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Mineração ilegal no Pantanal tenta entrar no mercado de mais de R$ 111 milhões

A exploração de minérios em Mato Grosso do Sul teve o maior salto econômico em 13 anos, conforme os dados levantados

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A Polícia Federal (PF) em Corumbá busca aprofundar uma investigação para combater a mineração ilegal no Pantanal, principalmente na região do Paraguai-Mirim.

Os crimes nessa área que tem difícil acesso, distante mais de 3 horas e 30 minutos por embarcação a partir de Corumbá, Rio Paraguai acima vem sendo averiguados desde fevereiro do ano passado.

O que mobiliza os criminosos na exploração ilegal são as cifras envolvidas no setor: em 2023, foram R$ 111,4 milhões os valores apurados da produção mineral em Mato Grosso do Sul.

Os produtos explorados de forma regular no Estado envolvem minério de ferro, calcário e minério de manganês, além de rochas (britadas) e cascalho. A retirada de produtos minerais em MS foi a maior em 2023 na série histórica avaliada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), que conta com dados computados desde 2010.

O maior volume de produção mineral até então apurado havia sido em 2016, que contabilizou R$ 102,4 milhões.

Os investigadores identificaram até agora que, além da exploração ilegal, os criminosos envolvidos nesse esquema também praticam outros crimes. Entre eles está o de grilagem de terras, principalmente em áreas devolutas e que se encontram em regiões de difícil acesso no território pantaneiro.

Por conta de vistorias feitas, houve também a apuração de que trabalhadores acabam sendo submetidos também a trabalho análogo à escravidão nessas propriedades. Outra situação observada foi o registro de desmatamento.

Uma nova repercussão sobre o inquérito envolvendo esses casos ocorreu no dia 23, quando houve a deflagração da Operação Chamberlin, com mandados de busca e apreensão cumpridos em Corumbá e também em Cuiabá (MT).

"Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Corumbá e um mandado de busca e apreensão em Cuiabá. Durante o cumprimento, um dos investigados foi encontrado com arma de fogo irregular, e foi realizada sua prisão em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo de uso permitido", apontou a PF, 
em nota sobre a operação.

Os pedidos para busca e apreensão foram solicitados à Justiça Federal, para que os policiais federais conseguissem reunir mais provas contra os investigados. Nessa averiguação, realizada na semana passada, itens como mídias digitais, dinheiro, veículos e pedras preciosas foram apreendidos.

Todo o material foi encaminhado para a perícia, a fim de permitir a identificação de novos elementos, o que deve exigir um prazo de mais 30 dias, pelo menos.

"Esses materiais serão submetidos a análises periciais para aprofundar as investigações e identificar outros integrantes da rede criminosa", declarou a PF.

Um estudo do Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, que envolveu 
o Ministério da Infraestrutura e foi publicado em 1991, indicou que o Pantanal conta com um potencial para diferentes explorações econômicas.

Nessa lista, constam matérias-primas como cristal de rocha (quartzo hialino), calcário dolomítico, barita, calcita óptica, ouro, areia para construção civil, minério de ferro e minério de manganês.

Parte dessas riquezas minerais, conforme a publicação oficial, encontra-se em situação de baixa potencialidade na exploração, principalmente pelos danos ambientais que poderiam ser causados.

"Qualquer atividade minerária na região teria de ser encarada com muita restrição, pois interferiria sobremaneira no meio ambiente, causando degradação da paisagem e poluição dos cursos d'água e mananciais, além de ruídos e vibrações em uma área considerada como santuário ecológico, sem similar em outras partes do Brasil e, muito provavelmente, do mundo e que deveria ser considerada área de preservação permanente", apontou a pesquisa, que teve como autores Antônio Theodorovicz e Mário Mota Câmara.

Quando as investigações começaram, no ano passado, agentes da ANM participaram dos primeiros levantamentos com fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), unidade instalada em Corumbá.

Naquela primeira incursão, as autoridades fiscalizatórias encontraram sinais de uma tentativa de mineração, mas o local não estava ativo no território do Paraguai-Mirim.

Também houve a constatação de que houve desmatamento para a construção de caminhos sem a devida autorização.

Depois que os incêndios florestais no Pantanal causaram danos que superam 2 milhões de hectares queimados entre janeiro e agosto, houve a determinação do governo federal para que ocorram investigações ligadas a crimes contra o meio ambiente.

Nesse inquérito que envolve a mineração ilegal, a PF não divulgou nomes, pelo fato de o caso correr em segredo de Justiça. "A Polícia Federal reafirma o compromisso com a prevenção e a repressão aos crimes ambientais no Pantanal, atuando de forma combativa aos criminosos que atuam na região", alegou a corporação.

Saiba

Além da exploração ilegal, os criminosos também praticam outras ilegalidades. Segundo a PF, ocorre também a grilagem de terras, principalmente em áreas devolutas.

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Nova data

"Enem dos concursos" será divulgado em fevereiro de 2025; 33,9 mil inscritos são de MS

Mudança ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou reintegração de candidatos eliminados por falhas

21/11/2024 17h10

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A divulgação dos resultados finais do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, prevista para esta quinta-feira (21) foi adiada para 11 de fevereiro de 2025 pelo Governo Federal.

O adiamento ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou a reintegração de candidatos anteriormente eliminados por falhas no preenchimento de informações no cartão de respostas. Ao todo, 33.909 mil pessoas se inscreveram em Mato Grosso do Sul.

O concurso, aplicado em 18 de agosto, oferta 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. A Justiça Federal acatou ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou inconsistências nas orientações dadas durante o exame.

“O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informa que a divulgação dos resultados finais do CPNU, inicialmente prevista em edital para o dia 21 de novembro, será ajustada. Um novo cronograma será divulgado amanhã (dia 21 de novembro)”, informou a pasta.

De acordo com o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal, o novo cronograma terá um impacto financeiro adicional de cerca de 3,5% sobre o valor global do concurso, que foi de R$ 130 milhões, somada a repactuação realizada em razão das chuvas no Rio Grande do Sul em maio.

Segundo o MPF, fiscais informaram apenas a necessidade de transcrever uma frase da capa do caderno de questões, sem destacar a obrigatoriedade de marcar o número correspondente ao caderno de provas, entretanto, o edital previa eliminação apenas para quem não cumprisse ambas as exigências, o que, segundo o juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, do TRF1 do Tocantins,  fator que impossibilitaria justificar exclusões.

A União argumenta que as eliminações seguiram as regras do edital. Em agosto, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que a marcação do caderno de provas não seria motivo de desclassificação.

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Coronel que comandou pelotão de MS é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Vale destacar que o Coronel já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024

21/11/2024 16h50

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Divulgação Redes Sociais

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Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto.

Os indiciados foram acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O relatório das investigações foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Vale destacar que o Coronel Bernardo Romão já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024. Comandou também o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (10º R C Mec) em Bela Vista e permaneceu no cargo até 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando.

Em fevereiro deste ano, o Coronel, que estava em Washington (EUA) para participar de um curso de defesa, foi alvo de uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Apesar da prisão estar prevista para 8 de janeiro, ela só foi realizada em 11 de fevereiro, quando ele retornou ao Brasil. Detido em Brasília, foi entregue à Polícia do Exército e permanece preso no Batalhão da Guarda Presidencial.

Romão, que atua como assistente do Comando Militar do Sul, em Goiás, é integrante dos Black Kids, um pelotão de elite do Exército Brasileiro, também esteve presente na reunião ocorrida em 28 de outubro, em Brasília, logo após o segundo turno das eleições, onde foram discutidos planos para um possível golpe.

As investigações da PF abordaram dois eixos principais: a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, identificaram a disseminação de notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições presidenciais, com o objetivo de legitimar uma eventual intervenção militar.

Os investigadores também encontraram indícios de envolvimento de Romão na chamada "milícia digital", conhecida popularmente como "gabinete do ódio", grupo responsável pela propagação de desinformação e discursos antidemocráticos.

Veja a lista completa dos indiciados, por ordem alfabética:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin)
  4. Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Lima de Moura
  7. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabricio Moreira de Bastos
  16. Fernando Cerimedo
  17. Filipe Garcia Martins
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Helio Ferreira Lima
  21. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cid, tenente-coronel do Exército ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Júnior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto, presidente do PL
  36. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
  37. Wladimir Matos Soares

Ramão Neto

O coronel, que comandou o 10º R C Mec, em Bela Vista, é apontado pela investigação como braço direito do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Romão Netto aparece como suspeito nas investigações como figura que articulava e incitava os militares a aderir ao golpe.

A reunião ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais. Conforme trocas de mensagens trocadas, localizadas no celular de Mauro Cid, foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).

No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de estado.

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Além disso, Romão Neto aparece dentro do âmbito do 'gabinete do ódio' estimulando que integrantes das Forças Armadas disseminassem notícias falsas, por meio das redes sociais, questionando lisura do processo eleitoral do país. Em conversas com Cid, a investigação aponta que a sugestão de medidas que atentam contra a democracia.

"Nesse sentido, observa-se a atuação do investigado BERNARDO ROMÃO CORREA NETO nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

Mensagens sobre a reunião para discutir o golpe:

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Após a reunião com as Forças Especiais (FE) uma carta foi elaborada para ser encaminhada ao comandante do exército Freire Gomes com intuito de pressioná-lo a aderir ao golpe, intitulada como "Carta ao Comandante do Exército de Oficias Superiores da Ativa do Exército Brasileiro".

No "apagar" das luzes do governo do presidente Bolsonaro, precisamente no dia 30 de dezembro de 2022, foi enviado para fazer um curso até julho de 2025, o que levantou suspeita por parte da investigação de que teria sido uma tentativa de escapar de eventuais investigações. 

"Ressaltem-se, ainda, as considerações da autoridade no sentido de que BERNARDO ROMÃO CORREA NETO: foi designado para exercer missão no Estados Unidos - com ônus total para o Comando do Exército - na cidade de Washington, D.C. até junho de 2025. A permanência do investigado em solo estrangeiro por pelo menos mais um ano e meio, somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior (30.12.2022), demonstram fortes indícios de que o investigado agiu para se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal, fatos estes que justificam a decretação da prisão preventiva".

***Colaborou Laura Brasil***

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