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Morre Emiko Kawakami de Resende, ao 74 anos

Ex-chefe da Embrapa Pantanal atuou por quase quatro décadas em pesquisas

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Morreu nesta quinta-feira a ex-chefe-geral da Embrapa Pantanal, Emiko Kawakami de Resende, aos 74 anos, informou comunicado publicado pela empresa que ela atuou por quase quatro décadas. 

Ela foi secretária estadual do Meio Ambiente, deu aulas na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e, também, na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Já tinha se aposentado.

Emiko morreu em Pouso Alegre, Minas Gerais, onde estava morando com a família desde a aposentadoria. Ela foi vítima de infecção decorrente de tratamento contra câncer.

O corpo da docente será sepultado nesta sexta-feira (10), às 16 horas no cemitério Parque Jardim do Céu, também, de Pouso Alegre.

De acordo o texto publicado nesta quinta, com a morte de Emiko, a ciência brasileira perdeu uma de suas grandes e obstinadas pesquisadoras que teve atuação muito importante no Bioma Pantanal.

Trajetória profissional

Ainda conforme a assessoria, Emiko Iniciou a sua carreira trabalhando na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (1978-1981), depois atuou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1981-1985), como pesquisadora e professora. Em 5 de julho de 1985 foi contratada como pesquisadora na Embrapa Pantanal. 

Atuando principalmente na área de Recursos Pesqueiros de Águas Interiores, com manejo de recursos pesqueiros, biologia e ecologia de peixes nativos.

Ela dedicou 38 anos de sua vida à área de pesquisa e desenvolvimento, dos quais 31 à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Coordenou vários projetos e comissões, exerceu também, por diversas vezes, funções de gerenciamento, dentre elas: Gerente de Comunicação e Negócios, Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e foi Chefe-Geral da Embrapa Pantanal por dois mandatos de 2001 a 2006 e de 2011 até 2016.

Bióloga pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) (1971), e concluiu o mestrado (1975) e doutorado em Oceanografia Biológica (1980), pelo Instituto Oceanográfico, também da USP. 

Fez cursos de especialização em Avaliação de Impacto Ambiental e Monitoramento, pela Universidade de Aberdeen (1995), Escócia e de Medidas e Monitoramento de Biodiversidade, pelo Smithsonian Institute, Virginia, Estados Unidos (1997) e Marketing para Gestão Empresarial pela Universidade Federal de Santa Catarina (2001).

Foi Secretária de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, de 1991 a 1994. Foi bolsista de produtividade 2 do CNPq no período de 2007 a 2010. Publicou mais de 60 trabalhos científicos, 18 capítulos de livros e mais de 40 outros artigos de divulgação técnico-científica, nacionais e internacionais. 

Participou em mais de 100 eventos nacionais e internacionais, em mais de 100 matérias em sites e mídias, orientou dissertações de mestrados e teses de doutorado.

Liderou, de 2007 a 2012, projeto de aquicultura a nível nacional, o Aquabrasil, com a participação de 15 unidades da Embrapa, 21 universidades e instituições de pesquisa, cinco empresas estaduais e nove empresas privadas abordando o melhoramento genético, a nutrição, a sanidade, o manejo ambiental dos sistemas de cultivo e o aproveitamento agroindustrial das espécies tilápia GIFT, tambaqui, cachara e camarão branco, no qual participou no componente melhoramento genético.

Foi docente e orientadora do programa de pós graduação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).

Recebeu vários prêmios, dentre os quais se destaca o de Ecologia e Ambientalismo (Câmara municipal de Campo Grande, MS), de Mérito Legislativo, da Assembleia Legislativa de MS, pesquisadora destaque da Embrapa, título de cidadã Corumbaense e prêmio IICA à contribuição da mulher para o desenvolvimento rural.

O Chefe-Geral da Embrapa Pantanal, Jorge Antonio Ferreira de Lara, fala sobre a perda da profissional e colega de trabalho, “é com pesar que recebemos a notícia do falecimento da Dra. Emiko, um símbolo da Embrapa Pantanal, ela sempre foi uma profissional focada e competente que ajudou muito na construção da nossa Unidade”. 

“A Emiko se destacou nas suas pesquisas, como gestora e como agente pública. 

A Embrapa Pantanal reconhece todo esforço e trabalho da Emiko no crescimento e desenvolvimento da Unidade, e tenho a convicção que muitas pessoas, assim como eu, recebem essa notícia com dor e na esperança que o exemplo dela fique e que a Unidade possa seguir em frente sempre buscando os melhores resultados e o bem estar de todos”, conclui Jorge.

A pesquisadora Aiesca de Oliveira Pellegrin, que foi Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nos dois mandatos da Emiko, recebe a notícia com sentimento de tristeza e fala sobre a profissional e amiga de longa data “Conheci a Dra. Emiko Resende ao ingressar na Embrapa Pantanal, nos idos de 1987. 

Ela era chefe de P&D. Recém chegada, me deparei com uma pessoa direta, que falava sem subterfúgios ou meias palavras: “Comece lendo tudo sobre o Pantanal no RadamBrasil” (mais tarde seria o EDIBAP, o PCBAB) porque “para fazer pesquisa no Pantanal você tem que conhecer sobre a região”. 

Tive o privilégio ímpar de ser sua chefe de P&D em ambas as gestões à frente da Unidade".

Continua a pesquisadora, “não deixava dúvidas do grande amor que tinha pela Embrapa, pelo Pantanal e pela Pesca, tanto como área de trabalho e como hobby. Não se furtava aos novos desafios, tendo, antes de sua aposentadoria assumido pela segunda vez a Chefia Geral, que entendo tenha sido o último e declarado ato de amor à nossa Unidade”. 

“Ela sabia que precisávamos dela. Para Emiko o desenvolvimento do Pantanal, com a perenização de todos os seus valores culturais, sua biodiversidade, sua beleza cênica e seu valor para as futuras gerações estava acima de tudo. 

Conhecida na Embrapa pela coragem e seu discurso simples e direto, foi a pessoa que consolidou a Embrapa Pantanal, como uma instituição relevante para a região e nos deu a certeza de que deveremos todos continuar perseverando em nosso caminho, de produzir a ciência para o desenvolvimento e a conservação do nosso bioma. ”, conclui a pesquisadora.

José Aníbal Comastri Filho, que exerceu cargo de Chefe Administrativo no primeiro mandato e de Transferência de Tecnologia no segundo na gestão da Emiko, recebeu a notícia surpresa e muito triste, emocionado falou sobre a profissional e amiga que a “Dra. 

Emiko foi uma pessoa incrível com quem tive oportunidade de trabalhar, foi a pessoa que aprendi muito na parte de gestão, uma pessoa sensacional, a Dra. Emiko com certeza deixou muitos amigos aqui na Embrapa Pantanal, espero que a sua família fique, receba o conforto por meio de nossas palavras como demonstração do afeto por ela”. 

Emocionado Comastri, não consegue encontrar as palavras, desejando os mais sinceros pêsames à família, conclui, dizendo que não tem como relatar a Dra. Emiko, “ela era mais do que uma colega de trabalho, era amiga”.

O técnico Augusto César Galvão Silva, recebeu a notícia, também, com muita tristeza, e fala de dois momentos que trabalhou com a Emiko, de quando entrou na empresa e de quando foi presidente do sindicato. 

“Quando fui contratado pela Embrapa Pantanal, foi na gestão da Emiko, posso dizer que minha vida foi marcada pela presença dela, daí ela saiu da chefia do primeiro mandato, “me chamou para trabalhar com ela no laboratório e, a gente se deu muito bem e acabamos nos tornamos amigos”. 

Já no segundo mandato como Chefe-Geral, “eu estava como presidente do sindicato, alguns conflitos foram inevitáveis mas, mesmo assim, conseguimos manter um bom relacionamento respeitoso e saudável”, conclui Augusto.

Emiko Kawakami de Resende deixa pelo Brasil afora uma grande legião de amigos, bolsistas e alunos que com ela conviveram e a admiravam. Deixa também, uma enorme contribuição à Pesquisa Agropecuária Brasileira.

Mulher de personalidade forte, mas com coração enorme, teve atuação ativa na região sempre preocupada com o desenvolvimento e a conservação do Pantanal. Vai deixar muitas saudades nos colegas e amigos da Embrapa Pantanal, conclui o comunicado.

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27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

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Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

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Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atividades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 

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