Cidades

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Morre o jornalista Rui Xavier aos 79 anos

O profissional também atuou nos veículos Jornal do Brasil, O Dia, Gazeta Mercantil, Veja e Exame, na cobertura política e econômica

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O jornalista Rui Xavier morreu na madrugada deste sábado, 1º, aos 79 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio, desde o dia 20 de fevereiro. A causa da morte não foi divulgada.

Natural do Rio de Janeiro, Rui Xavier trabalhou no Estadão na década de 1990. O profissional também atuou nos veículos Jornal do BrasilO DiaGazeta MercantilVeja e Exame, na cobertura política e econômica.

Como editor de Política do Estadão, Rui Xavier foi um dos convidados do programa Roda Viva, da TV Cultura, para a entrevista ao então governador de São Paulo, Orestes Quércia, em 1994. Uma pergunta feita pelo jornalista sobre o enriquecimento do político ocasionou um dos momentos mais marcantes da história do programa.

O recorte do embate, com as reações do governador, têm mais de 1 milhão de visualizações no canal oficial do Roda Viva no YouTube. "Safado", "mentiroso" e "caluniador" foram alguns dos impropérios proferidos por Quércia após o questionamento. Com frequência, o episódio é relembrado nas redes sociais.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) lamentou a morte do jornalista, que era conselheiro e um grande entusiasta da entidade.

Rui Xavier nasceu em 1945. Na ditadura militar iniciada em 1964, ele chegou a ser um preso político por dois anos, entre 1969 e 1971. Ele teve três filhos - um deles faleceu em 2023 - e deixa cinco netos.

Na cerimônia de despedida na sede da ABI, no Rio, as filhas de Rui Xavier, Dani e Carol, e o presidente da entidade, Octávio Costa, prestaram homenagens ao jornalista.

"Meu pai é um homem de muitos amigos e que cultivava a relação com eles. Era uma parte muito importante da vida dele. Mesmo num sábado de carnaval, muitas pessoas conseguiram ir prestar homenagens", contou Carol Xavier, médica, de 36 anos.

A filha leu a amigos e familiares, na cerimônia neste sábado, uma carta na qual descrevia a relação com o pai e características da personalidade dele.

"Ele foi capaz de passar por momentos dificílimos na vida e sempre conseguir encontrar formas divertidas e lúdicas de olhar pra situações duras", ressaltou. "Onde eu via espinhos, meu pai via a flor. Esse era o Rui Xavier. Um cara que era capaz de enxergar beleza mesmo nas situações mais áridas. Tinha o dom de fazer as pessoas a sua volta se sentirem especiais porque ele conseguia enxergar o que tinha de mais bonito em cada um."

Colegas de Redação de Rui Xavier também renderam homenagens ao jornalista. Repórter especial do Estadão em Brasília, Vera Rosa trabalhou com o jornalista no fim dos anos 1990 e lembra dele como um professor.

"Coordenador de Política, ele vibrava com a notícia e não deixava ninguém desistir da pauta por mais que tudo conspirasse contra o furo de reportagem", disse. "Rui era muito divertido e tinha um coração enorme. Certa vez, um repórter discutiu feio com ele, no meio da Redação, por causa de uma matéria. Falou que não era ‘moleque’ e Rui reagiu: ‘Você está demitido!’. Mas todos nós sabíamos como aquilo ia acabar. Dito e feito: a equipe de Política terminou a noite num restaurante, com o Rui e o repórter se abraçando como velhos amigos."

Luiz Fernando Rila, que foi editor de Política do Estadão, também trabalhou no jornal com Rui Xavier. "Rui era um otimista na vida e no trabalho. Tinha um espírito bem carioca. Nas redações por que passou, trabalhou duro. Mas, ao mesmo tempo, tocava a rotina com leveza. Estava sempre alegre e animado, achando que tudo ia dar certo."

Rila conta que, no dia seguinte ao célebre episódio do embate no Roda Viva, Rui foi muito elogiado pelos colegas do Estadão por ter sido sereno e firme, sem covardia. Ele explicou: "Naquela hora, pensei que meus filhos estavam assistindo à TV e que não podia falhar".

O jornalista Hélio Gama Neto também trabalhou com Rui no Estadão e lembra do colega como um homem com visão generosa sobre a vida e sobre o Brasil. "Democrata e jornalista como poucos, de fácil percepção sobre a importância da verdade dos fatos, sobretudo em política e economia. Líder nato, foi um dos mais importantes jornalistas de sua geração e, mais recentemente, voz fundamental contra o mal do século: a desinformação em massa nas redes sociais."

*Com informações de Estadão Conteúdo

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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