Cidades

saúde

Médicos acusam Santa Casa de Campo Grande de pressionar greve

Médicos celetistas também não receberam o 13º salário, mas ainda não ameaçaram parar as atividades

Continue lendo...

A Santa Casa de Campo Grande está sendo acusada de pressionar greve dos médicos celetistas, que também não receberam o 13º salário por causa da crise financeira alegada pela entidade, a mesma situação em que vivem os profissionais de enfermagem, limpeza e copa, que estão com, pelo menos, 30% dos funcionários parados desde segunda-feira.

Em nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) afirmou tratar com estranheza e preocupação a atitude da Santa Casa acerca da atual situação da classe. Isso porque a própria instituição sugeriu, por meio de dois ofícios, para os médicos celetistas entrarem em greve.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

“A estranheza é total. Estávamos indo para uma assembleia e a Santa Casa já estava definindo que entraríamos em greve, enviando documentos orientando até o número de profissionais que deveriam trabalhar. A decisão de greve é nossa, não deles. É um absurdo que faz qualquer profissional se sentir humilhado e desprestigiado”, declara o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana, que acusa a entidade filantrópica de lockout, que é quando o empregador sugere greve dos empregados para gerar uma pressão, neste caso, a pressão seria exercida contra o poder público.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Em contrapartida, o sindicato decidiu entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, além de pedir responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente sindical.

Ainda ao Correio do Estado, Marcelo Santana confirma que médicos de áreas como Urologia, Ortopedia e Cirurgia Pediátrica já formalizaram a rescisão com a Santa Casa, em que, segundo o presidente sindical, a prática da medicina tornou-se uma “missão impossível”.

PROCESSOS

Tanto o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems) quanto o Sinmed-MS entraram com ações na Justiça contra a Santa Casa, pedindo o pagamento imediato do 13º salário.

No processo da Siems foi deferido pelo juiz Leonardo Ely, da 6ª Vara do Trabalho de Campo Grande, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24). Na decisão, o magistrado pede que a instituição pague o benefício dos enfermeiros, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia de atraso.

“A reclamada deverá se manifestar especificamente em relação ao pedido liminar da concessão da tutela de urgência requerida, até as 23h59min do dia 24/12/2025 [quarta-feira], sem prejuízo da oportunidade para oferecer defesa, que lhe será facultada posteriormente”, afirma o juiz em sua decisão.

O diretor de Negócios e Relações Institucionais da Santa Casa, João Carlos Marchezan, afirma ao Correio do Estado que é improvável que o hospital consiga cumprir a decisão judicial neste momento. “Muito difícil agora”, explica.

GREVE

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Ambos Executivos, tanto municipal quanto estadual, no entanto, afirmaram que estão em dia com suas obrigações previstas em contrato. 

Além dos esforços municipais e estaduais, a bancada federal também está agindo na tentativa de trazer recursos para a Santa Casa. O senador Nelsinho Trad (PSD) anunciou que entrou em contato com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para pedir apoio do governo federal.

De acordo com João Carlos Marchezan, há uma negociação entre a Santa Casa e o governo do Estado para que o pagamento desta 13ª parcela seja feito integralmente no dia 10 de janeiro, e não mais nos três primeiros meses de 2026. 

Porém, reafirma que o plano a para pagar os funcionários seria contrair um novo empréstimo milionário com o banco, mas isso ainda não foi aprovado por nenhuma instituição financeira.

Saiba

Na sexta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) emitiu uma nota declarando preocupação diante do colapso financeiro da Santa Casa de Campo Grande. Porém, disse que não é responsabilidade do conselho intervir na situação da entidade filantrópica.

Assine o Correio do Estado

SONORA (MS)

Duas pessoas morrem e 38 ficam feridas em tombamento de ônibus na BR-163

Ônibus saiu de Cuiabá (MT) com destino a Cascavel (PR), mas perdeu o controle da direção, saiu da pista e tombou em Sonora (MS)

24/12/2025 09h35

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de Natal

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de Natal Foto: Sidney Assis

Continue Lendo...

BR-163 foi palco de um gravíssimo acidente, em plena véspera de Natal, em Mato Grosso do Sul.

Duas pessoas morreram e 38 ficaram feridas em acidente envolvendo um ônibus de viagem, na manhã desta quarta-feira (24), no KM-816 da BR-163, em Sonora, município localizado a 362 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o ônibus saiu de Cuiabá (MT) com destino a Cascavel (PR), mas, em Sonora (MS), perdeu o controle da direção, saiu da pista, tombou e foi parar às margens da rodovia, em uma plantação de cana de açúcar.

Ainda não se sabe as causas do acidente, mas a suspeita é de que o motorista dormiu ao volante.

No ônibus, havia 40 pessoas, sendo 2 motoristas e 38 passageiros. Os feridos foram encaminhados ao pronto-socorro do Hospital Regional Álvaro Fontoura, de Coxim (MS), a 110 quilômetros do acidente. O resgate foi feito pela Motiva Pantanal, concessionária que administra a rodovia.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há interdição na rodovia e o fluxo de veículos segue normalmente.

PRF, Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), emergencistas da Motiva Pantanal, Polícia Civil, Polícia Científica e funerária estiveram no local para isolar a área, socorrer as vítimas, recolher os vestígios do acidente, realizar a perícia e retirar o corpo, respectivamente.

Segundo a PRF, 121 pessoas morreram vítimas de acidentes, entre janeiro e novembro de 2025, em rodovias federais de MS. Veja os números detalhados:

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de NatalDados: PRF

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

Meio ambiente

Pantanal tem menor área queimada desde cheia de 2018

Última vez que bioma teve grande alagamento influenciou para que incêndios devastassem apenas 125,5 mil hectares, abaixo dos 131,6 mil hectares deste ano

24/12/2025 08h40

Com pouco mais de 131 mil hectares consumidos pelo fogo esse ano no bioma, o que se viu foi a manutenção da fauna e da flora

Com pouco mais de 131 mil hectares consumidos pelo fogo esse ano no bioma, o que se viu foi a manutenção da fauna e da flora Rodolfo César

Continue Lendo...

A redução gradual na gravidade dos incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul na comparação dos últimos 8 anos também gerou impacto para que uma menor área fosse queimada no território. Depois de uma sequência que afetou mais de 6 milhões de hectares com o fogo, este ano representou a segunda menor área atingida por incêndios e queimadas. 

Neste ano, a área queimada praticamente foi a mesma de quando houve o registro da última grande cheia pantaneira, em 2018.

Com pouco mais de 131 mil hectares consumidos pelo fogo esse ano no bioma, o que se viu foi a manutenção da fauna e da flora

O balanço do sistema Alarmes, do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais de Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), apontou que 131.600 hectares queimaram neste ano. Número semelhante ao que ocorreu em 2018, quando 125.552 hectares foram atingidos. Áreas muito menores as registradas do que nos anos de 2019, 2020, 2021 e 2024. 

Na somatória desses quatro anos, foram 6.928.572 hectares atingidos pelo fogo, o equivalente a quase as áreas territoriais de Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Três Lagoas e Rio Verde de Mato Grosso (19% de toda a área de MS).

Os casos mais graves de incêndios registrados neste ano no Pantanal foram causados por raios que caíram na vegetação, e o combate não conseguiu evitar a proliferação do fogo antes que houvesse os incêndios.

O Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que mobiliza diferentes instituições do País, apontou que a estiagem prossegue no Brasil. As temperaturas acima da média geram mobilização e o governo federal reforçou que só com ações articuladas é possível manter baixos os níveis de incêndios. 

“Consideramos fundamental que todas as instituições envolvidas atuem com representantes e que a assiduidade seja uma prática constante neste centro integrado”, detalhou o presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, via assessoria de imprensa.

De acordo com nota do Ibama divulgada anteriormente, os alertas foram mantidos durante todo este ano. “O principal desafio de 2025 [é] lidar com a persistência da seca prolongada, especialmente nos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. As previsões para o próximo trimestre [outubro, novembro e dezembro] indicam chuvas abaixo da média e temperaturas acima do normal na faixa Norte do País, aumentando o risco de incêndios”.

O governo de Mato Grosso do Sul teve uma postura menos ortodoxa e a reunião do Centro Integrado de Coordenação Estadual (Cicoe), realizada neste mês, celebrou as reduções dos registros de incêndios florestais. 

“(...) os investimentos adequados, a governança estratégia adotada pelo governo do Estado e condições climáticas favoráveis foram determinantes para esse resultado. Nós priorizamos a atuação antecipada, o planejamento técnico e a integração entre os órgãos, mudando o foco exclusivo do combate para uma política permanente de prevenção. A redução das queimadas em áreas sensíveis, como unidades de conservação, terras indígenas e a região da Rede Amolar demonstra a efetividade do modelo adotado”, analisou o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

VOLUME DE CHUVAS

Os dados meteorológicos compartilhados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) na reunião técnica estadual deste mês indicaram que 40 pontos monitorados registraram volumes de chuva abaixo da média histórica, enquanto outros 21 ficaram acima e um ponto dentro da média. 

Na primeira quinzena deste mês, houve intensificação das precipitações, especialmente no Pantanal. Ainda assim, as temperaturas têm se mantido alta, variando entre 31º C e 35º C.

“A previsão probabilística aponta chuvas irregulares entre janeiro, fevereiro e março [de 2026], com volumes que podem ficar ligeiramente abaixo ou acima da média histórica, a depender da região do Estado. As temperaturas devem permanecer próximas ou ligeiramente acima da média, caracterizando um trimestre mais quente que o normal”, previu o Cemtec-MS.

Outro critério que gera alerta é que o fenômeno El Niño–Oscilação Sul (Enos) tem cerca de 68% de probabilidade de neutralidade no trimestre. 

“O que reforça a necessidade de manter o monitoramento constante e as ações preventivas integradas para minimizar riscos de novos incêndios florestais”, alertou o Cemtec-MS. 

“A intenção é dar maior precisão às análises e fortalecer a tomada de decisão, permitindo que o uso do fogo, quando previsto tecnicamente, seja tratado de forma responsável e alinhada às diretrizes ambientais”, ponderou Jaime Verruck.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).