizeram permitiu que essa realidade pudesse se perpetuar ao longo dos anos”, disse Albino Coimbra aos detentos.
Diretora da escola, Gigliola Vicente, recordou que a Escola Delmira Ramos dos Santos foi a primeira instituição de ensino reformada pelo projeto do Judiciário e, passados 11 anos, é contemplada novamente, modernizando os espaços e conquistando outros não previstos, como a construção da Hortinha da Esperança, em parceria com o Senar. “E para aqueles que não acreditam na transformação social, temos um breve recado: neste lugar, hoje, podemos comprovar que essa mudança é possível”.
Vice-governador do Estado, José Carlos Barbosa, o Barbosinha frisou a qualidade da obra executada pelo projeto. “Não é apenas uma obra de reparo, ela é a reconstrução de uma escola”.


